Opinião: transporte por trilhos em São Paulo precisa de marca única

Predominância dos nomes e logotipos exibidos pelas cada vez mais numerosas concessionárias tem causado preocupação por não refletir uma malha integrada

Festival de logos e marcas: rede sobre trilhos é só uma
Festival de logos e marcas: rede sobre trilhos é só uma

A revelação em primeira mão pelo MetrôCPTM do nome da nova concessionária de transporte ferroviário de São Paulo, a Trivia Trens, nesta quinta-feira, 17, reforçou ainda mais a visão deste site que o governo do estado precisa escolher um nome padrão para o sistema.

Desde a introdução da marca ViaQuatro no lugar do símbolo do Metrô na Linha 4-Amarela, a gestão estadual comete um erro ao destacar o operador e não que tipo de serviço ele presta, além de não exibir um único logotipo.

Embora deixar evidente qual empresa está por trás dos serviços seja útil por um lado (ao identificar quem faz bem ou mal o trabalho), por outro  essa postura causa confusão a passageiros ao dividir uma rede integrada em uma colcha de retalhos.

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Estatuto Social da Trivia Trens
Trivia Trens será mais um nome a ser exibido no sistema

A chegada da ViaMobilidade nas linhas 5, 8 e 9 ampliou essa divisão, mas ainda assim com impacto menor. Mas agora estamos prestes a ver mais três novos nomes e logotipos aparecerem em estações, totens e trens.

A TIC Trens vai se juntar ao grupo em novembro ao assumir a Linha 7-Rubi enquanto a Linha Uni fará seu debut no final do ano que vem com a abertura da Linha 6-Laranja.

E agora vem aí a Trivia Trens, concessionária que irá operar as linhas 11-Coral, 12-Safira e 13-Jade da CPTM.

O padrão criado pela Transpor for London. O que é importa é o serviço, não o operador
O padrão criado pela Transpor for London. O que é importa é o serviço, não o operador

O processo não irá parar, contudo, já que o governo Tarcísio de Freitas pretende leiloar as linhas 10 e 14 em um pacote, a Linha 16-Violeta de metrô e o Trem Intercidades São Paulo-Sorocaba, para ficarmos num curto prazo.

“Transporte para São Paulo”

Como se vê, serão muitos nomes diferentes em algo que deveria ser visto como uma coisa só. Mais do que isso, o padrão de atendimento tem que ser o instituído pelo poder público e não um capricho de cada operador.

Um ótimo exemplo a ser levado em conta é o que ocorre em Londres, capital do Reino Unido. No berço do metrô, o sistema de transporte (e ele não se restringe a trilhos) é tarefa da TfL, a Transport for London (Transporte para Londres).

E lá existem linhas operadas por empresas públicas e privadas, mas toda a identidade visual e informações destacam o padrão e a logomarca da TfL, seja ele o famoso Underground (ou Tube), o Overground ou o DRL (Docklands Light Rail).

Comunicação visual da Motiva Linha 4 (Motiva)
Comunicação visual da Motiva Linha 4 (Motiva)

Se fosse aplicado a uma espécie de “Transporte para São Paulo”, o que veríamos nos totens seriam o símbolo do Metrô na Linha 4 e da CPTM na Linha 9, por exemplo.

Caberia às operadoras terem seus nomes aplicados em menor tamanho a esse esquema.

Essa proposta evitaria situações como a que se avizinha com a mudança do nome da CCR para “Motiva”, que deve introduzir um novo logotipo às concessionárias ViaQuatro e ViaMobilidade.

Como se vê, o passageiro não deveria se importar em decorar nomes e logotipos diversos e sim reconhecer as marcas consagradas do transporte público de São Paulo.

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14 Comentários

  1. Sempre imagino um turista aqui tentando se entender com essas marcas despadronizadas. Londres é um ótimo exemplo a ser seguido. Itália também, onde você logo identifica uma estação, pela letra M gigante na placa.

  2. será que realmente isso é importante? acho que definir o padrão de atendimento e qualidade das operadoras é mais importante do que a imagem, essa imagem é consequência dessa definição de padrão, é assim no mundo

  3. como é uma opinião, pode-se discordar.
    todos os turistas que eu já vi em SP gostam muito do padrão metrô de SP, o que inclui incrivelmente a linha de 3.
    apesar das diferenças das marcas, eu não vejo a padronização de cada uma como algo útil ou benéfico. Como para o passageiro o que importa é a integração das linhas, não tem porque retirar as diferenças entre elas do mapa, até porque o usuário não vai prestar atenção nisso, e o ponto que eu mais discordo é a sobreposição de empresas.
    Melhor criar uma logo marca para o trem e o metrô que não seja as atuais operadoras, estatais ou privadas e aí sim, colocar em baixo e com o mesmo tamanho da fonte, a operadora do serviço, e ao do símbolo padronizado, o serviço prestado (ex linha 7 – Rubi).

    1. Sinto discordar mas acho muito util. Quando fui pra Tokyo fiquei pensando qual a diferença do Tokyo pro Toei… pro usuario so confunde. Outro lugar que era bagunceiro era Paris que felizmente esta unificando tudo em Ile de France Mobilites. Se nao fosse util nao teria outros lugares fazendo isso.

    2. A própria diferenciação entre Metrô e CPTM já é ridícula. Imagina agora cada empresa querer impor suas marcas. Se fossem empresas que competissem entre si, até faria sentido, mas nem é o caso.
      Mas diga-se de passagem, a empresa que melhor trabalha com a padronização é a Via Mobilidade. O Metrô é o mais desleixado nesse quesito

  4. Concordo em grande parte – só acho que não precisa excluir o logotipo e nome das operadoras mas pode deixá-los em segundo plano e que se deve sim criar um nome próprio para a malha ferroviária e que sejam adicionadas TODAS as linhas nos mapas nos trens e estações, pois pra mim não faz sentido, excluir as Linhas da ViaMobilidade, por exemplo dos mapas dos trens e estações operadas pela CPTM, e acho que tem que constar o mapa em sua extensão total para facilitar para os milhões de turistas que frequentam a Grande São Paulo. Gostei da solução adotada pela Wikipédia (sim, sei que a Wikipédia não é parâmetro), mas eles unificaram sob a nomenclatura ”Metrô de São Paulo” todas as linhas e estações das Linhas 1, 2, 3, 4, 5, 6, 15, 17, além das futuras Linhas 16, 19, 20 e 22, independente de quem é o operador. E o mesmo ocorre com os trens da CPTM que na Wikipédia estão todos sob a nomenclatura de ”Trem Metropolitano de São Paulo” que abrange todas as linhas e estações independente das operadoras das Linhas 7, 8, 9, 10, 11, 12, 13 e além das futuras Linhas 14, 24 e 25 e acho que assim que deve ser. Ou então poderia criar algum nome como por exemplo: ”Sistema ferroviário/metroviário de São Paulo/Grande São Paulo” e unificar todas as Linhas e estações em um só mapa e sistema, independente de quem é a operadora de cada linha, para facilitar para todos os usuários e principalmente para os turistas.

  5. a conversa já começa que nem deveria ter esse monte de operadora. o próprio metrô e CPTM deveria ter um planejamento a curto e médio prazo para se integrarem enquanto empresa e razão social.

    Agora já que o caminho dado pelo governo, concordo em casa um ter sua marca. assim o cidadão sabe (ou deveria saber) a quem reclamar. mesmo assim tem gente chamando CPTM de metrô, e principalmente as linhas privatizadas pelo nome da estatal – inclusive veículos de imprensa.

    1. Ou seja, até você admite que a CPTM é um “peso morto” para a sociedade ao sugerir sua integração ao Metrô.

      E é isso o que a CPTM é: um peso morto, um poço de dinheiro sem fundo, onde a empresa não consegue cumprir o menor dos planos que elabora (mesmo com dinheiro farto e até mesmo assessoria do Metrô).

  6. Provavelmente o logotipo do metro (já conhecido e bem aceito pela população) será utilizado como padrão em todas as linhas, com o nome do operador em segundo plano. Quem sabe o logotipo do metro não vire o logotipo da Artesp num futuro.

    1. Essa seria a melhor solução até mesmo mto antes das concessionárias, a operação da cptm já é no mesmo nível do metrô, salvo algumas questões técnicas q impedem de ser classificado como metrô, basta superar elas e acabar com essa divisão, pra de fato termos o sistema de metrô da grande São Paulo, todas as linhas juntas sob uma mesma gerência faria mta diferença, mas preferiram vender tudo e acabar com empresas q são pioneiras no ramo, reconhecidas como líderes em revitalização e inovação, mas fazer oq o interior escolheu isso…

      1. A operação da CPTM está muito abaixo do nível da operação do Metrô.

        No Metro existe regularidade, planejamento, manutenção e boa administração.
        Na CPTM não existe nada disso.

        É por isso que alguns aqui cogitam empregar o logo do Metrô como imagem fantasia do sistema.
        Se a CPTM fosse tão boa quanto o Metrô, o logo dela também seria cogitado e não esquecido.

  7. Penso a mesma coisa, pra quem usa o sistema todo o dia nao importa muito se a placa diz Metro, CPTM, ViaMobilidade… Mas pra quem nao usa constatemente, ou pra quem e de fora da cidade, um sistema unificado seria muito mais apropriado.

  8. O que o governador Tarcísio está fazendo com o transporte coletivo em São Paulo é um verdadeiro crime, entregando o patrimônio público a preço de banana. Depois que privatiza continua colocando dinheiro público na empresa.

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