IPHAN esclarece que não proibiu retomada da obra da estação 14 Bis, da Linha 6-Laranja

Canteiro de obras da estação 14 Bis (LinhaUni)

O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), autarquia federal responsável por fiscalizar as investigações arqueológicas na estação 14 Bis, da Linha 6-Laranja, negou nesta quinta-feira (18) que tenha embargado o projeto, tocado pela construtora Acciona.

Vários veículos de imprensa informaram erroneamente que o Iphan havia emitido um parecer suspendendo as escavações da futura estação, não atentando para o conteúdo do documento.

O parecer deixava claro que a proibição (provisória) envolvia apenas a atividade arqueológica, realizada pela empresa A Lasca, contratada pela LinhaUni, concessionária do ramal metroviário. Este site ressaltou esse aspecto em nota publicada nesta segunda-feira (15).

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O Iphan solicitou a suspensão provisória, porque foram encontradas duas peças cerâmicas que podem estar relacionadas com artefatos utilizados em cerimônias e atividades de religiões de matriz africana“, explicou o órgão.

Por isso, nesta semana o Instituto emitiu ofício para requisitar o pronunciamento dos órgãos que acompanham temáticas relativas à matriz africana, como Ministério da Cultura, Ministério da Igualdade Racial, Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania, e Fundação Cultural Palmares. Os achados de possível associação com Quilombo na área demandam que seja debatido o direito à memória e reparação de patrimônio sensível“, acrescentou a entidade.

Entre 2022 e 2023, houve movimentação na obra da estação (LinhaUni)

Estação mais atrasada da Linha 6

O Iphan revelou que a obra da estação está parada desde 2022 por iniciativa do consórcio “pois a instabilidade geológica do terreno demanda intervenções para garantir a segurança de transeuntes e dos arqueólogos na área“, disse.

Imagens divulgadas pela LinhaUni no final do ano passado e em janeiro de 2023 revelam que houve movimentação na obra, com a implantação de lameiras, paredes que mantém a estabilidade do terreno. É possível ver armações metálicas em uma das áreas enquanto em outra parte se avistam paredes já concretadas.

A autarquia, no entanto, afirmou que as intervenções arqueológicas não atrasaram a obra, que se encontra com apenas 5% de avanço – a estação Bela Vista, próxima do local, já chegou a 33% do cronograma.

Peças encontradas pela empresa A Lasca (Iphan)

Apesar da afirmação do Iphan, o trabalho arqueológico impede de fato que a escavação e construção da parada, uma das 15 previstas, seja feita como planejado. Há outras investigações sendo feitas pela empresa A Lasca na Linha 6-Laranja, sem contudo afetar o andamento do projeto.

Enquanto esse trabalho de preservação da memória do chamado Quilombo Saracura não for concluído, a Acciona não terá condições plenas de atuar no canteiro de obras.

A futura estação 14 Bis terá 45 metros de profundidade, já os objetos encontrados pela pesquisa encontram-se a cerca de três metros da superfície, portanto, assim que as áreas sejam completamente analisadas, em tese será possível avançar com mais liberdade.

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