Governo pode bancar 100% dos investimentos da concessão do Lote Alto Tietê

Segundo Augusto Almudin, diretor da CPP, 70% dos investimentos serão pagos com aporte do estado e os demais 30% por meio de contraprestação. Investimentos totais serão de R$ 14,3 bilhões

Linha 12-Safira está paralisada (Jean Carlos)
Linha 12-Safira (Jean Carlos)

Com a concessão das linhas do Lote Alto Tietê se aproximando, diversas questões têm sido levantadas sobre a participação da iniciativa privada e das garantias do estado para o sucesso do certame. O governo terá uma grande participação financeira no certame.

Augusto Almudin, diretor da Companhia Paulista de Parcerias, deu novos detalhes sobre o processo de concessão em entrevista à Revista Ferroviária.

Aportes

Outro item importante são os aportes na concessão. Do valor de R$ 14,3 bilhões, cerca de 70% será bancado pelo estado em forma de aporte. Os demais 30% serão pagos à concessionária ao longo dos 25 anos de concessão como contraprestação pecuniária.

O investimento privado previsto será recomposto ao parceiro privado por meio destas duas formas e apenas após a conclusão do investimento.

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A preocupação atual do governo e das empresas é na obtenção das fontes para o financiamento do aporte. O estado pretende obter até 90% do aporte por meio de parceria com o BNDES.

Tendo em vista esta incerteza, o governo inseriu uma cláusula especial que prevê a saída da concessionária do contrato caso o aporte não seja consagrado. Essa é uma forma de não penalizar a operadora privada pela falta de recursos por parte do poder concedente.

Orçamento da concessão das linhas 11, 12 e 13 (SPI)
Orçamento da concessão das linhas 11, 12 e 13 (SPI)

Participantes

Uma das questões mais importantes é a quantidade de participantes no leilão. Ainda não há uma definição de quais grupos poderão ou não enviar lances no dia 28 de março na B3.

Dois nomes citados por Almudin são a Transdev e Keolis, ambas operadoras privadas de origem francesa. Possíveis participações esperadas são da TIC Trens (Comporte e CRRC) e do Grupo CCR.

Entretanto é importante salientar que a participação nos estudos não é garantia de que haverá proposta. Portanto, cravar a participação de qualquer uma das empresas não pode ser levado com certeza absoluta.

Concessão das Linhas 11, 12 e 13 fica mais cara (Jean Carlos)
Concessão das Linhas 11, 12 e 13 fica mais cara (Jean Carlos)

Melhorias na concessão

O processo de concessão das linhas 11, 12 e 13 passou por uma série de aprimoramentos em relação à concessão das demais linhas de trem metropolitano. Uma delas é o prolongamento do tempo de transição de 18 para 24 meses.

Outro indicador importante é a mudança da remuneração da concessionária. O modelo adotado nas linhas 8 e 9 era restritivo e impunha um risco de demanda para o governo. A ideia agora é de remunerar conforme a oferta de trens.

Transição na concessão das linhas 11, 12 e 13 (SPI)
Transição na concessão das linhas 11, 12 e 13 (SPI)

Futuro

O governo está ainda encabeçando outros dois projetos. A concessão do Lote ABC Guarulhos, que prevê a requalificação da Linha 10-Turquesa e a construção da Linha 14-Ônix, e o projeto do TIC Sorocaba que deverá ser apresentado no final de abril.

Além dos tradicionais desafios presentes no financiamento de longo prazo dos ativos de mobilidade, o governo do estado busca ainda atrair outros parceiros. O foco ao longo dos próximos anos será apresentar a carteira de projetos para investidores e operadores asiáticos.

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Guile
Guile
3 meses atrás

estado mínimo, eles disseram …

Ivo
Ivo
3 meses atrás
Responder para  Guile

CPTM: 30 anos, R$ 20 bilhões investidos e nenhum objetivo atingido.

Guile
Guile
3 meses atrás
Responder para  Ivo

toda hora vc posta isso. isso se chama improbidade administrativa. se vc tem a prova, leve-a ao ministério público.

só que ao levar essa denuncia adiante, vamos lembrar que o atual CEO da viamobilidade foi diretor da CPTM. e o atual diretor de operações da tic trens foi ex-presidente da CPTM. é com essa gente que você AFIRMA que praticou improbidade administrativa que o dinheiro público vai ser bem aplicado?

Jota
Jota
3 meses atrás

Estado de São Paulo entrando com o dinheiro, concessionárias ficando com o lucro

Diego
Diego
3 meses atrás

Desse jeito é fácil concessionária assumir!
Se o Estado vai bancar tudo, por quê não deixa do jeito como está, com a estatal CPTM operando?

Interessante que grande parte do mundo o transporte público é operado por estatais, só aquí eles querem fazer diferente!

A finalidade das empresas de transporte público não é o lucro, e sim o benefício social para a população, tal como os hospitais, escolas e saneamento básico.

Mas o modus operandi do liberalismo está invertendo tal questão!

Ivo
Ivo
3 meses atrás
Responder para  Diego

A CPTM ficou 30 anos com as linhas, recebeu R$ 20 bilhões para investir e não conseguiu atingir nenhuma das melhorias projetadas pela própria empresa.

Felipe
Felipe
3 meses atrás
Responder para  Ivo

Que falácia

Guile
Guile
3 meses atrás
Responder para  Ivo

você já mostrou isso ao ministério público, Ivo? ou é apenas falácia?

Cleber Matheus
Cleber Matheus
3 meses atrás

Está do jeito que a CCR gosta, muito dinheiro entrando para eles fazerem o mínimo.

Dostos
Dostos
3 meses atrás

Sobre a estação Aracaré ninguém fala nada.

César Góes Martins
César Góes Martins
3 meses atrás

Governo se coçando pra CCR entrar, única explicação plausível.
Troquem o logo do governo nessa gestão e coloquem a logomarca da CCR logo, sai o Tarcísio e entra o CEO da empresa.

CARLOS RIBEIRO DE LIMA
CARLOS RIBEIRO DE LIMA
3 meses atrás

A apresentação da reportagem, simples e direta, faz com que qualquer leitor entenda o flagrante repasse de dinheiro público a grupos privados, através das contraprestações previstas em contrato. A operação ficando com a CPTM mostra claramente o custo menor.

GLAUTER LUIZ VERSANO DE AGUIAR
GLAUTER LUIZ VERSANO DE AGUIAR
3 meses atrás

A privatização da certa
As empresas ficam com o lucro e o Estado *dinheiro do povo) fica com prejuízo