Um dos primeiros trens da Série 7000 , que marcaram uma grande fase de modernização na CPTM, está sendo cortado no Pátio Presidente Altino pela ViaMobilidade e será vendido como sucata. Algumas das composições, que sequer atingiram 25% da sua vida útil, estavam abandonadas na área desde que foram avariadas anos atrás.
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A CPTM cedeu toda a frota de trens da Série 7000 para a ViaMobilidade. Algumas composições deverão ficar permanentemente com a concessionária enquanto outras serão devolvidas à medida que a empresa recebe novos trens.
Dos 40 trens enviados para a empresa, dois estavam sem condições de operação, no entanto. A composição 7008 foi vítima de uma colisão que gerou danos à estrutura do trem enquanto a composição 7048 foi atingida por um raio. Imagens feitas pelo canal DiegoMetroferroviário mostram os primeiros carros sendo cortados em Presidente Altino.
Os dois trens, que juntos somam 16 carros, estavam imobilizados e precisariam passar por reformas profundas para voltar a operar. O contrato de concessão, no entanto, não obrigava a ViaMobilidade a reformá-los desde que providenciasse trens novos.
Foi o que ocorreu já que a empresa adquiriu da Alstom duas novas composições da Série 8900 para compensar os dois trens não reformados. Dessa forma a frota patrimonial será mantida sem causar prejuízos aos passageiros.
O contrato de concessão ainda versa que, caso dois novos trens fossem comprados, a concessionária poderia dar a destinação que melhor lhe aprouver aos trens, ou seja, a ViaMobilidade tem a autonomia para cortar os trens ou utilizá-los da forma que julgar mais correta. Observe o texto:
3.4.1 Caso a opção adotada venha a recair sobre a opção (ii), adquirir 2 (dois) novos trens, os trens disponibilizados para remobilização e listados nos itens 3.2 e 3.3, não mais serão objeto de devolução à CPTM nem de reversão ao PODER CONCEDENTE, podendo a CONCESSIONÁRIA dispor pela forma que lhe aprouver, até para implementar tal opção, devendo, neste caso, as PARTES, no momento oportuno, procederem à baixa dos ativos no inventário da CONCESSÃO.
O início do procedimento de corte confirma, de forma inequívoca, a baixa patrimonial prematura das primeiras composições da Série 7000. Os 16 carros que estão em Presidente Altino foram completamente canibalizados e “depenados” de forma que restou como resíduo apenas as caixas de aço inox que podem ser comercializadas.
Encomenda vencida pela CAF
A frota de trens da Série 7000 constituiu a maior aquisição de material rodante da CPTM até então. A concorrência foi lançada em 2007 e concluída no ano seguinte, com a vitória da CAF, da Espanha. Uma das exigências do edital era que a produção fosse feita no Brasil e 38 dos 40 trens acabaram sendo montados em Hortolândia, no interior de São Paulo.

À época, os trens da Série 7000 simbolizaram um padrão de qualidade ainda não visto na empresa, que possuía algumas composições mais novas, mas em pequena quantidade. A configuração das unidades ainda trazia uma solução descontinuada posteriormente, com dois TUEs de quatro carros e ainda sem passagem livre entre eles.
As duas composições avariadas entraram em operação durante o ano de 2010.
