Governo está avaliando alternativas de traçado para TIC São José dos Campos

Trem Intercidades até São José dos Campos deverá usar trecho da MRS (pxfuel)
Trem Intercidades até São José dos Campos deverá usar trecho da MRS (pxfuel)

O Trem Intercidades (TIC) São Paulo – São José dos Campos é cotado como um dos próximos eixos a serem construídos pela gestão estadual, porém, o governo precisará se dedicar em dobro já que este projeto não possui estudos previamente realizados.

A construção da rede de trens regionais é uma das prioridades da gestão Tarcísio que está empreendendo estudos e análises técnicas para viabilizar os novos eixos ferroviários.

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O site teve acesso a parte dos planos e discussões que estão pautando os novos projetos, bem como sínteses prévias elaboradas através do Plano Integrado de Transportes Urbanos (PITU 2040).

Concepção atual

Pouco se sabe sobre o TIC Eixo Leste que ligará a capital paulista até São José dos Campos. Ele foi o único que não passou pelo processo de projeto funcional, ao contrário dos eixos Campinas, Sorocaba e Santos, que tiveram trabalhos já realizados.

Entretanto, o PITU 2040 traça com um pouco mais de clareza o que poderá ser o traçado deste novo serviço ferroviário. O trecho entre São Paulo e São José dos Campos deverá contar com 104 km de extensão e três estações: Brás, Eng. Goulart e São José dos Campos.

A demanda estimada para o novo serviço está estimada em 45 mil passageiros por dia operando de forma isolada e de 165 mil passageiros por dia operando em rede junto com os outros TICs.

Demanda de passageiros do TIC São José dos Campos (PITU 2040)
Demanda de passageiros do TIC São José dos Campos (PITU 2040)

A previsão é de que o novo serviço utilize a faixa de domínio da CPTM na região da Linha 12-Safira até a estação Eng. Manoel Feio. A partir deste ponto o trem utilizaria o ramal Parateí operado pela MRS. Este trecho é a atual ligação ferroviária entre Rio de Janeiro e São Paulo.

Estima-se que o tempo de viagem entre as duas extremidades do serviço seja de 53 minutos. Para atingir tal desempenho os trens deverão ter velocidade máxima de 160 km/h.

Os intervalos mínimos previstos para o serviço serão de 15 minutos no horário de pico. Serão adotados trens com dois andares e 1.200 passageiros por composição. Trens elétricos são preferenciais neste serviço.

Diagrama do TIC São José dos Campos (PITU 2040)
Diagrama do TIC São José dos Campos (PITU 2040)

O preço estimado da tarifa levou em consideração um valor de R$ 0,32 por quilômetro rodado. Desta forma, o valor da tarifa entre Brás e São José dos Campos seria de aproximadamente R$ 33 em valores de 2021.

O investimento para implantação da infraestrutura é estimado em R$ 6,195 bilhões, enquanto a compra dos trens é estimada em R$ 1,943 bilhão. O investimento total no novo sistema é de R$ 8,1 bilhão.

Tarifas do TIC São José dos Campos (PITU 2040)
Tarifas do TIC São José dos Campos (PITU 2040)

Previsões do governo

As análises do governo apontam que o TIC Eixo Leste possui alto potencial para desenvolver velocidades elevadas devido ao fato do traçado do ramal Parateí ser bastante retilíneo.

As alternativas de traçado adotadas para este tramo variam. Cogita-se uma extensão até a estação Luz, o que aumentaria a distância do TIC para 106 km, além de atender uma região mais densa de conexões.

Porém, a alternativa de parada na estação Luz esbarra na saturada oferta de trens metropolitanos no local, que deverá aumentar com a implantação de novo sistema de sinalização na Linha 11-Coral.

Dados operacionais do TIC São José dos Campos (PITU 2040)
Dados operacionais do TIC São José dos Campos (PITU 2040)

Outra possível ideia seria o atendimento via Mogi das Cruzes utilizando o antigo trecho ferroviário desativado entre Guararema e São José dos Campos, passando por Jacareí.

Os entraves neste caso seriam a reativação da antiga linha tronco com a desvantagem de que ela apresenta maior sinuosidade se comparada ao trecho partindo da estação Eng. Manoel Feio. Caso se opte pela opção existente, Mogi das Cruzes não seria atendida pelo TIC.

Em linhas gerais, apenas após um estudo mais robusto sobre os trens no vetor Leste será possível traçar de forma mais realista o nível de serviço adequado, implicações positivas e complexidades de sua implantação.

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