O projeto da Linha 20-Rosa do Metrô mostrou-se bastante complexo, não apenas pela sua extensão, mas pelo seu planejamento minucioso. Entretanto, um dos aspectos que causam inquietação é o fato do novo trecho não atender a estação Faria Lima da Linha 4-Amarela.
Siga o MetrôCPTM nas redes: WhatsApp | Facebook | LinkedIn | Youtube | Instagram | Twitter
Era esse o ponto de conexão entre os dois ramais até pouco tempo atrás e um local naturalmente atraente diante do potencial de demanda na região.
O que a princípio pode parecer contraditório, na verdade, possui justificativas técnicas bastante importantes que foram levadas em consideração nos planos do Metrô.
Esta questão foi levantada durante a audiência pública que discutiu o estudo ambiental (EIA/RIMA da Linha 20-Rosa).
O Gerente de Planejamento e Meio Ambiente do Metrô, Luiz Antônio Cortez, mostrou dois aspectos que, segundo ele, inviabilizaram a integração em Faria Lima.

Grande profundidade
Durante a análise de implantação, verificou-se que a estação de integração da Linha 20-Rosa deveria ter uma grande profundidade, tendo em vista que a estação da Linha 4-Amarela possui fundações relativamente profundas.
Neste caso, a Linha 20 cruzaria a 4-Amarela em X. Porém, o custo de implantação e a realização de transferências seria fortemente impactado, já que as movimentações verticais seriam mais notáveis. Cabe citar que, geralmente, estações mais profundas tem maior custo de implantação.
“Mas o estudo de alternativas locacionais, o estudo, até mais especificamente no caso de Faria Lima, seria necessário aprofundar demais a estação da Linha 20 para que ela passe em cruz, vamos dizer assim, com a estação da Linha 4-Amarela que está lá implantada por conta das fundações, da profundidade das fundações da estação que já está lá.“

Traçado restritivo
Outra alternativa para a implantação da estação seria a adoção de um traçado especial. Este traçado é descrito formando uma espécie de S. Porém, a grande verticalização na região e as dificuldades técnicas para um traçado deste tipo também pesaram na escolha da alternativa Faria Lima.
“Então no projeto de diretriz, a linha 20 descrevia uma espécie de um S, passando por meio de quadras, e quadras que estão cada vez mais verticalizadas, o movimento de verticalização ali é muito acelerado, a gente não tem nenhum controle sobre isso”, acrescentou Cortez.
O executivo do Metrô disse aindaque “Ela [a linha] fazia essa espécie de S para que pudesse ficar paralela praticamente à estação da Linha 4 que lá existe. Então isso colocava uma dificuldade técnica muito grande no traçado, ou alternativamente passar com ela tão profunda que iria colocar um problema muito grave, para os passageiros.“
O site mostrou em um artigo que a escolha do traçado da Linha 20-Rosa foi realizada através de análises técnicas profundas que tiveram com pontos de julgamento escolhas multicriteriais, onde diversas facetas da linha eram observadas.

Observou-se então que, em âmbito geral, o traçado que contemplava a integração em Fradique Coutinho era mais viável do que a integração em Faria Lima. Os fatos citados pesaram de forma negativa na solução Faria Lima.
“É muito ruim para o passageiro uma integração que ele tenha que ficar dando volta em escada rolante. Então isso foi um ponto bastante negativo na avaliação multicriterial, contra a solução da integração na estação Faria Lima.”
