Governo do Rio de Janeiro planeja reduzir tarifa do Metrô e dos trens para R$ 4,70

Medida será subsidiada com recursos do Fundo de Combate à Pobreza e pode atrair até 500 mil novos passageiros por dia

Estação do Metrô do Rio
Estação do Metrô do Rio (GERJ)

O governo do estado do Rio de Janeiro anunciou nesta semana um plano para reduzir as tarifas do MetrôRio, dos trens da SuperVia e das barcas para R$ 4,70. A medida integra o programa “Tarifa RJ”, criado para conter a queda de demanda no transporte público sobre trilhos e ampliar o acesso da população ao sistema.

Atualmente, a passagem do metrô custa R$ 7,90, sendo a mais alta do país. A proposta do governo prevê um subsídio direto às concessionárias para compensar a diferença tarifária.

O custo estimado do programa é de R$ 300 milhões em 2025 e R$ 500 milhões em 2026, com recursos provenientes do Fundo de Combate e Erradicação da Pobreza (FECP), que possui saldo estimado em R$ 5 bilhões.

Receba notícias quentes sobre mobilidade sobre trilhos em seu WhatsApp! Clique no link e siga o Canal do MetrôCPTM.

A implementação depende da assinatura de um decreto pelo governador Cláudio Castro (PL), o que deve ocorrer ainda nesta semana, segundo o secretário estadual de Transportes, Washington Reis.

Passageiros a bordo de trem do Metrô do Rio (GERJ)

Queda de passageiros e expectativa de recuperação

Dados do próprio governo apontam que o metrô do Rio perdeu cerca de 27% dos passageiros entre 2019 e 2024, caindo de 252 milhões para 184 milhões de usuários transportados ao ano.

A expectativa com a nova tarifa é aumentar a demanda diária do metrô de 650 mil para 900 mil passageiros. No caso dos trens da SuperVia, a meta é passar de 358 mil para 600 mil usuários por dia.

A medida segue a política adotada em março de 2025 para as barcas da CCR, cuja tarifa foi reduzida para R$ 4,70 em três linhas.

Trens da Supervia (Supervia)

Estudos para expansão do metrô

Além da política tarifária, o governo do estado também confirmou que até dezembro deste ano apresentará estudos sobre novas expansões da malha metroviária, incluindo:

  • Ligação Estácio–Praça XV, passando pelo centro da cidade;
  • Construção da Linha 3, conectando o Rio a São Gonçalo, com túnel sob a Baía de Guanabara;
  • Extensão da Linha 4 do Jardim Oceânico até o Recreio dos Bandeirantes.

Esses projetos devem integrar a carteira de investimentos estratégicos para os próximos anos, especialmente com foco na mobilidade intermunicipal e no adensamento da malha metroviária na capital fluminense.

Inscrever-se
Notificar de
guest
5 Comentários
mais antigos
mais recentes Mais votado
Feedbacks embutidos
Ver todos os comentários
Divaldo
Divaldo
17 horas atrás

Se me perguntarem, direi que sou a favor da redução da tarifa, mas complementarei que me parece estranho, a questão de um Fundo de Combate e Erradicação da Pobreza ser o instrumento escolhido para saciar as contas de uma empresa privada. Eu imaginava que um fundo desses, de “combate” e “erradicação” de pobreza, fosse dedicado para ações substanciais, concretas, de “combate”, “erradicação” de pobreza, entendeu? Do jeito como está, atende-se esse objetivo? Talvez, mas soa mais como um desvio do leito do rio, entendeu? Direcionamento de verbas sem maiores compromissos com a questão da pobreza do povo, e sim com a pobreza da empresa.

Cleber Matheus
Cleber Matheus
2 horas atrás
Responder para  Divaldo

É assim que muitas vezes funciona os programas do governo, falam um coisa aí vai averiguar estão mandando o dinheiro para uns 5 lugares diferentes que não tem nada haver com o programa.

Santiago
Santiago
3 horas atrás

Finalmente um governador fluminense da vez entendeu que o transporte público é necessariamente subsidiado.
Com a nova tarifa mais acessível, a quantidade de passageiros vai saltar. E junto com ela o aumento da receita tarifária também reduzirá o valor inicial do subsidio.
Entretanto há que se DESVINCULAR o subsídio ao transporte público dos programas de combate e erradicação à pobreza, são duas coisas totalmente diferentes e que devem ser tratadas totalmente em separado.
Lembrando que o transporte público é historicamente e necessariamente subsidiado no mundo inteiro. Até mesmo em países ricos aonde a pobreza é praticamente nula.

Ivo
Ivo
1 hora atrás

Subsidiar tarifas sem explorar receitas não tarifárias é inútil. Mas é isso que o Rio está fazendo.

Vital Xavier
Vital Xavier
1 minuto atrás

Uma boa medida para a população do Rio de Janeiro. Mas isso beneficia muito mais a concessionária que viu seus lucros diminuírem, frente ao aumento das tarifas que se tornaram inacessíveis para a população. Isso é o que acontece com a privatização!!! Um serviço que deveria ser de cunho social, nas mãos dos empresários, vira uma via de lucro, ainda que com subsídios governamentais. O Rio de Janeiro é a bola da vez. Daqui a pouco será São Paulo, que está privatizando tudo transporte metroferroviário.