Com monotrilho sem previsão de conclusão, Aeroporto de Congonhas ganha linha de ônibus especial

Ônibus da capital
Ônibus da capital

Em obras há quase oito anos, a Linha 17-Ouro do Metrô já deveria ter resolvido a falta de ligação entre o Aeroporto de Congonhas, na Zona Sul de São Paulo, e a rede metroferroviária. O monotrilho terá uma estação em frente ao terminal aeroportuário e será conectado a ele por meio de um túnel que está prestes a ser concluído. Mas a falta de perspectiva de entrega do ramal de pouco mais de 7 km de extensão tem feito com que os passageiros dos voos acabem em sua absoluta maioria optando por automóveis, táxis e aplicativos de carona, tornando o embarque e desembarque infernal em vários momentos do dia.

Enquanto a solução definitiva não vem, a SPTrans decidiu melhorar um serviço que existe há décadas e é geralmente usado apenas por funcionários do aeroporto, o ônibus. A empresa que administra o sistema coletivo da capital passou a oferecer desde domingo, 16, veículos novos dotados de ar-condicionado, Wi-Fi e até espaço para bagagens na linha 609J/10, que liga Congonhas à estação São Judas da Linha 1-Azul do Metrô.

Além disso, a viação responsável pela linha, a MobiBrasil, ampliou o número de partidas, que ocorrem a cada oito minutos, e ampliou o horário de funcionamento até às 23h40. Chamada de “linha especial”, a 609J/10 também exibe em seus ônibus informações sobre o trajeto e a inscrição “Conexão Congonhas” na lateral do veículo. O tempo de viagem entre a estação e aeroporto, distantes cerca de 5 km, é de cerca de 20 minutos. O preço da tarifa é o mesmo, R$ 4,40, e é aceito bilhete único. Como não possuem catracas, esses ônibus contam com um funcionário que vende a passagem para quem não possui o cartão.

A estação Aeroporto Congonhas, da Linha 17: promessa de ligar o aeroporto com a rede metroferroviária que ainda não foi cumprida (CMSP)

Ônibus entre trens e aviões

A intenção da SPTrans é válida mesmo que a Linha 17 estivesse operando. Dependendo de onde o passageiro vem, talvez seja mais viável tomar o ônibus na Linha 1 para chegar ao aeroporto. Já o ramal de monotrilho exigirá dos usuários algumas baldeações que farão a viagem ser um tanto demorada. Alguém que esteja na avenida Paulista, por exemplo, poderá chegar ao terminal utilizando as linhas 2-Verde, 5-Lilás e então a Linha Ouro.

No projeto original, a Linha 17 deveria ir justamente até a estação São Judas, mas o Conpresp (órgão municipal do patrimônio histórico) proibiu que o ramal encobrisse a fachada de Congonhas, que é tombada. O resultado é que o Metrô acabou transformando a futura estação Aeroporto Congonhas em terminal da linha, junto com Jabaquara.

Ironicamente, as duas iniciativas do governo do estado para ligar os dois aeroportos de São Paulo à rede metroferroviária ainda não cumpriram seu objetivo. Enquanto o monotrilho segue atrasado e com vários problemas para avançar, a Linha 13-Jade, da CPTM, teve a estação do aeroporto de Guarulhos podada pela GRU Airport, concessionária que assumiu a operação em 2012.

A esperança reside no “people mover”, linha de trem automatizado que percorrerá os três terminais e a estação Aeroporto Guarulhos, mas as propostas das empresas interessadas em implantá-lo ainda não haviam chegado à ANAC, a agência nacional de aviação civil, como anunciado pelo governo Doria. Enquanto isso, o jeito é se acomodar nos ônibus que fazem a ligação atualmente.

O puxadinho feito pela GRU Airport: promessa de people mover no Aeroporto de Guarulhos ficou no papel

 

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