Após um dia de caos no transporte público, as linhas do Metrô e da CPTM iniciaram a quarta-feira, 4 de outubro, funcionando normalmente. A greve conjunta realizada pelos sindicatos das duas companhias de trens na terça-feira afetou quatro linhas metroviárias, que não funcionaram durante todo o dia enquanto na CPTM apenas as linhas 7-Rubi e 11-Coral operaram de forma parcial.
Nesta quarta-feira, no entanto, a Linha 9-Esmeralda, operada pela ViaMobilidade, abriu seu serviços com um trecho em via singela, entre as estações Morumbi e Villa Lobos-Jaguaré. O ramal funcionava normalmente na terça até o início da tardce quando uma pane elétrica próximo à estação Morumbi, interrompeu o funcionamento dos trens.
Passageiros tiveram que desembarcar dos trens e seguir a pé até a estação mais próxima. A concessionária não conseguir corrigir o problema e a operação ficou afetada por um longo tempo.
Os sindicatos dos metroviários e ferroviários decidiram voltar ao trabalho nesta quarta-feira após assembleias realizadas na noite anterior. Os funcionários de Metrô e CPTM aprovaram o retorno ao trabalho a partir da meia-noite de quarta-feira e também rejeitaram uma nova paralisação na semana que vem.
As categorias protestam contra os planos de privatização e concessão da malha metroferroviária, anunciados pelo governo Tarcísio de Freitas (Republicanos).

Determinação da Justiça descumprida
A greve conjunta na terça-feira começou com o descumprimento da decisão do Tribunal de Justiça do Trabalho, que determinou que todas as linhas deveriam funcionar normalmente durante o horário de pico e com 80% do efetivo fora dele.
Em vez disso, apenas as linhas 7-Rubi e 11-Coral, da CPTM, foram mobilizadas para funcionar em trecho menores e centrais a partir da estação da Luz. Os quatro ramais operados pelo Metrô (1-Azul, 2-Verde, 3-Vermelha e 15-Prata) não funcionaram nem mesmo parcialmente, por falta de condições técnicas e efetivo suficiente.
Nas regiões sul e o oeste da Grande São Paulo, no entanto, a operação normal nas linhas concedidas amenizou os transtornos dos passageiros. Operadas pela ViaQuatro e ViaMobilidade, as linhas 4-Amarela, 5-Lilás, 8-Diamante e 9-Esmeralda abriram normalmente, mas tiveram um movimento de passageiros bem menor.

Para amenizar os efeitos da paralisação, o governo do estado decretou ponto facultativo nas repartições e serviços públicos. Escolas não funcionaram e consultas médicas foram canceladas com a promessa de remarcação rápida.
A falta de transporte público sobre trilhos motivou a prefeitura de São Paulo a colocar mais 200 ônibus em operação e estender o trajeto de algumas linhas, mas os efeitos foram pequenos. Passageiros tentaram usar aplicativos de carona, mas os preços tornaram-se exorbitantes por conta da grande demanda.
O descumprimento das decisões judiciais motivou o TRT a estabelecer multas mais altas aos sindicatos. No caso das entidades associadas aos ferroviários, o valor passou de R$ 500 mil para ser assumido em conjunto para R$ 500 mil para cada entidade. A decisão pretendia impedir que a paralisação ocorresse durante o pico da tarde.

Já a multa para os metroviários subiu para R$ 2 milhões caso o movimento grevista fosse prorrogado para esta quarta-feira sem que 100% dos serviços do Metrô ocorresse nos horários de pico e 80% nos demais horários.
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Em entrevista durante a manha, o governador Tarcísio considerou a greve “ilegal, abusiva, política e com interesse corporativo, que prejudica o cidadão que precisa do transporte público”. Ele prometeu não desistir dos planos de privatização e concessão dos serviços públicos para a iniciativa privada. Porém, ressaltou que o assunto será discutido com a sociedade nos próximos meses, como consta na legislação.