Linha 15-Prata é fechada após colisão entre dois trens antes do início da operação

Segundo o Metrô, duas composições do monotrilho bateram “levemente” de frente entre as estações Sapopemba e Jardim Planalto. Ramal acabou fechando após Sindicato dos Metroviários mobilizar funcionários
Trens se chocaram na manhã desta quarta-feira antes do início da operação (Reprodução/TV Globo)

Uma colisão entre dois trens de monotrilho poucos minutos antes da abertura da operação interrompeu o funcionamento da Linha 15-Prata nesta manhã de quarta-feira (8). As duas composições M14 e M15 estavam sendo posicionadas para início dos serviços quando houve o choque entre as estações Sapopemba e Jardim Planalto.

O Metrô afirmou que os dois trens sofreram um choque “leve”, mas imagens aéreas da TV Globo mostram um estrago bastante grande em ambos os vagões. A cabine foi esmagada com a batida, destruindo o para-brisa e a chamada máscara frontal. Os trens Innovia 300, fabricados pela Alstom não possuem condutores presenciais, sendo operados de forma remota.

A Linha 15-Prata chegou a operar a partir das 5h10 entre Vila Prudente e Vila União, mas o Sindicato dos Metroviários organizou um movimento entre os funcionários para impedir a operação parcial.

Com isso, o ramal acabou sendo paralisado e os passageiros estão utilizando o serviço PAESE, de ônibus. A companhia, no entanto, conseguiu restabelecer parte da operação no final da manhã.

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“Por volta das 4h30, fora da operação comercial, durante o posicionamento dos trens ao longo da Linha 15-Prata, duas composições se chocaram levemente entre as estações Sapopemba e Jardim Planalto. Nenhum funcionário se feriu neste incidente. O Metrô já iniciou apuração para saber o motivo desta colisão”, diz a nota do Metrô.

Mais tarde a companhia reconheceu que o dois trens estavam com operadores na cabine e um deles reclamou de dores no ombro e foi levado a um hospital, explicou Antonio Márcio, gerente de operações do Metrô, em entrevista ao Bom dia SP. Ele ainda reconheceu que um dos trens estava na via contrária e que o choque foi frontal.

É a segunda vez que trens da Linha 15-Prata se chocam. Em 29 de janeiro de 2019, duas composições do monotrilho passaram por um episódio parecido, mas na estação Jardim Planalto, próximo de onde ocorreu o incidente de hoje. Assim como no episódio desta quarta-feira, os trens já estavam fora de serviço. Na ocasião, o Metrô apontou um erro humano como causa do problema. De acordo com a empresa, um funcionário teria tornado o trem M22 “invisível” ao sistema de controle de trens ao desligar equipamentos relacionados ao CBTC.

Sistema de controle de trens

A Linha 15-Prata, a despeito de utilizar o modal de monotrilho, utiliza um sistema de controle de trens semelhante ao de outros ramais do Metrô como as linhas 2-Verde, 4-Amarela e 5-Lilás, o CBTC (Controle de Trens baseado em Comunicação), que é considerado o mais eficiente o mercado.

O CBTC permite que os trens circulem com segurança por todo o trajeto já que todas as composições estão conectadas e visíveis no sistema, o que significa que qualquer problema com uma delas será automaticamente refletido no chamado “carrossel”, reduzindo ou parando a circulação se necessário.

Já durante o período fora de operação, o Metrô realiza a movimentação dos trens de forma diversa. Há composições operadas automaticamente, mas também em modo manual, como no caso de hoje. E quando o trem está sob comando humano o sistema não interfere. Ainda assim causa estranheza que dois trens estejam numa mesma via em sentidos contrários.

 

Os monotrilhos acidentados: trem da direita não era visível no sistema CBTC (Yamas75/Instagram)

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14 comments
  1. Graças a Deus foi fora do horário de operação, no mais requer agora uma profunda investigação para apontar os motivos de tal incidente.

  2. Ainda bem que o MP já está entrando na justiça pra acabar com essa CCR, que não sabe operar trens e só quer saber do lucro e não liga pros passageiros…
    … opss peraí

    1. Sérgio, leia o comentário original até o final. Especialmente a última frase. Creio que compreenderá

  3. Alguns citam a CCR querendo santificá-la, só pra dizer que ela não teve culpa nesse acidente.

    Se parar pra pensar houve SIM. Essa colisão é graças à um sistema automático que foi comprado para diminuir custos com funcionários (Operadores de Trem em uma cabine), justamente para privatizar assim que a linha estivesse pronta. Inclusive o leilão da Linha 15-Prata feito pelo João Dória, a ViaMobilidade (CCR) venceu. Sim, a mesma operadora que colidiu um trem na Júlio Prestes por ter fadigado seus maquinistas com altas jornadas de trabalho (Acima de 44 hrs semanais).

    Enquanto no Metrô estatal a jornada de trabalho é menor, a ausência de funcionários é alta.

    Aí está o resultado de não investimento em funcionários, colisões, mortes, e passageiros prejudicados; esse último é o menos importante pro GESP. O lucro dos empresários parceiros vem acima de tudo.

  4. Mas não é a CCR que opera a Linha 15, é o Metrô e está muito estranho esse negócio porque se havia um operador a bordo de um dos trens, por que o trem não foi retido por esse operador e por que o CCO não reteve o outro que estava na operação automática? Acredito em erros humanos crassos nessa linha e a desconfiança para com o modal só aumenta diante de acidentes tão graves assim!

    1. Como foi citado matéria no acidente de 2019, o trem pode ter ficado invisível no CBTC e o CCO n estava vendo, e o trem poderia esta em alta velocidade o o operador precisa abrir a tampa para mecher, entt talvez ele n teria tempo de parar

  5. Tem carroço nesse angu aii emm, uma linha automática e Drivelers, ter um choque tão grande entre os trens ,pra começo de conversa os trens nem poderiam entrar no manual no meio de uma preparação de início de operação, era para sempre o sistema estar operando todos trens em ambos sentidos, como raios o CBTC vai reconhecer o trem a frente se ele estiver em Manual??? E o CCO realmente não tinha nenhum informação de onde estava o trem??

  6. Concordo com o Bittencourt em gênero, número e grau
    Quem bom que esta empresa ganhou o leilão, pois o que houve hoje é bem a cara dela, mesmo ainda não assumindo a operação da linha.creio que dará muito certo uma empresa que só pensa em cortar custos para maximizar seu lucro, seria um presente não ter que pagar operadores no trem …,quem sabe ela inventa uma fórmula para o monotrilho funcionar sem funcionários somente para encher o bolso, e deixar milionários seus investidores e diretores

  7. Isso está cheirando complô contra o Governo Estadual. Petralhas adoram esses tipos de acidentezinhos

    1. Isso é um acidente técnico, não tem nada a ver com lado político e mesmo se fosse a definição de esquerda é justamente estatização dos serviços, volta a estudar pf, para de passar vergonha

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