A Parceria Público-Privada do TIC-Eixo Norte trará uma série de melhorias nas estações da Linha 7-Rubi. Uma das paradas que sofrerá grandes mudanças será a estação Água Branca que será completamente reconstruída pelo poder concedente.
Para compreender as mudanças que estão por vir, façamos um panorama inicial da estação que atualmente está instalada. O prédio foi inaugurado no ano de 1976, período em que a operadora era a antiga Rede Ferroviária Federal. Os passageiros têm acesso à estação pelo nível da rua através de rampas de acesso em ambos os lados da estação.
A disposição das plataformas é lateral, sendo necessário realizar o cruzamento entre os lados através de uma passarela, no caso da área paga, ou pela passagem em nível caso o passageiro opte por sair pela área gratuita da estação.
Em ambos os casos existem problemas. Na área paga, falta acessibilidade, visto a ausência completa de elevadores ou escadas rolantes, enquanto no nível da rua existe a passagem em nível, algo totalmente inadequado tendo em vista a frequência na passagem de trens, fato que prejudica sua operação e também pode colocar em risco a segurança dos passageiros.

Mezanino enterrado
A proposta para a nova estação de Água Branca é a de que os acessos continuem sendo no nível da rua, entretanto todo o mezanino seria enterrado. Um novo túnel bipartido seria criado, onde na parte leste estaria localizada a área livre e na parte oeste a área paga da estação. Na área paga é onde haverá a transferência entre as linhas 6-Laranja, 7-Rubi e 8-Diamante.
O novo túnel deverá ter 9 metros de largura, sendo 3 metros dedicados para a área gratuita e 6 metros para a transferência. O novo saguão contará com bilheteria e, a princípio, com uma SSO. Ao longo do corredor de transferência haverá possibilidade da instalação de comércio com atendimento a ambos os lados do túnel.

Para que a obra possa ser executada e as novas plataformas instalada,s será necessária ações por parte da prefeitura de São Paulo através das obras da Operação Urbana Água Branca, que vai suprimir a PN existente a abrir espaço para o deslocamento das vias da linha 7 e 8. Fizemos um artigo bem detalhado sobre as obras de supressão da PN e do deslocamento da Linha 8-Diamante para a nova estação.
Inicialmente será construída a plataforma da Linha 8-Diamante para o atendimento dos trens da Linha 7-Rubi. Durante esse período a concessionária da Linha 7 será responsável pelo ambiente.
Atingido a conclusão das obras de erradicação da PN, a CPTM será responsável por construir a plataforma definitiva da Linha 7-Rubi, bem como o ajuste das vias, dessa forma liberando a área para os trens da Linha 8-Diamante.

Cabe uma questão importante sobre a nova estação Água Branca: A operação em conjunto com a ViaMobilidade Linhas 8 e 9. Nas projeções iniciais, não foram definidos de forma clara qualquer tipo de separação territorial entre as estações que, em sua fase inicial, estará sob responsabilidade da nova concessionária.
As respostas para parte dos questionamentos se encontram no Anexo III.C que dita as principais diretrizes acerca da convivência entre as demais concessionárias. Segundo o documento, haverá necessidade de realizar a repactuação de um convênio firmado entre CPTM, Metrô e ViaMobilidade para que a estação Água Branca seja incluída dentro do acordo. O projeto deverá receber parecer de um auditor independente e será acatado pelo Poder Concedente.

As questões relativas à transferência de passageiros também são importantes, uma vez que existirão três concessionárias no mesmo ambiente, mas metodologias de remuneração diferentes.
Enquanto a Linha Universidade, operadora da Linha 6-Laranja, e a ViaMobilidade, operadora das Linhas 8 e 9, recebem valores por passageiro transportado, a nova concessionária do TIC receberá sua remuneração através de Pagamento Por Disponibilidade (PPD) que segue métricas completamente diferenciadas, excluindo a contagem por passageiro transportado dentro dos parâmetros e cálculos.
Em suma, a nova estação Água Branca é um empreendimento que envolve diversos atores e que requer uma série de cuidados quanto à convivência, gestão de territórios e responsabilidades. Sobre o projeto da nova estação em si, pode-se dizer que ele está adequado ao que se espera de uma estação ferroviária do século XXI além de resolver um velho problema de falta de conectividade adequada entre ramais.