Projeto do Trem Intercidades é visto por potencial interessado como “mal feito”

Plataforma central da estação Jundiai será utilizada para os trens do TIC (Jean Carlos/SP Sobre Trilhos)

O projeto de Trens Intercidades (TIC) ligando São Paulo à Campinas deverá passar por uma revisão em seu edital que será publicada nos próximos dias. Apesar do modelo de serviço já estar consolidado, um dos grupos interessados em participar da PPP classificou o projeto como “mal feito” , segundo reportagem da Revista Ferroviária.

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O projeto sofreu uma espécie de downgrade ao longo dos anos. O modelo mais robusto para construção de trens regionais foi apresentado no ano de 2013 e previa viagens mais rápidas e integradas com outras regiões. A ideia era implantar dois eixos, sendo um no sentido Americana-Santos e outro no sentido Sorocaba-Taubaté.

Para além dos eixos estruturantes, mais abrangentes do que o projeto atual, outra característica marcante seria a maior quantidade de vias para os serviços. A proposta antiga previa que, além das duas vias para o trem metropolitano, outras duas vias seriam destinadas para trens regionais e de carga. Ao todo seriam seis vias na faixa de domínio.

Projeto do TIC previa mais vias (GESP)
Projeto do TIC previa mais vias (GESP)

Após uma série de remodelações, a PPP do TIC foi publicada com alterações consideráveis. O modelo atual prevê a passagem de trens de passageiros e cargas em vias singelas com desvios ao longo do trajeto.

Tal mudança reduz o investimento na implantação e torna a PPP mais acessível. O operador, nesta situação, poderia priorizar a passagem de determinados trens no horário de pico enquanto outros se utilizam dos desvios.

Porém, um dos grupos interessados ouvido pela revista viu fragilidades no projeto, que considerou como precário. O motivo seriam as restrições de operação em decorrência de poucas vias.

Primeira versão do TIC teria como destino a estação Americana (GESP)
Primeira versão do TIC teria como destino a estação Americana (GESP)

“Se algo acontece na via que impeça a passagem do trem, não haverá alternativa para o sistema. A operação ficará vulnerável. Para players internacionais, que vêm de países com uma infraestrutura ferroviária adequada, fica parecendo que o projeto é mal feito”, disse a fonte.

Em casos de acidentes ou problemas no trecho em via singela toda a operação seria impactada. Evidentemente, a operação do TIC deverá ter cuidado redobrado para permitir a fluidez das viagens.

Os demais grupos interessados não viram neste aspecto um empecilho para a operação. Mas fica evidente que o projeto sofreu restrições que poderão, até certo ponto, limitar a operação dos trens.

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