Mais dois projetos de lei querem mudar nome de estações de metrô em São Paulo
Propostas que tramitam na Assembléia Legislativa pretendem rebatizar as estações Santa Cruz e Bela Vista, esta ainda longe da inauguração

Volta e meia, deputados estaduais retomam propostas para tentar renomear estações metroferroviárias com a adição de homenagens a pessoas.
Nos últimos dias, dois novos projetos de lei foram protocolados na Assembleia Legislativa de São Paulo com esse intuito.
O primeiro, de nº 489/2025, foi criado em 21 de maio pela deputada estadual Andréa Werner (PSB) e pretende mudar o nome da estação Santa Cruz, das linhas 1-Azul e 5-Lilás para “Estação Santa Cruz – Fundação Dorina Nowill”.
Dorina Gouvêa Nowill, que perdeu a visão em 1936 aos 17 anos, foi a fundadora da instituição que leva seu nome e que produz e distribui gratuitamente livros em braile além de áudio e formatos digitais acessíveis.
A fundação tem como endereço a Rua Dr. Diogo de Faria, a cerca de 1 km estação Santa Cruz.

“Poderoso Chefão”
Já o projeto de lei nº 511/2025, protocolado nesta segunda-feira, 26, pelo deputado Rogério Nogueira (PSDB), visa rebatizar a futura estação Bela Vista, da Linha 6-Laranja, com o nome de “BELA VISTA – WALTER TAVERNA”.
O homenageado foi o criador da cantina Conchetta e também um dos organizadores da Festa da Achiropita, tradicional evento do Bixiga.
Nascido numa cocheira no fundos de uma casa na Rua 13 de Maio, Walter Taverna era neto de sicilianos e conhecido também como o “Poderoso Chefão”, que animava os clientes da sua cantina com a tradicional agitação de tampas e panelas ao som da “Tarantela”.

Ambos os projetos terão de ser apreciados pelos demais deputados e deputadas e, caso aprovados em votação, ainda precisarão passar pelas chancela do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos).
Opinião do site
Para quem acompanha o MetrôCPTM, já sabe que somos contra o uso de homenagens, quaisquer que sejam, que pretendem alterar nomes de estações.
Como já repetimos várias vezes, a escolha do nome de estações é feita por um estudo sério de toponímia, que visa escolher denominações que tenham relação com o entorno e que facilitem a localização pelos passageiros.

Portanto, não é o mesmo que rebatizar ruas, viadutos ou qualquer outro equipamento público. Os dois personagens sugeridos pelos deputados são sem dúvida merecedores de homenagens e reconhecimento, porém, alterar o nome de uma estação é um contrassenso e oportunismo.
Há outras formas de fazer isso seja batizando espaços dentro ou fora da estações ou mesmo com algum tipo de exposição fixa que pode ser ainda estendida a outra figuras proeminentes dos dois bairros.
Se eless deputados não tivessem o que fazer e pensar por São Paulo né… Se é pensar em mudar, porque não invertem os nomes das estações Consolação e Paulista que seria até razoável
por mim a estação poderia se chamar Paulista-Consolação
😁 realmente, a estação paulista localizada na Rua Consolação e a estação consolação localizada na avenida Paulista 😁
Inverter os nomes de Paulista e Consolação iria atrapalhar a vida dos passageiros. A forma atual é perfeita para identificar as estações.
Mas pra quem vem na linha amarela e quer ir pra paulista, desce na estação Paulista. Quem vem na linha verde e quer descer perto da Consolação, desce na Consolação. Fica essa polêmica por uma lógica sem sentido.
Paulista é a única da Linha 4 que atende a avenida, Rua da Consolação é atendida por ela e pela Higienópolis. Consolação é a única da Linha 2 que atende a essa rua, Avenida Paulista é atendida por ela, Trianon-MASP e Brigadeiro.
Lógica simples…
A favor de projeto de lei para proibir projetos de lei pra mudar os nomes
Acho que teve um ou dois PLs que tinha justamente esta intenção. Só não consigo acha-las.
Concordo plenamente com a opinião do site. Esse tipo de homenagem vale pra nome de ruas, parques, céus, creches, etc. Rebatizar estações de trem e metrô cheira mesmo a oportunismo e demagogia. Tem que valer a toponimia mesmo. Vejam o nome “Mendes- Vila Natal -Bruno Covas”… é muita letra e palavra para ler e se falar. Vou além: Sou totalmente contra “naming rights”, simplicidade e praticidade, sempre.
Equipamentos de Educação e Saúde, acho até OK usar nomes de pessoas que contribuiram de fato para tais setores. Geralmente nomes de escolas são feitos baseado em professores, diretores e pessoas públicas ligadas à educação (Paulo Freire é um nome comum nas escolas por exemplo); enquanto que na saúde é médicos, enfermeiros, pesquisadores, tipo Emilio Ribas por exemplo.
O que não pode é ficar mudando nome toda hora. Se a pessoa contribuiu sem fazer mal a alguém (tipo um corrupto, golpista, ditador ou assassino), homenagens são justas. Se o nome de algo é relacionado a uma pessoa que fez mal, que se discuta até acabar a discussão e decida-se se compensa manter o nome. Vide Castelo Branco – que foi um general na ditadura. Eu não ligo de manter o nome pois apesar de ser um nome de alguém ligado a violência contra a população em uma época cinzenta, ao mesmo tempo a composição do nome remete a um local também. A homenagem se esvai pois se hoje lê o nome “Castelo Branco”, pensamos na rodovia que corta a região Oeste e não no general e político da época dos corruptos milicos. E dado que pode remeter a um “castelo branco”, aí a homenagem se esvai.
Sou contra o uso de homenagem
Eu acho que seria interessante reservar um espaço da estação com alguns murais que contassem a história dessas pessoas, mas mudar nome de estação parece projeto de deputado que não tem o que apresentar mas precisa apresentar alguma coisa.