Linhas 8-Diamante e 9-Esmeralda são arrematadas pela CCR e RuasInvest, do consórcio ViaMobilidade

Linha 8-diamante da CPTM (Jean Carlos/SP Sobre Trilhos)

A Secretaria dos Transportes Metropolitanos realizou nesta terça-feira na Bolsa de Valores de São Paulo (B3) o leilão de concessão das linhas 8-Diamante e 9-Esmeralda da CPTM. Após longa expectativa, o certame teve a ViaMobilidade Linhas 8 e 9 (CCR e RuasInvest) como vencedora da licitação com uma oferta de R$ 980 milhões, ágio de 202,56%.

Participaram da concorrência quatro consórcios, o ViaMobilidade Linhas 8 e 9 (CCR e RuasInvest), o Mobitrens (Comporte, Líder Consben e CAF), Itapemirim e Encalso Mobility Rail (Itapemirim e Encalso Construções) e Integração (Iberica Holding e Metra).

A ViaMobilidade ofereceu R$ 980.000.000,00, Integração (Iberica Holding e Metra Sistemas de Transportes) propôs R$ 519.500.000,00. Consórcio Mobitrens, que traz a fabricante espanhola CAF apresentou proposta de R$ 787.737.800,00 enquanto a associação entre a Itapemirim e Encalso pediu R$ 400 milhões.

Com isso, a CCR terá cinco das 15 linhas metroferroviárias implantadas ou em vias de serem concluídas até 2025 a saber: linhas 4, 5, 8, 9 e 17 -, sem contar a Linha 15-Prata, da qual venceu o leilão, mas que posteriormente foi anulado pela Justiça.

O apetite da sociedade da CCR com a RuasInvest impressionou, com uma diferença de mais de R$ 190 milhões para o segundo colocado, o consórcio Mobitrens. O grupo Itapemirim, que apareceu ao lado da Encalso (parte da concessionária VEM ABC da Linha 18), fez a proposta mais modesta, apenas R$ 77 milhões acima do valor mínimo de outorga.

Luis Valença, CEO da CCR Mobilidade, falou rapidamente após a batida do martelo. Ele enumerou os números superlativos da empresa a partir de agora, como o transporte de mais de 3 milhões de passageiros por dia, 150 km de trilhos, mais de 200 trens com mil vagões. “Coisa de gente muito grande”, afirmou.

Visão geral do estacionamento de trens e estação, Leste (iTechdrones)

Novos trens

A nova ViaMobilidade Linhas 8 e 9 terá a tarefa de investir cerca de R$ 3,35 bilhões nos próximos anos e ficará à frente dos dois ramais por 30 anos. Um dos principais objetivos da concessionária será encomendar 34 novos trens que deverão ser entregues a partir de 21 meses da assinatura.

Dois meses depois da entrada em serviço dos novos trens, a futura concessionária iniciará a devolução dos trens emprestados, com prioridade para os 8500 e os 7500. Dos 40 Série 7000, 19 voltarão para a CPTM e os demais comporão a frota com os 34 trens comprados pela empresa.

O governo pagará uma tarifa de R$ 2,84 por passageiro transportado em valores da época da publicação do edital. Será possível explorar receitas não tarifárias como locação de espaços comerciais, empreendimentos associados inclusive com estabelecimentos vizinhos das linhas, serviços de telefonia e wi-fi, licenciamento do uso do nome das estações desde que mantida a nomenclatura original.

Mapa de estações das linhas 8-Diamante e 9-Esmeralda

Se a receita bruta acessória passar de 4,9% do valor da receita tarifária, o governo do estado ficará com 20% do valor excedente, desde que isso não torne a atividade deficitária para a concessionária.

Infraestutura

A concessão envolve nada menos que 73 km de vias e que deverão chegar a cerca de 78 km com a extensão sul da Linha 9. São 40 estações além de outras quatro que serão construídas ou finalizadas nos próximos anos. O movimento de passageiros conjunto já chegou a 1,1 milhão de pessoas diariamente, mas caiu por conta da pandemia.

Investimentos

A futura parceira privada do governo terá uma enorme lista de incumbências além de adquirir as novas composições. Ela terá readequar todas as estações das duas linhas além de reconstruir algumas delas. Outra tarefa volumosa será construir áreas de manutenção e apoio para a CPTM em locais pré-estabelecidos a fim de desocupar o pátio Presidente Altino, em Osasco, onde a concessionária centralizará seus serviços.

A concessionária das linhas 8 e 9 também poderá no futuro operar extensões do serviço até Sorocaba caso o governo do estado decida reativar as vias após Amador Bueno. Não se trata do Trem Intercidades, mas apenas do serviço metropolitano, de acordo com o edital.

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