Metrô reduz expectativa de demanda de passageiros nas linhas 2, 15 e 17

Em relatório de empreendimentos de dezembro, companhia apresentou estimativas diferentes de movimento de passageiros dos ramais, sobretudo o monotrilho da Zona Sul
Estação Aeroporto de Congonhas (Jean Carlos)

O relatório de empreendimentos do Metrô de dezembro não trouxe grandes novidades a respeito das obras que estão sendo tocadas, porém, um dado chamou a atenção, a expectativa de demanda em três linhas que estão sendo implantadas. Todas elas tiveram suas previsões de movimento de passageiros reduzidas, sobretudo a Linha 17-Ouro.

A extensão da Linha 2-Verde até Penha foi a que menos caiu em relação aos dados anteriores. Se antes o Metrô esperava que o trajeto entre Vila Madalena e Penha tivesse um movimento diário de 1,31 milhão de passageiros, agora a empresa estima um público diário de 1,18 milhão, uma queda de 10%. A projeção, no entanto, se refere a 2028 e não 2026, como antes, talvez fruto de um possível cronograma de entrega das obras mais demorado.

A Linha 15-Prata, que terá mais três estações entregues em 2025, a princípio, teve uma redução de 21% na previsão de passageiros por dia útil. Ela era de 485 mil usuários num cenário de 2025 e agora passou a ser de 384 mil passageiros, mas em 2026.

Estação Penha, da Linha 2-Verde (iTechdrones)

Como dito, a Linha 17-Ouro apresentou a maior variação negativa em demanda, uma queda de quase 44%. Se antes o Metrô estimava que 165 mil pessoas usariam o trecho de oito estações do ramal de monotrilho, agora esse número é de apenas 93 mil usuários diários.

Trata-se, inclusive, de mais uma redução na expectativa da Linha 17, que no passado tinha uma demanda projetada de 185 mil pessoas por dia (caso a linha operasse em 2020).

Ramal Antes Cenário Agora Cenário Diferença Variação
Linha 2-Verde 1.314.780 2026 1.184.025 2028 -130.755 -9,9%
Linha 15-Prata 484.960 2025 383.665 2026 -101.295 -20,9%
Linha 17-Ouro 165.220 2023 93.177 2025 -72.043 -43,6%

Revisões

O que pode explicar diferenças tão gritantes? Uma hipótese pode envolver os efeitos da pandemia do Covid-19, que derrubaram o movimento de passageiros desde 2020. Até hoje, a demanda não voltou aos patamares pré-crise sanitária e talvez isso nunca ocorra.

O trabalho remoto tem crescido, mas também é importante destacar que a população da região metropolitana também muda de hábitos, localidades se desenvolvem enquanto outras perdem a importância. Esse movimento é detectado pelo Pesquisa Origem Destino do Metrô, cuja edição mais recente é de 2017. Boa parte das previsões da companhia era feita sob a Pesquisa OD anterior, de 2007 e talvez essa atualização tenha sido incluída nos dados de dezembro.

De qualquer forma, os dados informados são apenas retratos de um momento e que certamente irão mudar quando esses trechos forem inaugurados.

Total
0
Shares
Antes de comentar, leia os termos de uso dos comentários, por favor
14 comments
  1. Então sobre a linha 15 o metrô havia anunciado q a baldeação em São Mateus acabaria dia 19/1 mas n aconteceu e até agora n se pronunciaram

  2. Não há motivo que justifique essa mudança de 2026 para 2028. Hoje as obras estão aceleradas, o tatuzão pronto e chegando para iniciar perfuração no 1o. Semestre deste ano e dinheiro liberado através de empréstimo através do Banco Interamericano de Desenvolvimento. O governo q se inicia de Tarcísio de Freitas, talvez resolveu que a zona leste de São Paulo não seja prioridade, pois não há nenhum obstáculo para alterar em 2 anos O prazo de entrega dessa obra já tão atrasada.

    1. Quer dizer que você analisou os cronogramas da obra e concluiu que o prazo do Metrô está errado ?
      Menos , menos ,

  3. Então já pode iniciar os projetos de expansão até HOSPITAL CIDADE TIRADENTES ,Monotrilho tem capacidade máxima de 500 mil passageiros, se no atual cenário desceu pra 384 mil passageiros estimados até 2026 ,da pra suprir a demanda de Cidade Tiradentes toda ,tranquilamente

    Último gestão fez conversa pra boi dormir entao??

    1. Sim, porque a demanda atual até São Mateus, embora bem alta, mas não ultrapassa muito as 140 mil pessoas. Mesmo assim, como usuário posso afirmar que é bem cheio, mesmo com essa demanda. Se chegar ao dobro disso, vai ser necessário novas estratégias para organizar melhor a demanda já existente com a nova que consequentemente virá.

    2. Prezado, entendo que não.
      Melhor focar por partes, quando tiver próximo ao final já pode começar a elaboração da nova extensão até o traçado final da linha.
      Precisa ver tbm a situação fiscal do Estado e da Pref do município se terá condições para melhoria do território.
      Importante é ter um trabalho de parceria entre os entes e a sociedade civil.

  4. ” localidades se desenvolvem enquanto outras perdem a importância.” O texto extraído da matéria me leva ao raciocínio que escrevo a seguir. A linha 17, incialmente escolhida para Copa de 2014 quando o Estádio do Morumbi ainda era candidato atende áreas de baixa densidade demográfica e alto poder aquisitivo com exceção de Paraisópolis e Alba. Sem a ligação com as Linhas 4 e 1 vai se tornar “trem de luxo” para população do Campo Belo. Os trechos socialmente mais importantes que ligariam população de baixa renda que mais precisa do modal foram menosprezados em favor ao trecho que vai servir a quem menos precisa…

    1. Linha 2 – Paulista já tem uma demanda muito grande, Linha 15-Prata após a finalização do traço switch da estação Jardim Colonial deverá ter uma demanda boa, como aconteceu na linha 9 esmeralda após o efetivo funcionamento da estação Mendes-Vila Natal. Essas expectativas de utilização por parte da população é muito relativo. Só saberemos mesmo após todas essas estações adicionais estiverem prontas. Afinal, metrô não é feito pra ficar abarrotado de gente como a linha 3 que serve a zona leste, mas que sirva, de preferência, todas as regiões. A única incógnita é essa linha 17-Ouro, que parece ser amaldiçoada. Quando estiver pronta, talvez possa e até deva ser prolongada, seja no sentido Morumbi, seja no sentido aeroporto/Bandeirantes/Diadema, quem sabe?

    2. Correto Caio, a demanda desta Linha 17-Ouro foi uma decisão equivocada, pois se tivessem levado em conta pela Pesquisa Origem Destino das Linhas Metropolitanas comprobatórias atualizadas (2022), visto edição mais recente ser de 2017, além de proporem de forma atabalhoada sem fundamento algum, a mudança da Lei do Zoneamento da região por onde se trafegaria a Linha 17-Ouro demonstrando que ou estão pressionados politicamente ou desfocados da realidade!
      É um engodo e estelionato político eleitoral ficar vendendo a ilusão para a população e prometer para os incautos de que uma execução de Linha de Metrô completa leva no mínimo 15 anos pelas condições brasileiras de que as obras serão executadas mesmo sabendo que não existe previsão de verba para tanto, nem no Estado nem na iniciativa privada, pois não passam de exercícios acadêmicos de futurologia, não possuindo a análise da viabilidade econômica e por isso nunca saem do papel, pois obviamente não existem recursos previstos para sua execução.
      Desta forma pode-se concluir por estes dados que é possivel se completar a Linha 15-Prata até Cidade Tiradentes e a Linha 2-Verde até Guarulhos sem ter que lançar novas linhas.
      Portanto um administrador probo e competente ouviria toda a população e escolheria prioridades, e tomaria uma decisão, em vez de estudos enviesados que já se mostravam claramente viciados e incorretos.

  5. O que só prova o quanto a implantação das linhas é demorada, mesmo que hoje tenhamos obras aceleradas, como a 2, 6 e 15. Além disso, a redução de demanda, sobretudo na Linha 17, mostra o quão equivocado foi a escolha do trecho a ser construído. O ideal seria realizar primeiro a obra na região de Paraisópolis, ou então, o trecho Jabaquara-Aeroporto, já que a ideia inicial era atende Congonhas.

  6. Recentemente o secretário Rafael Benini revelou que as linhas 19-Celeste e 20-Rosa teriam prioridade nos planos da atual gestão, mas que apenas uma delas seria viabilizada até 2025, e também num episódio recente de planejamento desta Linha 16-Violeta nova em paralelo a Linha 15-Prata, após os gestores do Metrô chegaram à conclusão lacônica de que a Linha 15-Prata não poderia se expandir além de Jacu Pêssego rumo a Leste sem que houvesse uma linha para dividir o fluxo, por conta da alegação de aumento de uma demanda “imprevista” com o risco de colapsar o sistema, apesar das inumeráveis advertências na época da implantação de vários especialistas e sites especializados de questionar sua limitação, em mais uma omissão dos arquitetos planejadores do Metrô de SP, estas disparidades poderiam ser detectadas com maior clareza e lucidez, se tivesse levado em conta pela Pesquisa Origem Destino das Linhas Metropolitanas comprobatórias atualizadas, visto edição mais recente é de 2017, demonstrando que ou estão pressionados politicamente ou desfocados da realidade, lançando linhas de forma aleatória e despreparados para calcular a demanda e o deslocamento de passageiros, além do dimensionamento das obras Metrô ferroviárias, principalmente quando se trata de integração de Linhas.

  7. Sei que alguns aqui não vão gostar mas um governador sério deveria fazer o seguinte :
    Falar francamente com a população, olha , vamos terminar o que está iniciado e depois mais nada de trem ou metrô, o que tem é o que está aí, quem não gostar muda pra outro lugar.
    É demagogia ficar prometendo coisas para as quais não se tem e nem terá dinheiro pra fazer
    As pessoas ficam iludidas que vai ter metrô perto de onde moram quando na verdade deveriam estar procurando progredir na vida, lutando e estudando.Esquece , ninguém vai te
    dar nada , não adianta ficar exigindo e cobrando, só vai ficar frustado

Comments are closed.

Previous Post

Imagem de novo trem da ViaMobilidade quase pronto aparece nas redes sociais

Next Post

Recurso suspende licitação de construção da estação Ipiranga, da Linha 15-Prata

Related Posts