A LinhaUni, concessionária responsável pela implantação e operação da Linha 6-Laranja de metrô, só deve começar a transportar os primeiros passageiros dentro de pouco mais de dois anos, mas já imagina expandir o ramal em 44%.
Como mostrado nesta segunda-feira, 5, pelo site, a empresa controlada pela espanhola Acciona finalizou um relatório ambiental preliminar que traz as primeiras informações sobre as duas extensões planejadas na linha metroviária.
A ideia é implantar duas estações após Brasilândia e quatro após São Joaquim e com isso atrair quase 280 mil passageiros a mais – vale lembrar que a previsão do trecho original é de 630 mil usuários por dia.
Nas justificativas apresentadas pela empresa chamou a atenção um dos motivos para propôr o aditivo contratual que permitirá a execução do trajeto de 6,68 km, aproveitar a atual mobilização da obra.
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Em outras palavras, a LinhaUni quer seguir com as obras sem pausas após concluir os 15,3 km que estão em atividade. Trata-se, portanto, de uma estratégia oportuna por reduzir custos e aproveitar mão de obra especializada e equipamentos.
Um deles será o Tatuzão Sul, máquina que atualmente está escavando túneis entre FAAP-Pacaembu e Higienópolis-Mackenzie. Na proposta, a Acciona seguirá montando os túneis após São Joaquim e até São Carlos/Parque da Mooca, futura estação terminal do ramal.
Na outra ponta, no entanto, a concessionária considera realizar uma escavação sem uso da tuneladora norte. Com solo rochoso em volta da antiga pedreira onde está sendo implantado o pátio Morro Grande, a abertura do trecho será feita por detonações controladas.

Mudanças no traçado
A extensões da Linha 6-Laranja fazem parte do contrato de Parceria Público-Privada (PPP) como a chamada “Fase III”. Nela o ramal poderia ir até Cidade Líder numa ponta e até a Rodovia dos Bandeirantes na outra.
Se no trecho ao sul parte da extensão foi assumida pela Linha 16-Violeta, no trecho norte a LinhaUni chegou à conclusão que apenas duas das quatro estações são viáveis já que um complexo de exposições previsto na região foi cancelado.
Além disso, os estudos iniciais apontaram para um trajeto apontando para o norte, para atender as comunidades de Taipas e Peruas com a estação Velha Campinas.

No sul, das quatro estações (Aclimação, Cambuci, Vila Monumento e São Carlos), Aclimação teve o local alterado para desviar de uma igreja “cujas fundações rasas o tornam de alta sensibilidade à eventuais acomodações do solo”.
A equipe que fez o levantamento também modificou o trajeto dos túneis para evitar áreas onde existem grandes edifícios a fim de evitar fundações muito profundas.
Custo assusta
Com mais de 900 mil usuários diários previstos, a Linha 6-Laranja também necessitará de mais trens. Segundo o documento serão 12 novas composições que se somarão às 22 unidades encomendadas junto à Alstom, totalizando uma frota de 34 trens.
De todos os dados informados pela LinhaUni o custo previsto é o que mais causa espanto, no entanto. Serão necessários cerca de R$ 10,4 bilhões para expandir o ramal em 6,7 km. Ou seja, um valor por quilômetro de R$ 1,55 bilhão.

Como comparação com a própria Linha 6, a primeira fase tem sido avaliada em R$ 18 bilhões ou menos de R$ 1,2 bilhão por km. E ela inclui muitas frentes complexas como o projeto e fabricação dos trens, a implantação de sistemas e o enorme pátio além da aquisição de duas tuneladoras. A extensão, por sua vez, implica em “seguir a receita” aprovada na primeira fase.
Com cinco anos de prazo para sair do papel, a enpansão da Linha 6-Laranja deverá ficar pronta no começo da década de 2030 desde que a LinhaUni consiga aprovar sua inclusão no contrato logo.