As obras da extensão da Linha 2-Verde do Metrô seguem avançando em várias frentes. Um dos canteiros de obra que tem apresentado uma evolução mais consistente é a Estação Aricanduva.
O site esteve no canteiro de obras recentemente e traz imagens de como ocorrem as atividades na estação, procedimentos de concretagem e detalhes construtivos.
Estação
A Estação Aricanduva está localizada na avenida de mesmo nome, sendo delimitada pela Rua Rodeiro, Tenente Coronel Soares Neiva e Avenida Ibiúna.
Esta é a penúltima estação da primeira fase de expansão da Linha 2-Verde, entre as estações Penha e Guilherme Giorgi.
Método construtivo
O método construtivo adotado para a Estação Aricanduva foi o de escavação em poços secos. Ao todo são seis secções circulares que compõem a estrutura de contenção da estação.
O método de escavação por meio de poços é uma alternativa quando o solo da região possui características mais arenosas e de baixa estabilidade. Para se evitar movimentações indesejadas, principalmente no processo de rebaixamento do lençol freático, este método torna-se preferencial por conferir maior estabilidade ao terreno e segurança nas escavações.
Ao todo a estação deverá demandar 17 mil m³ de contenção, 140 mil m³ de escavação, 45 mil m³ de concreto, 7,6 mil toneladas de aço e 67,5 m² de formas metálicas.
Concretagem
O site, durante visita a estação, pode acompanhar o processo de concretagem da laje de fundo do poço 06, que fica no sentido Penha. Esta concretagem é realizada sequencialmente poço a poço.
A concretagem envolve um esforço contínuo de várias horas de trabalho. Desde a impermeabilização realizada previamente, até o processo de armação da estrutura metálica e processo de fabricação do concreto.
Ao todo, no primeiro poço, foi necessária a injeção de 2 mil m² de concreto. A atividade teve duração de aproximadamente 17 horas seguidas.
No local da obra é montado um centro de controle que permite acompanhar o ritmo de concretagem e a logística dos caminhões betoneira das usinas de processamento até o canteiro de obra.
O processo de chegada dos caminhões e despejo do concreto não é automático. Antes de realizar a injeção da massa dentro da obra, o material precisa passar por alguns testes de qualidade.
São basicamente três testes: Slump, temperatura e rompimento de corpo de prova.
O Slump visa realizar a medição da consistência do concreto a ser injetado na obra. Essa consistência se refere a trabalhabilidade do material, ou seja, sua capacidade de se moldar mantendo bons níveis de resistência.
O teste de temperatura visa aferir se o concreto está em condições ideais de calor para ser implantado na obra. É realizada uma medição, sendo que o ideal é que o material esteja com temperatura entre 19ºC e 25ºC. Caso ultrapasse esse limite o material pode ser resfriado com gelo.
Por fim, parte do material é recolhido e inserido em um cilindro metálico para formar um “corpo de prova”. Após endurecido esse corpo de prova é rompido para se verificar a resistência do material após sua cura. os valores são utilizados pelas equipes de engenharia quando da medição da resistência final das estruturas.
Após passar por todas as etapas de qualidade o concreto é então lançado dentro da vala de forma sequencial. O local é dividido em basicamente três setores.
A base é a parte baixa da vala. Ele é a primeira a ser concretada. O segundo e terceiro setor são correspondentes aos “ombros” da estrutura. Quando vista de forma global observa-se a formação de um berço de concreto. Todo o concreto é lançado através de bombas telescópicas que permitem alcançar o fundo do poço.
Neste poço é onde ocorrerá a passagem do tatuzão. O local será preenchido novamente para a instalação da via permanente, ou seja, outras etapas deverão complementar a estrutura da estação.
Conclusão
Em linhas gerais, a etapa de concretagem da Estação Aricanduva marca o fim das escavações em parte da obra. Cabe lembrar que ainda existem outros setores sendo escavados.
Cada um destes setores deverá passar pelo mesmo processo de preparação, logística e injeção do concreto para assim concluir a laje de fundo da estação.
A parada ainda deverá receber diversas obras, sobretudo para complementar o revestimento secundário, estruturas intermediárias e por fim os serviços mais detalhados nas plataformas, salas técnicas, etc.
O cronograma é de que a Estação Aricanduva possa estar em plenas condições operacionais a partir de 2028.
Excelente matéria. Parabéns Jean Carlos e outras pessoas envolvidas.
Parabéns pelo artigo Jean.
uma pena que a Estação esteja tão atrasada e só vá ser entregue em 2028. o cronograma original era 2026?
vai chegar na penha em 2029 ??
O rompimento do corpo de prova só pode ser realizado semanas depois da utilização do concreto. Ou seja, se não for aprovado, a obra deverá ser demolida?