A construtora espanhola Acciona quer ir além da Linha 6-Laranja e implantar a Linha 16-Violeta, que está em projeto pelo Metrô. A empresa que controla a concessionária LinhaUni protocolou uma Manifestação de Interesse em assumir o ramal metroviário que a princípio atenderia apenas a Zona Leste.
O site teve acesso aos documentos que mostram que a Acciona propõe uma versão diferente da Linha 16, com apenas 16 estações, indo de Oscar Freire à Abel Ferreira, estação seguinte à Anália Franco, onde está prevista a conexão com a Linha 2-Verde.
Nesse arranjo, o ramal Violeta se conectaria com a Linha 6-Laranja em São Carlos (Parque da Mooca), mas dali seguiria por um trajeto inédito que contemplaria as estações Parque Independência, Basílio da Cunha e Parque Aclimação, cruzando com a estação Ana Rosa em vez de Paraíso, como sugeriram estudos anteriores.
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Após Ana Rosa, o ramal seguiria para a região do Instituto Dante Pazanezze, onde haveria uma estação com esse nome, Parque do Ibirapuera e então parece voltar ao eixo original, cruzando o Jardim Paulistano até terminar em Oscar Freire, onde está a Linha 4-Amarela.

O percurso teria 16 km ou metade do estimado pelo projeto diretriz do Metrô, mas curiosamente voltaria a percorrer áreas centrais da capital em vez de terminar em São Carlos, como mostravam mapas da malha futura publicados pelo governo.
Por outro lado, a Linha 16-Violeta abandonaria num primeiro momento o atendimento a regiões carentes do extremo da Zona Leste, além de deixar de aliviar a demanda prevista para a Linha 15-Prata em Cidade Tiradentes. Isso é colocado como uma possibilidade pela empresa.
Projeto de R$ 24 bilhões
A Manifestação de Interesse Privado (MIP) foi protocolada no dia 21 de agosto é uma formalidade para obter a permissão do governo estadual para seguir com os estudos preliminares.
Portanto, não significa que a Acciona assumirá o ramal já que a gestão pública precisará abrir essa oportunidade a outros possíveis interessados. Dos estudos será possível então avançar nos projetos e na modelagem de uma eventual licitação de concessão.

No resumo da apresentação, a Acciona estimou o custo da Linha 16-Violeta em R$ 24 bilhões e vislumbrou o início da concessão de 30 anos em 2026 com a estreia operacional em 2035.
Do investimento geral, o governo entraria com R$ 12,8 bilhões pagos por aportes de desapropriações e contraprestações.
A Acciona estimou a demanda média diária em cerca de 620 mil pessoas que seriam atendidas por uma frota de 24 trens.

Plano da Acciona parece positivo
O interesse da empresa espanhola em assumir a Linha 16-Violeta não surpreende já que o ramal foi no passado a extensão leste da própria Linha 6-Laranja.
Com o acordo para levar a Linha 6 além de São Joaquim, chegando à conexão com a Linha 10-Turquesa, a Linha 16-Violeta perdeu parte do seu atrativo no formato anterior.
A proposta do traçado pensado pela Acciona, entretanto, parece positiva ao preservar o atendimento do ramal a áreas importantes da capital e evitar o confronto com a Linha 6.
Para a construtora e sua concessionária, a LinhaUni, operar um segundo ramal complementar seria certamente um acréscimo importante de demanda e receita.
Com tantos projetos em gestação, no entanto, o governo Tarcísio de Freitas terá de rever prioridades caso esse projeto avance.