CPTM contratará manutenção para trens da série 2070

Serviços deverão ser executados em 60 meses. Contrato possui cláusulas de desempenho prevendo redução gradativa das falhas
Trens da Série 2070 terão manutenção terceirizada (Jean Carlos)
Trens da Série 2070 terão manutenção terceirizada (Jean Carlos)

A CPTM disponibilizou no final de junho a licitação para a manutenção preventiva e corretiva nos trens da Série 2070. Atualmente esta frota circula exclusivamente na Linha 12-Safira.

A manutenção da frota de trens da CPTM é praticamente toda contratada junto a empresas terceiras. O contrato mais recente foi firmado com a CAF para a manutenção da série 8500.

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A licitação abrange 10 composições de quatro carros da série 2070. Duas composições de quatro carros não foram contempladas devido ao fato de estarem imobilizadas.

Trem da Série 2070 na estação Brás (Jean Carlos)
Trem da Série 2070 na estação Brás (Jean Carlos)

O contrato possui basicamente dois eventos básicos. O Evento A abarca as atividades de manutenção preventiva e corretiva, já o Evento B engloba as atividades de reparo e manutenção não programada causadas, entre outros fatores, por vandalismos.

O contrato de manutenção da Série 2070 incorpora em seu escopo indicadores de desempenho que irão influenciar nos valores a serem pagos para a empresa contratada. Serão considerados os indicadores de falhas em três níveis de complexidade, disponibilidade de frota e tempo médio para reparo.

Trem da série 2070 na estação Engenheiro Manoel Feio (Jean Carlos)
Trem da série 2070 na estação Engenheiro Manoel Feio (Jean Carlos)

Uma Falha Nível A ocorre “quando um trem comercial, escalado para a circulação comercial e está em operação comercial, apresentar incapacidade de movimentação própria no sentido de operação, paralisando ou prejudicando a operação devido ao desempenho insuficiente ou ao risco à segurança”

A meta para as Falhas Nível A é de uma ocorrência a cada 400 mil km percorridos. Caso este valor seja inferior à 200 mil km a empresa é penalizada com perda de 10% de sua receita.

Ocorrências de Falhas A (CPTM)
Ocorrências de Falhas A (CPTM)

Uma Falha Nivel B ocorre “quando o trem comercial, em operação comercial, apresentar falha promovendo interrupções ou atrasos superiores a 6 minutos.”

Neste caso, são consideradas “as falhas nos sistemas que comprometem a segurança e o conforto do trem durante o transporte de passageiros, tais como falhas de freio, ATC / ATO / CBTC, rádio terra-trem, farol, buzina, sistema de porta e sistema ar-condicionado, desde que não se caracterizem como falha NIVEL A, serão consideradas como falha NIVEL B independentemente do tempo de atraso.”

Para as Falhas de Nivel B a meta é crescente conforme o tempo de contrato. A meta inicial é de uma ocorrência a cada 12 mil km no início do contrato, chegando até 14 mil km no final do contrato.

A empresa perderá 10% de sua remuneração caso haja ocorrências em período inferior à 9 mil km rodados (início do contrato) até 10,5 mil km (final do contrato)

Ocorrências de Falhas B (CPTM)
Ocorrências de Falhas B (CPTM)

Uma Falha Nível C ocorre “quando o trem comercial, em operação comercial ou manobra para operação comercial ou manobra no lavador de trens, apresentar falha que não seja caracterizada como falha NIVEL A ou falha NIVEL B ou Não Falha.”

Para as Falhas Nivel C é aplicada a mesma lógica do nível B. As metas são de uma ocorrência a cada 10 mil km rodados no começo do contrato até 12 mil km no final do contrato.

A empresa será penalizada em até 10% da remuneração caso a falhas ocorram em períodos inferiores a 6 mil km rodados (começo do contrato) até 7,2 mil km rodados (final do contrato)

Ocorrências de Falhas C (CPTM)
Ocorrências de Falhas C (CPTM)

A empresa deverá manter um alto nível de disponibilidade de trens para a operação. O contrato estabelece que no horário de pico a meta de disponibilidade é de 93%. Caso esse indicador esteja abaixo de 83% a empresa é penalizada em 10% da receita. Os indicadores aumentam em 1% na segunda metade do período contratual.

Disponibilidade de trens no horário de pico (CPTM)
Disponibilidade de trens no horário de pico (CPTM)

A disponibilidade no período de vale é aferida ao longo de todo o período do contrato. A meta é atingir 88% de disponibilidade. Caso o valor seja inferior a 75% a empresa perde 10% de sua remuneração.

Disponibilidade de trens no horário de vale (CPTM)
Disponibilidade de trens no horário de vale (CPTM)

O tempo para reparação de falhas também será aferido. São estabelecidos como tempo ideal para reparo o período de 180 minutos. Caso a empresa demore mais do que 240 minutos para reparar o trem, será efetuado um desconto de 10% de sua remuneração.

Cabe citar que a empresa responsável ainda deverá arcar com o socorro dos trens em casos de falhas em campo, fornecimento de peças, ferramentas e maquinário específico para manutenção.

Tempo médio para reparo de falhas (CPTM)
Tempo médio para reparo de falhas (CPTM)

A CPTM vai disponibilizar os pátios de Eng. São Paulo e Roosevelt para a atuação das equipes de manutenção. O número de linhas disponíveis é proporcional ao tamanho da frota de cada empresa.

Ainda estão contemplados no contrato a realização de uma manutenção de nível F e de 10 manutenções de nível G. A manutenção nível G engloba a revisão geral de todo o trem com a desmontagem completa da composição e reparo integral de seus componentes.

Pátio Roosevelt será cedido (Jean Carlos)
Pátio Roosevelt será cedido (Jean Carlos)

No caso das manutenções de nível G, será tolerado a realização do reparo de uma composição de quatro carros por vez, para que seja mantido um nível mínimo de disponibilidade da frota

O contrato para a manutenção de 40 carros da série 2070 terá duração estimada de 60 meses (5 anos). Não foram divulgados orçamentos para a atividade em questão. A sessão pública para o processamento da licitação ocorrerá no dia 20 de julho.

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2 comments
  1. Se a tal manutenção de nível G está contemplada nesse novo contrato, há um trem dessa série imobilizado faz tempo e que deveria ser recuperado numa Revisão Geral, pois se a composição é totalmente desmontada e TODOS os seus componentes são revisados e renovados, então tudo aquilo que foi danificado naquela composição poderia ser substituído por novos componentes e fazer o trem a andar de novo! A Série 2070 está na metade de sua vida útil, uma composição imobilizada tem que voltar à operação, não pode haver desperdícios!
    Eu gostaria de que isso acontecesse com os 3000 também, uma RG neles seria muito interessante, mas aí é outra história complicada!

  2. mais um contrato caríssimo que a CPTM irá contratar, e que sabemos que na prática não é bem assim que funciona, há muitas benesses nesses indicadores.

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