Com a retomada da demanda de passageiros em níveis mais próximos de antes pandemia, o Metrô de São Paulo conseguiu ampliar sua receita financeira em 46% no primeiro trimestre de 2022.
Entre janeiro e março, a companhia que opera as linhas 1-Azul, 2-Verde, 3-Vermelha e 15-Prata acumulou um faturamento operacional de R$ 498,2 milhões contra R$ 341,6 milhões no mesmo período de 2021.
Os custos com serviços prestados, que incluem despesas com pessoal, materiais, serviços terceirizados, gastos gerais e depreciações e amortizações, teve uma ligeira queda de 1,4%, indo de R$ 551 milhões para R$ 543 milhões. Porém, as despesas operacionais quase anularam esse ganho – foram R$ 151,5 milhões contra R$ 144,9 milhões no primeiro trimestre do ano passado.
O resultado acumulado até março é de R$ 208,3 milhões de prejuízo, ou 43% menos do que nos primeiros três meses de 2021 – quando a empresa havia perdido R$ 363,7 milhões.
A receita não-tarifária, grande esperança da gestão atual, atingiu R$ 71 milhões, alta de 72%. Isso representa 14% da receita geral, um montante considerável tendo em vista que o Metrô ainda é muito dependente da arrecadação nas bilheterias.

Apesar da melhora, a companhia ainda está bastante distante de uma situação financeira saudável. Contribuem para isso o preço da tarifa, que está sem reajuste há bastante tempo, e também a dificuldade de cortar custos.
O Metrô conseguiu ao menos levantar R$ 400 milhões com a emissão de debêntures no mercado financeiro e que servirão para ajudar a empresa se capitalizar sem depender de repasses do governo estadual.
Por outro lado, existe o impacto nos gastos com a folha de pagamentos já que a empresa está numa queda de braço com o Sindicato dos Metroviários a respeito do reajuste salarial e de outros benefícios almejados pelos funcionários. Sem falar na possibilidade de uma greve nas próximas semanas, que também prejudicará sua arrecadação.