‘Bombardeada’ por críticas, Linha 15-Prata volta a registrar recorde de passageiros transportados

Com falhas possíveis de serem evitadas, monotrilho é alvo de desconfiança e preconceito enquanto já leva 117 mil usuários por dia, segundo dados do Metrô
Área de manobra da Linha 15-Prata após Jardim Colonial começou a ser usada todos os dias (iTechdrones)

Para o sindicato, o monotrilho significa menos emprego já que sua operaçao autônoma, como a da Linha 4-Amarela, pode dispensar a presença de um operador a bordo (o que o Metrô ainda não implantou).

Já para críticos seletivos ouvidos pela grande mídia, o modal pode ser substituído por corredores de ônibus, sem explicar por que o Expresso Tiradentes, elevado e segregado, não atrai tantos passageiros.

Apesar da campanha contrária e dos erros cometidos pelas empresas contratadas pelo governo e o próprio, a Linha 15-Prata teima em contrariar as piores previsões.

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A despeito das batidas e falhas, que poderiam ter sido evitadas, o ramal de 11 estações voltou a igualar seu recorde de passageiros transportados em média nos dias úteis. Em fevereiro, cerca de 117 mil pessoas circularam na Linha 15-Prata, número semelhante a novembro do ano passado – os dados exatos não são compartilhados pelo Metrô, mas vale citar que a máxima do sistema foi superada, chegando a 125 mil usuários/dia no mês passado.

Mesmo com interrupções incômodas para os passageiros, que são obrigados a seguir viagem por ônibus do sistema PAESE ou então circular em baixa velocidade em trens operando de forma limitada, o monotrilho deve expandir sua atuação na Zona Leste em 2023. A razão é o início da operação de duas novas áreas de manobra, que permitirão que mais trens sejam inseridos no carrossel, reduzindo o intervalo médio atual de 184 segundos.

Evolução da demanda de passageiros da Linha 15 desde 2020, pouco antes do acidente com o run-flat que paralisou o ramal (clique para ampliar)

No sábado, o Metrô passou a colocar os trens em circulação direta entre Vila Prudente e Jardim Colonial, realizando a manobra após esta estação. A medida não apenas beneficia o público que frequenta Jardim Colonial, que assim evita a troca de trens em São Mateus, como sobretudo oferece mais agilidade ao sistema. Um aparelho semelhante deve entrar em operação na outra ponta nos próximos meses.

Juntamente com as obras de readequação da estação Vila Prudente da Linha 2-Verde e, no futuro, a inauguração da estação Ipiranga, onde se conectará com a Linha 10-Turquesa, haverá condições reais de julgar afinal se o monotrilho é ou não capaz de oferecer uma viagem rápida e confiável aos passageiros.

Trens M14 e M15 após a colisão: incidente poderia ter sido evitado (Reprodução/TV Globo)

Até lá, o Metrô precisa “reconhecer o filho como seu” e cuidar para que episódios lamentáveis como o do choque entre os trens fora do horário de operação e o desgaste de concreto das vigas não sirvam de munição aos que defendem, pasmém, até sua demolição, como se a Linha 15-Prata já não tivesse contribuído para uma melhora significativa da mobilidade na região, sem contar a requalificação do entorno.

Gostem ou não, o monotrilho é uma realidade e não um “brinquedo da Disney”, com inúmeros similares mundo afora, que funcionam dentro do esperado. Culpar um modal por conta de falsas promessas do passado (e que geralmente não são questionadas na época pela grande imprensa) ou pela falta de planejamento de gestões passadas em implantá-lo é uma prova contundente de má-fé, de interesse em vê-lo fracassar por razões pouco justificáveis.

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36 comments
  1. É isso aí , Ricardo!! Fala mesmo, critique mesmo!! Tem que falar dos metroviários anti-automatização que fazem corpo mole e causam essas falhas e falar da mídia parcial e sensacionalista. Excelente materia

    1. R, vc tem algum problema com metroviários? Tentou ser um e não conseguiu? Postura ridícula querer envolver até sindicato no que acontece com o monotrilho!

  2. BRT não daria conta da demanda, em São Mateus os ônibus sempre foram ruins, os moradores sempre sofreram tendo q ir pra Itaquera ou pra V. Prudente de ônibus num trajeto extremamente longo e demorado, ai olha ideia dos engenheiros, colocar mais um? Olha no ABC, a população até hj não se conforma com o cancelamento da L-18, o monotrilho não é ruim, só precisa de um sistema melhor, manutenção nas vigas-guias, e melhor comunicação entre os operadores

  3. E boa parte das críticas a L-15, são infundadas e ditas por pessoas q nem nunca andaram nele (digo por experiência própria, depois de ter ouvido várias)

  4. Isso é brincadeira, né?
    Comparações absurdas feitas neste texto. Expresso Tiradentes é outro projeto, outra época e nem seguiu o projeto original
    Depois, insinuar que é culpa de sindicato a manutenção de operadores
    Ocultar que os agentes que estão na liha 4 têm treinamento para operação emergencial
    Tentar convencer que só porque aumentou a demanda é bom
    Nossa, que desepero para tentar defender um meio de transporte
    Lamentável ver textos assim, de achismo disfarçado de notícia

    1. Olá, André, tudo bom? Que comentário impecável, mas faltaram dados e provas sobre suas alegações. Vir aqui com o ‘rei na barriga’ tentar desqualificar o que não lhe agrada não faz suas afirmações tornarem-se verdadeiras. Se quiser comprovar porque o Expresso Tiradentes não pode ser comparado e explicar o que causa tantos problemas no ramal, fique à vontade. Caso contrário é apenas achismo disfarçado de crítica, não é mesmo? Abração.

    2. O melhor indicador é uso. Se fosse horrível como dizem, ninguém usaria e teria índices de reprovação altíssimos. Usei por diversas vezes e foi super rápido e seguro.

      1. De onde estão achando que o Ricardo está atacando o sindicato? Foi feita uma crítica que os próprios metroviários fazem sobre o modal, ponto. Não foi feita acusação alguma que os mesmos sabotam as operações, que aí sim seria uma crítica infundada e sem provas.

        Sobre o texto, concordo. Afinal, é só o monotrilho da linha 15 que tem problemas nas operações, falhas e atrasos. É só as linhas 15 e 17 que tem atraso nas obras e empresas abandonando as obras. Afinal isso não acontece nas demais 6 linhas do metrô tradicional ou nas 7 linhas de trens metropolitanos.

    3. Acho que o Expresso Tiradentes foi mal acabado e subutilizado. Em Xiamen na China e na Cidade do México há sistemas parecidos com o Expresso Tiradentes. Se o Expresso Tiradentes fosse construído como no projeto poderia ser integrado ao metrô e monotrilho.

  5. Assino embaixo, Ricardo! Ainda que evitáveis, é normal que falhas ocorram, pois o monotrilho ainda é um modal recente, o Metrô de SP ainda está adquirindo know how com a operação. E no caso da L15, ainda está em construção e com limitações técnicas.

  6. É bastante hipocrisia as críticas ao modal com base nas falhas, visto que as linhas de trem da ViaMobilidade estão em uma situação similar e ninguém diz que precisa quebrar a CPTM toda e substituir por algo “melhor”.
    É óbvio que o monotrilho tem falhas, mas ao invés de culpar o modal é dever da sociedade, e especialmente da imprensa, cobrar as empresas responsáveis por ele, que estão cometendo erros graves.

    1. Ai também não, o monotrilho tem uma falha por semana, L-8 & 9, tem falhas quase td dia, e com índice de reprovação quase em 0

  7. Passando um pano para o Metrô, pois quando aa falhas são nos trens da Via Mobilidade a crítica é diferente.

    1. Acontece que as Linha 8 e 9 tinham um padrão de qualidade que se não era ótimo, era no mínimo aceitável e isso caiu. O monotrilho não tinha padrão para se ter como parâmetro, até porque não existia monotrilho. Algo que não vai ocorrer com a Linha 17, por exemplo, que deverá entregar, no mínimo, o que a Linha 15 entrega.

  8. Quem prefere Corredor de Ônibus, ou com seu nominho mais bonito BRT, ao invés de monotrilho só pode ser desinformado e acreditar em tudo que grande mídia espalha ou ser só um mal intencionado mesmo, fã de governos cheio de interesses escusos por trás destas malditas concessões.

  9. Eu acho que nenhum modal é necessariamente ruim. O que é ruim é a aplicação errada de um determinado modal. Essa linha claramente tinha que ser metrô pesado. Conectar uma região pesadamente populosa com a malha metroferroviária por meio de um modal de média capacidade foi um erro fundamental. Isso significa transportar uma grande quantidade de pessoas em uma velocidade que não pode ser baixa em um sistema que não foi feito pra isso.
    E quando chegar em Cidade Tiradentes é que teremos ainda noção do problema.

    1. Concordo plenamente. O modal não é adequado para a quantidade de pessoas que precisam usá-lo. E as falhas já provaram que ele não é tão seguro quanto se pensa… Cidade Tiradentes ainda vai ter que esperar anos até uma linha de metrô de verdade chegue lá e eles tenham um serviço adequado à demanda.

      1. Mas ele carrega apenas 1/3 da capacidade esperada, e os problemas são de sinalização, não tem haver com a capacidade

    2. Bom não era possível construir um metrô pesado, e Na Cidade Tiradentes ele só vai chegar qnd a L-16 Violeta estiver pronta para dividir a demanda

  10. Para de demonizar os trabalhadores e o sindicato cara.as falhas na linha sao de gestão de cima.
    Existe sim uma desconfiança e rejeição legitima ao modal principalmente por causa do fiasco e da hecatombe da linha 17 ouro outra linha de monotrilho que nao tem uma unica estação pronta.é natural que a linha receba parte desta frustração por também ser monotriho.
    Portanto tem q criticar sim se tem falhas nao estamos mais em 1974 quando inauguravam metro com tres estações.

  11. Eu achava que não era o único nesse negócio…A imprensa coloca a imagem do monotrilho lá embaixo sob argumentos que não tem fundamento nenhum…O problema do monotrilho não é o conceito, É A FORMA COMO ELE FOI FEITO. PSDB e companhia erraram de forma grotesca no planejamento, de forma atabalhoada e sem compromisso com a palavra. Prazos inexequíveis por causa de eleição, lançar a obra e só “descobrir” depois que existia um córrego ali, é um erro infantil e mal intencionado no projeto.

    Esse site aqui é um alento pra quem busca informação de verdade. A imprensa de modo geral deixa o debate em todos os quesitos de forma rasa, parcial e mal intencionada. Os “especialistas” que eles procuram não tem o menor embasamento de informação pra dar opinião do projeto. Vi de um deles falar que o sistema de sinalização precisa ser aprimorado pq deveria um sistema de redundância no projeto pra evitar acidentes. O ponto é que ESSE SISTEMA JÁ ESTÁ NO MONOTRILHO E É O MESMO DA LINHA 4-AMARELA!!!!

    A verdade é que o povo precisa buscar se informar melhor, precisa aprender a questionar as coisas e ter o senso de dono sobre o patrimônio público, porque quando a imprensa ou os “especialistas” sugerem essas ideias esdrúxulas, pouca importa de onde vai vir o dinheiro pra isso!

  12. tem gente que fala que o monotrilho não aguenta a demanda

    e o que aguenta a demanda? os atuais ônibus? os carros e motos particulares? que trafegam nas estreitas estrada do Iguatemi e ragueb choffi?

    antes da pandemia, quase todas as linhas de metrô estavam saturadas. se o metrô convencional está saturado, se a linha 15 ficará saturada, é sinal que o sistema é bom e confiável, pois se fosse porcaria o pessoal continuaria indo de ônibus.

    e pra quem defende BRT no lugar de monotrilho, como sempre falo, se BRT fosse bom , PAESE dava conta do recado.

  13. Sr Ricardo Meyer: mantenho minha citação “sairá mais barato a demolição da atual linha 17” pois a mesma está em processo da lei de Murphy. Qualquer alteração no movimento desta linha será apenas um “adiamento” para conclusão desta lei. E repito: está região da cidade de São Paulo precisa e merece um sistema de transporte de massa, com um alto grau de excelência no atendimento ao munícipe, que paga seus impostos para ter isto a sua disposição. Mesmo que tenha refazer isto.

    1. Acho que o Expresso Tiradentes foi mal acabado e subutilizado. Em Xiamen na China e na Cidade do México há sistemas parecidos com o Expresso Tiradentes. Se o Expresso Tiradentes fosse construído como no projeto poderia ser integrado ao metrô e monotrilho.

  14. Esta quantidade de passageiros mostra que a população aprova o monotrilho. Já andei de monotrilho da Vila Prudente a São Mateus e achei um bom meio de transporte. Deveria haver uma reportagem tanto na TV como na imprensa escrita entrevistando as pessoas que moram próximo ao monotrilho perguntando se melhorou a mobilidade da região, além da valorização dos imóveis.

  15. Conforme eu sempre falo por aqui: existe um monte de entendido no assunto… que nunca nem chegaram perto ou utilizam o serviço. A realidade tem de ser dita por quem utiliza o serviço no dia a dia….quem conhecia a região antes da implantação do monotrilho…. Com certeza essas pessoas vão afirmar que a região melhorou bastante. Mas claro, nem tudo são flores, tem muuuuuito para melhorar e temos de buscar essas melhorias.

  16. Sou morador de Higienópolis, na região da Paulista, e em 2021 fui até São Mateus pela Linha 2-Verde e Linha 15-Prata, para conhecer essa linha – ou seja, não sou usuário frequente, e fui a passeio, mesmo. Gostei muito do serviço e da experiência, e fiquei surpreso com o fato de que me desloquei por 27 km POR DENTRO DA METRÓPOLE, e gastei 1h, de porta a porta, pelo preço de uma passagem. Achei formidável. Acho que, às vezes, as pessoas criticam sem ter noção da amplitude de São Paulo e do tamanho do desafio de se locomover dentro dela – são distâncias enormes, com muito obstáculos no caminho. Enfim, minha experiência foi limitada, mas tive uma ótima impressão desse modal. As críticas construtivas são bem-vindas, para aperfeiçoar o serviço; mas preconceitos, como sempre e em qualquer caso, são dispensáveis (e condenáveis). Espero que os projetos de monotrilho de Sampa finalizem, pois beneficiam muito os cidadãos e a metrópole, como um todo (diga-se de passagem, a mais bem conectada do país, na minha modesta opinião, com seus vários modais e integrações).

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