Trecho da Linha 2-Verde próximo à Penha ainda mostra pouco avanço nos canteiros

Canteiro da estação Penha da Linha 2 (iTechdrones)

Se para os moradores do entorno das estações Vila Formosa e Anália Franco, as obras da Linha 2-Verde são uma realidade palpável, em outros trechos da extensão do ramal do Metrô os canteiros permanecem praticamente parados, quase um ano e meio após o início oficial dos trabalhos.

Vídeos recentes do canal iTechdrones e o compilado publicado pelo próprio Metrô revelam que as futuras estações Guilherme Giorgi, Aricanduva e Penha permanecem como imensos terrenos vazios, ainda sem a presença de estruturas e funcionários como na outra ponta das obras.

O descompasso é até esperado, afinal as três paradas fazem parte da segunda fase da expansão da Linha 2 até Penha e que inclui também a estação Santa Isabel, a única a ter alguns preparativos mais claros para início das atividades. Enquanto Aricanduva e Guilherme Giorgi seguem inativas, Penha vê a montagem dos alojamentos e escritórios do consórcio responsável pelas obras.

As quatro estações desse trecho têm previsão de inauguração em 2026, um ano após a entrega da primeira fase, que engloba as paradas Orfanato, Anália Franco, Vila Formosa e Santa Clara, esta última a mais atrasada delas e que só agora passa por alguma movimentação de terra.

Não no meu quintal

A situação das obras de expansão da Linha 2-Verde é bastante preocupante. Os trabalhos no Complexo Rapadura, fundamentais para que a escavação dos túneis pelo “tatuzão” seja iniciada, continuam suspensos pela Justiça.

A polêmica criada por moradores do Jardim Textil e pelo Ministério Público, primeiro por conta de árvores numa praça e depois pela descoberta de uma diminuta área de vestígios arqueológicos, tem impedido que o cronograma avance, a despeito de tentativas de negociação.

A ironia é que o argumento ecológico da derrubada das árvores está ao mesmo tempo provocando mais poluição na região à medida que a inauguração dos 8 km acabe atrasando, o que é praticamente um fato consumado. Sem o ramal de Metrô, mais veículos poluentes continuarão circulando na Zona Leste, prejudicando a saúde dos moradores e causando congestionamentos e perda de horas que poderiam ser usadas em atividades mais saudáveis.

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Espanta também a dimensão exagerada da reação do Ministério Público quanto à existência de duas áreas com vestígios arqueológicos já que ambas estão fora do escopo das obras. Se de fato os problemas envolvessem a vegetação e a questão do material encontrado, eles não seriam impeditivos para ue houvesse um acordo rápido que preservasse ambos e que permitisse que os trabalhos fossem iniciados.

No entanto, suspeita-se que o motivo por trás de tamanha ‘indignação’ seja o de sempre, o fenômeno NIMBY (acrônimo para Not In My Back Yard, ou não no meu quintal), quando há a reação de uma minoria afetada por algum projeto de grande impacto para uma cidade ou região.

Nesse caso, parece tratar-se do lema “Metrô sim, mas longe daqui” e que balizou alguns tristes episódios anteriores como da finada estação Três Poderes, da Linha 4, dos protestos de moradores contra Linha 17 na região do Morumbi e da famosa rejeição à Linha 6-Laranja e sua “gente diferenciada”.

O prolongamento dessa discussão na Justiça só reforça essa percepção, infelizmente.

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