A CPTM deu início nesta sexta-feira (18) aos estudos para o projeto de divulgação do tempo de espera e de lotação dos vagões de seus trens. Nesse primeiro momento, a companhia abriu um chamamento público para que empresas e especialistas apresentem propostas de solução em até 30 dias e que ajudem a modelar a futura licitação da tecnologia que será embarcada em suas composições.
A intenção de equipar as plataformas das estações da CPTM com informação sobre o tempo de espera pelo próximo trem já havia sido cogitada pelo presidente da empresa, Pedro Moro, em várias ocasiões, e agora começa a ser concretizada na prática. A inclusão da lotação por vagão, no entanto, surpreendeu já que utiliza como fonte de informação o sistema CBTC, que ainda não equipa nenhuma das suas linhas.
Atualmente, apenas a Linha 4-Amarela, operada pela ViaQuatro, oferece esses serviços há vários anos, disponibilizados justamente porque a linha opera com o sistema de sinalização CBTC que possui geolocalização das composições e consegue estimar o nível de lotação dos vagões por meio do peso de cada um deles. Com esses dados, a empresa desenvolveu o painel que mostra com grande exatidão o tempo que falta para o trem chegar a cada estação. Já a informação de lotação é apresentada por meio de barras que orientam os passageiros sobre o vagão mais vazio naquele momento.
Sem o sistema CBTC por enquanto (a empresa deve retomar sua instalação em breve), esses dados teriam de ser coletados de outra forma caso a empresa pretenda disponibilizar as informações num curto espaço de tempo. Prever o tempo de espera pelo próximo trem, no entanto, não é uma novidade tecnológica. Sistemas mundo afora fazem isso há muitos anos, porém, com baixa precisão.
Em Londres, por exemplo, os paineis marcam apenas o tempo por minutos, ao contrário da ViaQuatro, que possui uma contagem regressiva em segundos. O sistema britânico, inclusive, muitas vezes informa uma previsão de três minutos, mas na realidade o tempo de espera acaba sendo maior. Apesar disso, é um dado bastante útil para que o passageiro possa se programar para fazer sua viagem.
Na CPTM, o serviço pode ser de grande valia para organizar os fluxos de passageiros nas plataformas sobretudo quando as obras de modernização permitirem a redução dos intervalos para 3 minutos, meta da empresa.

E o Metrô?
Mesmo a ViaMobilidade, que opera a Linha 5-Lilás e é, a bem da verdade, uma espécie de empresa irmã da ViaQuatro, ainda não anunciou a implementação do mesmo serviço no ramal. O mesmo grupo que controla as duas linhas de metrô também assumirá a Linha 15 em breve e espera-se que a tecnologia seja considerada também.
Curiosamente, o Metrô de São Paulo tem ignorado essa tecnologia há bastante tempo. Ao contrário, da CPTM, a companhia possui duas linhas com sistema CBTC funcionando plenamente, a Linha 2-Verde e o monotrilho da Linha 15-Prata, porém, nenhuma delas fornece a informação.
A boa notícia é que em breve, as linhas 1-Azul e 3-Vermelha deverão contar com o mesmo sistema de sinalização e a companhia admitiu ao leitor Pedro Nardi via SIC que o tempo de espera deverá ser implementado junto com o sistema no ano que vem: “a inserção da sugestão quanto a previsão de tempo de chegada da próxima composição no formato mm:ss (minutos e segundos). A implantação dessas melhorias está com conclusão prevista para junho de 2020”.
