Consórcio CML2 encomenda ‘tatuzão’ que escavará túneis da Linha 2-Verde do Metrô

Equipamento será fornecido pela fabricante alemã Herrenknecht e é o maior já usado no Brasil. Escavações devem começar ainda no primeiro semestre de 2022
Tatuzão da Herrenknetch (Divulgação)

A expansão da Linha 2-Verde do Metrô de São Paulo já conta com seu ‘tatuzão’. O Consórcio Metrô Linha 2 Verde (CML2), responsável pela escavação dos túneis do trecho entre Vila Prudente e Dutra (Guarulhos) assinou contrato de aquisição de uma tuneladora com a fabricante alemã Herrenknecht nesta quinta-feira (26). O equipamento será fabricado na Europa nos próximos 12 meses e então enviado para o Brasil por via marítima, com previsão de chegada até o final do ano que vem.

A expectativa do consórcio, formado pelas empresas Engibras Engenharia S. A., S.A Paulista de Construções e Comércio e Sacyr Construcción do Brasil, é iniciar as escavações ainda no primeiro semestre de 2022, segundo apurou o site. O ‘shield’, como também é chamado, será montado no Complexo Rapadura, uma área subterrânea que servirá de estacionamento de trens no futuro. De lá, ele partirá em direção à estação Vila Prudente escavando 4,2 km entre quatro estações – Vila Formosa, Anália Franco, Santa Clara e Orfanato – e o poço Falchi Gianni.

Após finalizar seus trabalhos, ele será desmontado e transportado para outro emboque, na chamada Vala Penha. Começará a segunda etapa de escavação de 3 km em direção às estações Penha, Aricanduva, Guilherme Giorgi e Santa Isabel, concluindo sua viagem subterrânea no mesmo Complexo Rapadura. Esses dois trechos têm previsão de inauguração em 2025 e 2026, respectivamente.

A máquina será a primeiro do Brasil a utilizar a moderna configuração de anéis 7+0, com o uso de armação de aço, e nesta formatação a peça “chave” (elemento que fecha o anel) possui as mesmas dimensões das demais peças, garantindo uma melhor distribuição das forças de escavação da máquina, entre outros benefícios“, afirmou o consórcio ao site.

Jonny Altstadt, da Herrenknecht, Flávio Lobato, do consórcio CML2, assinam o contrato de fabricação da tuneladora (Grupo Galvão)

Além desse tatuzão, haverá também uma terceira etapa de escavação de túneis por outro consórcio, a que partirá em direção a Guarulhos, com mais cinco estações: Penha de França, Tiquatira, Paulo Freire, Ponte Grande e Dutra. Mas as obras nesse caso aguardam desapropriações e também recursos do governo e por enquanto seguem sem previsão.

Com 11,645 metros de diâmetro, o novo tatuzão será o maior já utilizado no Brasil, superando o equipamento que escavou os túneis da Linha 4 do Metrô do Rio de Janeiro. Como a Linha 2 possui trens de bitola de 1,6 m, maiores que os das linhas 4 e 5 (e que também utilizaram shields da Herrenknecht), o túnel precisa ser mais largo, ainda mais por incluir as passarelas de emergência.

Confira alguns dados técnicos do equipamento

Diâmetro de escavação: 11,645m
Tipo de Máquina: EPB (Earth Pressure Balanced – Pressão de Terra Balanceada)
Pressão máxima de trabalho: 6,0 bar
Torque máximo: 43.295 kNm
Potência Instalada: 5.600 kW

Anel de concreto armado
Segmentação: 7+0
Diâmetro Externo: 11,250m
Diâmetro Interno: 10,350m
Comprimento: 1,50m

Primeiros poços de escavação

Em paralelo ao processo de compra da tuneladora e preparação do poço de acesso que servirá de ponto de partida para ela, o CML2 também mostra avanços no canteiro da futura estação Vila Formosa, primeira parada do equipamento.

Em recente filmagem aérea, o canal iTechdrones revelou que o poço principal da estação já teve sua área delimitada, marcando o início simbólico de escavação. Em breve, o consórcio deve começar a retirada de terra e reforço das paredes, um trabalho manual bastante diferente do método mecanizado do tatuzão, que além de abrir caminho no subsolo também instala os anéis de concreto que dão estabilidade ao túnel.

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  1. “Como a Linha 2 possui trens de bitola de 1,6 m maiores que os das linhas 4 e 5 (e que também utilizaram shields da Herrenknecht), o túnel precisa ser mais largo, ainda mais por incluir as passarelas de emergência”.
    Com relação a esta informação existe uma incorreção que é o fato de se atribuir a diferença da largura da bitola que é de 1600(-)1435= 165 mm ou 16,5 cm o motivo do diâmetro interno do túnel ser maior, mas sim o fato de se incluir as passarelas de emergência”, esta informação esta colocada de forma equivocada, pois esta diferença é inexpressiva.
    Tuneladoras e trens esmerilhadores são ferramentas de grande porte e que exigem manutenção e conservação constantes, e com relação ás duas máquinas tuneladoras (tatuzões) já adquiridas para Linha 6-Laranja não poderão ser utilizadas na Linha 2, quantos milhões custou cada uma, que eu saiba elas deveriam ser ajustáveis para bitola 1,6m uma vez que o diâmetro externo dos túneis é exatamente o mesmo, caso contrário significa que não serviram para expansão de outras linhas como desta Linha-2 Verde, e se terá que comprar outras novas, pois assim será a comprovação que não existe planejamento algum, exatamente ao contrario que apregoa alguns incautos, além de bloquear sua interpenetração na estação São Joaquim na Linha 1-Azul, que é em 1,6m obrigando os passageiros a baldeação obrigatória para prosseguir viagem ou seja, será uma repetição do mesmo equivoco que ocorreu com relação a Linha 5-Lilás na Chácara Klabin, e 15-Prata em Vila Prudente, em que se planejam as correções e extensões de ambas para fazerem terminação em comum na Estação Ipiranga da Linha 10-Turquesa.
    As atitudes dos gestores de não padronizar as linhas do Metrô e em diversificar modulações como tipo de alimentações elétricas, bitola, promovendo bloqueios de composições, galpões de lavagens garagens, oficinas, acontece exatamente o oposto que a CPTM, nas quais a totalidade das composições tem livre penetração em “Y” sem baldeações, assim como acontece em todas as linhas metrô ferroviárias mundiais como as linhas 12-Safira e 13-Jade entre muitas outras, e que poderão trafegar não só em São Paulo como todas principais capitais do Brasil, tem levado a mais grande este prejuízo, por conta desta diversidade e uma economia não comprovada.

    “Quando não se aprende com os erros do passado, corre-se o risco de repeti-los no presente”

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