Nesta quinta-feira, 23, o governo do estado, em reunião dos conselhos que discutem os programas de concessões e privatizações, qualificou quatro projetos de mobilidade sobre trilhos, que serão agora objeto de estudos mais aprofundados.
Além de dois VLTs nas regiões de Campinas e Sorocaba, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) anunciou o aval para o Trem Intercidades para Santos (TIC Eixo Sul) e para São José dos Campos (TIC Eixo Leste).
Enquanto o trem regional para o Vale do Paraíba é considerado o menos complexo de ser implantado, com previsão de R$ 6 bilhões de investimentos, o Trem Intercidades para a Baixada Santista se coloca como um enorme desafio técnico e econômico.
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Em virtude da presença da Serra do Mar e seus cerca de 700 metros de desnível em relação à Baixada Santista, implantar um serviço de trens de média velocidade será uma tarefa complexa.
Basta notar que a previsão de investimentos é bem elevada já antes mesmo de estudos mais aprofundados. Serão pelo menos R$ 15 bilhões aplicados, mas é razoável esperar por um custo ainda maior já que o Trem Intercidades para Campinas prevê valores pouco inferiores.

Caminho por Mongaguá?
Apesar de ainda não estar claro por onde a ferrovia ligará São Paulo a Santos, o governo estima a viagem em uma hora e meia. Apenas como referência, os ônibus que fazem o percurso entre Santos e o Terminal Jabaquara levam entre 1 hora e 10 minutos e 1 hora e 40 minutos – sem congestionamentos, vale dizer.
Vencer a Serra do Mar tem sido o dilema de todas as sondagens já reveladas para o TIC Eixo Sul. Atualmente os trens de carga utilizam um sistema de cremalheira para vencer o desnível, mas essa hipótese parece descartada.
No passado, pensou-se em um enorme e profundo túnel que teria início dentro de São Paulo e tornaria a viagem veloz, porém, o custo elevado e as dificuldades técnicas sepultaram a ideia, aparentemente.

A gestão Tarcísio, por sua vez, tem cogitado escolher um caminho diferente, pelo sul da capital, passando por Mongaguá. Essa opção, entretanto, parece impor um tempo de viagem mais longo, que pode tirar a atratividade do projeto.
A decisão sobre o trajeto também inclui definir com qual linha de trens metropolitanos o Trem Intercidades para Santos será conectado. O caminho tradicional envolve a Linha 10-Turquesa, no ABC Paulista, mas uma rota via sul de São Paulo poderia colocar a Linha 9-Esmeralda como ponto de conexão.
São questões que, espera-se, serão esclarecidas nos próximos meses.