Metrô assina contrato com a empresa Agis para retomar obras da Linha 17-Ouro

Estação Morumbi da Linha 17-Ouro (CMSP)

Nove meses após assumir o governo do estado de São Paulo, o Tarcísio de Freitas (Republicanos) conseguiu resolver o impasse a respeito das obras da Linha 17-Ouro. Nesta quinta-feira (31), o Metrô assinou contrato com a Agis Construção S.A, que será responsável por concluir as obras civis remanescentes de sete estações, das vias e do pátio Água Espraiada. Segundo nota, os trabalhos terão início ainda em setembro.

A Agis participou da licitação original, realizada em 2019, com o nome de Ferreira Guedes. O certame foi vencido pela empresa Constran, mas a segunda colocada, a Coesa, entrou na Justiça contestando o resultado e venceu.

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Após assumir as obras por um valor de cerca de R$ 500 milhões, a Coesa não teve fôlego financeiro para executar os serviços. Meses depois ganhou a companhia da KPE, empresa também formado pelo espólio da OAS, e o ritmo melhorou até nova parada.

Neste ano, a atual gestão decidiu rescindir o contrato unilateralmente e o Metrô passou a consultar os demais participantes da licitação, nove empresas além da Constran e da Coesa.

A Agis fez a 4ª proposta mais cara, de R$ 615,5 milhões em valores da época. A Constran havia pedido R$ 494 milhões e a Coesa, R$ 499 milhões. Segundo o governo, o novo acordo foi assinado pelo valor R$ 847 milhões, já incluído o reajuste previsto no contrato e a correção da inflação.

Obras da Linha 17-Ouro (Jean Carlos)

Vale lembra que o Consórcio Monotrilho Ouro (Coesa e KPE) havia feito alguns avanços, sobretudo nas vias ao longo do Rio Pinheiros, e no pátio, ou seja, o escopo da Agis será menor do que orçado em 2019.

“A retomada das obras é um anúncio importante, mas exige sobriedade. Não é momento para qualquer celebração porque a sociedade aguarda esta entrega há uma década. É tempo de continuarmos adotando as medidas que a legislação exige, por meio de punição a eventuais condutas das empresas que não cumprem seu compromisso com a população, além de dar as condições necessárias para que a obra seja finalizada pela nova contratada. O conturbado histórico desta obra da Linha 17 exige mais trabalho e menos palavras, seguindo a linha do que tem sido orientado pelo Governo do Estado”, disse Júlio Castiglioni, presidente do Metrô, que assumiu a empresa em abril de 2023.

A opção por chamar uma empresa que participou da licitação original, além de ter sido mais célere, pode evitar questionamentos na Justiça. Não era, contudo, a saída mais defendida por Tarcísio, que instou a ViaMobilidade, concessionária que irá operar o ramal, a assumir as obras faltantes por meio de um aditivo no contrato.

Mas para isso seria preciso que o governo e a concessionária chegassem a um acordo sobre valores e que fosse feito e aprovado uma mudança contratual, o que poderia levar tempo. Uma nova licitação, por outro lado, era a última opção já que corria-se o risco de ver o mesmo cenário de 2019, com participantes indo à Justiça para tentar vencer a concorrência.

Os participantes da licitação da Linha 17 em 2019

Primeiro trem previsto para chegar ao Brasil no primeiro semestre de 2024

Segundo o governo, a Ordem de Serviço (OS) tem previsão de ser assinada em 11 de setembro , o que estipula o meio de outubro como início de fato das obras.

“O plano inicial prevê adequação dos canteiros de apoio às obras, retomada das execuções dos serviços de acabamentos nas estações e de construções das vigas de concreto faltantes nas vias e no Pátio Água Espraiada, além da retomada das negociações com fornecedores e fabricantes de todas as estruturas metálicas do empreendimento (como passarelas, coberturas das estações, esquadrias e vidros, além de shafts de cabos). As primeiras atividades de obra começarão em cerca de 20 dias da emissão da OS, com trabalhadores nos canteiros do Pátio e da estação Brooklin”, diz ainda o comunicado.

Primeiro dos 14 trens do monotrilho da Linha 17-Ouro (STM)

A previsão do Metrô é que as obras faltantes, em torno de 20% do total, sejam concluídas em 18 meses, ou seja, por volta de abril de 2025. Isso seria suficiente para que a Linha 17-Ouro possa realizar testes para entrar em serviço durante 2026.

Outra revelação feita pelo governo é a previsão de chegada do primeiro trem da BYD SkyRail no primeiro semestre de 2024. A fabricação das portas de plataforma, sistema de sinalização e aparelhos de mudança de via já estão em andamento.

A pendência no momento é o fornecimento do sistema de telecomunicações, cuja licitação terá a sessão pública de entrega de propostas realizada na próxima segunda-feira (4).

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