Para quem acompanha este site há algum tempo, a notícia não surpreende: novas estações e linhas de metrô promoveram a requalificação do entorno e o adensamento populacional. Isso está ocorrendo em regiões como Brooklin, Sumaré e Butantã, segundo um estudo do Arq.Futuro, laboratório do Instituto Insper e que foi divulgado em artigo do jornal O Estado de São Paulo nesta segunda-feira (8).
O levantamento destaca o efeito de verticalização do entorno das estações Brooklin (Linha 5-Lilás), Butantã (Linha 4-Amarela) e Sumaré (Linha 2-Verde), que aproveitam a proximidade com a malha metroferroviária como atrativo de vendas. Também é reflexo do Plano Diretor que entrou em vigor em 2014 e estimulou o adensamento próximo de eixos de transporte como linhas ferroviárias e corredores de ônibus.
Mas é óbvio que são as linhas de metrô que provocam esse efeito benéfico na ocupação do solo em São Paulo. Transporte limpo, rápido e seguro, o sistema sobre trilhos está em crescimento, a despeito da interrupção causada pela pandemia. Há projetos de expansão em andamento como a Linha 6-Laranja e a extensão da Linha 2-Verde, além dos monotrilhos da Linha 15-Prata e Linha 17-Ouro.

Todos, sem exceção, têm potencial de mudar o panorama das regiões onde estão sendo implantados, por conta da cada vez maior abrangência da rede metroferroviária e, claro, da integração tarifária, que torna a viagem na Grande São Paulo vantajosa.
Esse fenômeno já atinge até mesmo ramais que só serão inaugurados dentro de três ou quatro anos, como o eixo por onde passa a Linha 6-Laranja, que deve começar a operar em 2026. Trata-se de uma oportunidade de ouro para que o poder público requalifique a cidade e tire gente da periferia, simplificando a vida das pessoas e oferecendo serviços, emprego e lazer em regiões mais estruturadas.
Prefeitura tem dinheiro para construir duas linhas 6-Laranja ao mesmo tempo
A despeito de movimentos que tentam barrar o aumento populacional em bairros valorizados, alegando reflexos como a gentrificação (quando o adensamento causa a expulsão de moradores mais pobres), cabe ao poder público estimular e guiar o mercado imobiliário a incluir todas as classes sociais nesses empreendimentos. Isso ocorre em outras cidades do mundo e pode muito bem ser aplicado no Brasil.
Como dito no início do texto, este site prega há tempos a priorização da expansão sobre trilhos, incluindo trechos centrais e trajetos perimetrais, de forma a criar uma teia de linhas que possa distribuir as viagens de maneira mais equilibrada.

Com uma rede abrangente, a maior parte da capital e cidades do entorno poderá se beneficiar de um transporte mais eficiente e que reduza o trânsito de automóveis e veículos pesados a diesel.
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Apesar dessa constatação, há figuras públicas que ainda vivem no passado, como o atual prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (PMDB). Com o caixa reforçado, a capital paulista tem hoje disponíveis para investimentos quase R$ 35 bilhões, R$ 13 bilhões prontos para serem usados.
É dinheiro suficiente para tirar do papel dois projetos como a Linha 6-Laranja, mas Nunes tem se preocupado mais em implantar corredores de ônibus na Radial Leste ou então expandir a Marginal Pinheiros em direção ao sul.
São medidas obsoletas e que só prolongam o caos que persiste na maior cidade brasileira. Felizmente, existem “óasis” em volta das estações de metrô.