Medo de “efeito ViaMobilidade” na Linha 7-Rubi preocupa interessados no TIC

Temor da iniciativa privada com o aumento de falhas e problemas técnicos fez governo reajustar partes do edital para tornar a transição entre empresas menos traumática
Investidores temem possíveis dificuldades na operação da Linha 7-Rubi (Jean Carlos)
Investidores temem possíveis dificuldades na operação da Linha 7-Rubi (Jean Carlos)

A PPP do Trem Intercidades (TIC) deverá incluir, além da construção do trem expresso entre São Paulo e Campinas, a operação da Linha 7-Rubi da CPTM. A iniciativa privada, porém, está preocupada com um possível “efeito ViaMobilidade” nos primeiros anos de operação.

Segundo reportagem publicada pela Revista Ferroviária, paira no ar um ar de atenção com a operação do trem metropolitano. A primeira concessão deste tipo de operação, nas linhas 8 e 9, gerou repercussão negativa.

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Apesar da promessa de grandes investimentos, o começo de operação da ViaMobilidade nos trechos oeste e sul de trens metropolitanos não só rendeu uma má reputação para a empresa, como também intervenções do Ministério Público.

Trens lotados durante falha na operação das Linhas 8 e 9 (Jean Carlos)

Quase a ponto de ver a concessão ser contestada na Justiça, um Termo de Ajustamento de Conduta foi firmado com a promessa de que atuações emergenciais fossem realizadas para elevar o padrão de qualidade das linhas.

A Linha 7-Rubi possui complexidades iguais ou ainda maiores que as linhas 8 e 9, que eram consideradas as “jóias da coroa” da CPTM. Com uma infraestrutura antiga em todos os sentidos possíveis o ramal é mantido, em boa parte, graças à experiência de quem lá atua.

O sistema de sinalização e energia são antigos (Jean Carlos)

O grande temor está em uma fase de transição mal planejada. Isso poderia gerar impactos tão severos como os ocorridos nas linhas 8 e 9.

As mudanças do edital envolvem aumentar a fase pré-operacional de 210 para 360 dias. Além disso, o governo garantiu o repasse dos 30 trens da Série 9500 pela CPTM ocorrerá desde o primeiro dia, com toda a frota mobilizada e em condições operacionais.

Além disso, a concessionária deve ter a possbilidade de alugar equipamentos junto à CPTM, para permitir a manutenção das condições de zeladoria do trecho, algo que não foi executado com sucesso na ViaMobilidade devido a retirada de equipamentos do trecho. Outro ponto a ser colocado é o empréstimo de funcionários da estatal para aumentar a curva de aprendizado durante a fase de transição.

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16 comments
      1. Que sabotagens? Você quis dizer a má operação que a Via Mobilidade bota a culpa nessas tais sabotagens, que ela nunca provou que ocorreram?

  1. Esse governo quer entregar tudo a qualquer custo. Não é assim que funciona . Empresas como CPTM, Metrô e Sabesp devem receber aportes do governo para prestar serviços ainda melhores para a população . O governo está cometendo um erro enorme em tentar privatizar todas essas e mais outras empresas do governo . Filho de quem é não poderíamos.espersr nada de diferente.

  2. Pelo jeito o Governo estadual já tem R$ 8 bilhões pra enterrar em uma “privatização” que depois lhe custaria ainda mais outros tantos bilhões.
    Sendo assim, o Governo deveria então já investir diretamente essa dinheirama na CPTM (que precisa de muitas melhorias), e ao mesmo tempo ir expandindo-a gradualmente em direção às Regiões vizinhas à Grande São Paulo – os leitos ferroviários pra isso já existem.
    Não tem o menor sentido promover uma “privatização” na qual o governo terá que desembolsar 80% do valor da obra, só pra começar – mais o que irá desembolsar depois.

  3. Cara…se o temor é a transição mal planejada, que se faça uma transição mais planejada!!! Há diversas ferramentas de gestão de projetos que buscam aperfeiçoar o aprendizado e assim melhorar o serviço prestado ao longo do tempo!! Reclamações vão ter porque é um serviço de grande complexidade, mas isso jamais deveria ser motivo de temor!!!

    Está mais do que na hora de a “iniciativa” privada deixar de ser o que estao só escrito na palavra e tomar a frente do processo de fato.

    1. Não vai tomar frente!
      A iniciativa privada, por princípios universais, move-se por retornos financeiros a curto-medio prazo (o que até aí, é compreensivel). Porém o capitalismo brazuca, em matéria de privatizações, exige risco zero e lucro garantido.

  4. Chama a atenção que as demandas para o TIC até Campinas estimadas foram para somente após 2040 e não após sua implantação com 49 mil /dia /ano/12 milhões de passageiros ou ainda mais longe 2050 com 59 mil /dia /ano ou 13 milhões de passageiros, desta forma tem-se a justificativa perfeita para uma previsão superavaliada da demanda, ou seja muito maior que ela realmente terá lembrando que a Linha 13-Jade possui demanda de 11,5 mil/dia.
    Pesquisas de Origem Destino, bem como a demanda de todas linhas Metrô/ferroviárias é o mais importante levantamento de mobilidade da região metropolitana de São Paulo. Deveriam ser realizadas no máximo a cada cinco anos, independentes de impactos quaisquer que sejam.
    Também nela ficará comprovado que os Trens metropolitanos devem sempre ser prioritários em relação a quaisquer TIC pois beneficiam múltiplas vezes mais usuários, e a insensatez da extinção Linha Integradora-710!
    Não se justifica que por conta de quaisquer concessões atabalhoadas que um TIC-Trens Intercidades até Campinas tenha preferência com relação aos Trens Metropolitanos que beneficiam muitos mais usuários, tratando-se de um enorme retrocesso na qualidade da mobilidade urbana.
    Com as inumeráveis postergações das obras físicas os gestores veem colecionando fracassos com sucessivos erros de planejamento ignorando o “Plano diretor”, divulgando e iniciando e interrompendo a execução de novas linhas Metrô em detrimento da CPTM de forma concomitante sem concluir as que estão iniciadas, invertendo prioridades, fazendo politicagem com os projetos, desperdiçando o dinheiro público, tais explanações podem ser comprovadas em diversas atitudes descabidas.
    Percebe-se que já se estão pensando num trampolim político no financiamento das próprias campanhas políticas nas concessões afoitas, e não na mobilidade e o bem-estar da população.

  5. Mas que absurdo! Se a empresa comprou a linha ela que compre todos os equipamentos necessários, contrate funcionários para trabalhar e não pegar da estatal, sinal de que a estatal é boa se ela quer que eles vão lá fazer, o certo é concurso, funcionário novo chega e aprende com quem sabe e ponto final.

  6. A operação draconiana da Via Mobilidade está provocando medo na concorrência, será estratégia?

  7. O governo precisa liberar mais verbas para a CCR se quiser ter um serviço de qualidade. O povo fica reclamando mas esquece que a CCR ( Viamobilidade e ViaQuatro) são empresas privadas, e como tais precisam de dar lucro, porque senão não compensa se arriscar. Falta o governo de São Paulo aumentar os repasses pra CCR pra que ela possa fazer o serviço bem feito e com qualidade. Eu espero que o futuro do Brasil seja tudo privado, chega de universidades públicas, de hospitais públicas e escolas públicas, que todos paguem por esses serviços. Sou empresário e acho que o dinheiro do estado tem que ser gerido por empresas privadas que sabem administrar melhor o dinheiro. Eu vi algumas pessoas reclamando obre a passagem no Rio de Janeiro de metrô que está 6,90, penso eu que a empresa privada deveria cobrar ainda mais, porque assim ela iria ter mais dinheiro pra dar mais qualidade pro metrô do Rio de Janeiro. Quem não tiver condição de arcar com a passagem que o governo arque com esse valor.

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