Governo confirma que CCR e Comporte disputarão concessão das linhas 11, 12 e 13 da CPTM

CCR vs Comporte na briga pelas linhas 11, 12 e 13
CCR vs Comporte na briga pelas linhas 11, 12 e 13 (Jean Carlos)

O leilão de concessão das linhas 11-Coral, 12-Safira e 13-Jade, da CPTM, não “restará vazio”, como se diz no jargão das licitações, mas terá uma disputa menor do que faziam crer declarações de integrantes do governo e reportagens da grande mídia.

Como revelado nesta terça-feira, 25, apenas dois grupos compareceram à sessão pública de entrega de envelopes com as propostas, a CCR S.A. e a Comporte Participações S.A.

Em ata, a gestão estadual confirmou o credenciamento dos dois grupos, que atuam na operação sobre trilhos no país. Ou seja, nada de “europeus” ou “chineses”, como chegou-se a cogitar.

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Não está claro ainda se as duas empresas vão disputar a chamada concessão do Lote Alto Tietê sozinhas ou se terão algum parceiro. A CCR tem feito uma parceria com o Ruasinvest Participações enquanto o Comporte venceu a concessão do Trem Intercidades Eixo Norte em sociedade com a chinesa CRRC.

Composições da Série 9000 operam na Linha 12-Safira (Jean Carlos)

Esses detalhes serão conhecidos na sexta-feira, 28, quando está marcado o leilão na Bolsa de Valores de São Paulo, a B3.

A novidade nessa concessão foi a realização da entrega de envelopes três dias antes do certame, em vez disso ocorrer instantes antes da abertura do leilão. Trata-se de uma boa estratégia já que evita-se algum tipo de constrangimento e dá ao governo a opção de cancelar o leilão se não houver interessados.

Conhecimento de causa

A nova ausência de grandes operadores estrangeiros ou empresas de investimentos do exterior reforça a impressão que as concessões brasileira ainda carecem de atratividade e, sobretudo, previsibilidade.

O caos inicial que tomou conta da operação das linhas 8-Diamante e 9-Esmeralda, assumidas pela ViaMobilidade (da parceria CCR e RuasInvest) dá bem uma ideia de como esses contratos podem tornar-se um mau negócio.

Trem da ViaMobilidade descarrilado (Redes sociais)

No caso do Lote Alto Tietê, o governo do estado buscou tornar a concessão o mais prevísivel e segura possível ao eliminar a necessidade de investimento em material rodante (novos trens) e sobretudo ao bancar praticamente todo investimento previsto.

Os ganhos, para Tarcísio de Freitas, estão na gestão mais eficiente da iniciativa privada, que pode tirar do papel projetos que estão há anos evoluindo lentamente nas mãos da CPTM, se muito.

Diante desse cenário, a disputa entre CCR e Comporte não surpreende. As duas já têm conhecimento de causa nesse tipo de operação, sobretudo a primeira.

Onde estão os demais concorrentes?

Seria sadio que novos players entrassem nesse jogo, a fim de não vermos uma malha sobre trilhos dominada por um grupo ou mesmo dois. Mas, por enquanto, essa hipótese parece difícil.

Além de CCR e Comporte, apenas a Linha Uni (Acciona) prestará esse tipo de serviço com a Linha 6-Laranja. Sua ausência no leilão era esperada já que o grupo espanhol está debruçado nos estudos da Linha 16-Violeta, do Metrô.

Esse projeto, que exige grande investimento, tempo e expertise em construção, se adequa mais ao perfil da Acciona além de ter sinergias com a Linha 6.

Cogitava-se que um consórcio formado pelas empresas Webuild (Itália), Sacyr e Keolis (França) seria o “terceiro concorrente” na concessão, mas não foi desta vez.

Outra que andou conversando com o governo e teria até aparecido na sessão de ontem foi a Transdev, também da França. O que as impediu de participar, no entanto, difícil saber.

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