Apesar da TIC Trens estar ainda em período de mobilização, as equipes já estão definindo os modelos operacionais para o primeiro trem de média velocidade do Brasil que deverá ser composto de 10 carros.
A informação foi dada por Guilherme Martins, presidente da TIC Trens, durante podcast produzido pela Revista Ferroviária.
Em um dos questionamentos realizados durante o programa foi revelada a configuração das composições do Trem Intercidades. Cada um dos 15 trens deverá ter 10 carros de passageiros e operar com velocidade máxima de 140 km/h.
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Ao todo o TIC demandará 15 composições, ou seja, 150 carros deverão ser encomendados ao mercado ferroviário.

As composições deverão ser todas de pavimento único, eliminando a proposta aventada pelo governo de trens com dois andares (double-decker). A justificativa é a necessidade de se adequar projetos de túneis e das próprias vias para uma condição de operação diferenciada.
As composições deverão ainda contar com itens importantes como espaços para guarda de malas e bicicletas. Os veículos contarão também com carros bar e restaurante que poderão servir alimentos ao longo da viagem que terá duração aproximada de uma hora.
Novos trens para o TIM
Além das composições para TIC a concessionária deverá encomendar sete trens de oito carros para a operação no serviço TIM. Esses trens deverão ser bastante semelhantes aos da CPTM, mas com vantagens tecnológicas.

Disputa pela construção
Apesar do Grupo Comporte e CRRC estarem aliadas, não existe formalmente obrigações para que os trens comprados sejam chineses. Bastos afirma durante a entrevista que a diretriz do grupo é a de maximizar resultados.
Dentro deste contexto os chineses se apresentam como players importantes, mas não definitivos. Apesar de um possível cenário de competitividade, a gigante asiática poderá apresentar propostas vantajosas, como ocorreu com a Série 2500 no Brasil.
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A possibilidade da construção de uma fábrica da CRRC no Brasil foi tema do programa. Existiria um gatilho para que uma indústria local fosse implantada, sobretudo com encomendas grandes como àquela apresentada pelo Metrô para fabricação de 44 novos trens.

A depender do cenário futuro, a CRRC poderia ampliar a presença nas Américas, e sobretudo no Brasil, apresentando fortíssima concorrência com empresas como Alstom, CAF e Hyundai Rotem instaladas em território nacional.