Em assembléia virtual realizada nesta terça, 18, os metroviários de São Paulo decidiram entrar em greve nesta quarta-feira, 19, paralisando as linhas 1-Azul, 2-Verde, 3-Vermelha e 15-Prata. O motivo seria para reinvindicar reajuste salarial e manutenção de direitos obtidos por acordo coletivo.
No mês passado, os metroviários ameaçaram entrar em greve reinvidicando a vacinação de seus funcionários. Em resposa, o governo do estado antecipou a vacinação para o grupo de trabalhadores do transporte público.
Segundo a entidade, 77,4% dos participantes (3.162 pessoas) concordaram com a decretação da greve. A categoria reclama do arrocho salarial, não pagamento de participação nos resultados e da retirada de direitos.
A paralisação não afetará as linhas 4-Amarela e 5-Lilás, operadas pela iniciativa privada que tem data base de acordo diferente, em março. A negociação já foi encerrada com a definição de um reajuste em torno de 4%.
Uma liminar do Tribunal Regional do Trabalho prevê a manutenção do serviço em 80% entre 6h às 10h e das 16h às 20h. Nos demais horários o serviço deve contar com 60% de funcionamento. Caso não seja cumprido, a multa diária ao sindicato é de R$ 100 mil. O sindicato diz que irá recorrer da decisão.
Em nota, o Metrô de São Paulo considerou a greve inadmissível num momento em que toda linha de frente da companhia foi vacinada e o país passa por uma grave crise econômica. A empresa também aponta que a decisão irá afetar o cidadão que necessita do transporte público.
“O Metrô de São Paulo fez uma proposta de acordo salarial aos seus empregados muito acima do que é praticado no mercado de trabalho e previsto na legislação trabalhista. O sindicato certamente vive em uma realidade diferente do restante do país, que sofre com desemprego, perda de renda e fome. O Metrô manteve todos os serviços e seus empregados, apesar do prejuízo de R$ 1,7 bilhão no último ano e de mais de R$ 300 milhões no primeiro trimestre de 2021.
Ainda assim, o Metrô ofereceu a manutenção de diversos benefícios, muito além dos exigidos pela CLT, como o pagamento de vales Refeição e Alimentação, Previdência Suplementar, Plano de Saúde sem mensalidade, hora extra de 100% (CLT determina 50%), adicional noturno de 35% (CLT determina 20%), abono de férias em 60% (CLT determina 1/3), complementação salarial para afastados e auxílio creche/educação, dentre outros.
Reivindicar novos aumentos salariais e de benefícios, punindo a população com a paralisação do transporte público e deixando milhares de pessoas que cuidam de serviços essenciais, como saúde e segurança sem transporte é uma atitude desumana e intransigente. Lamentamos muito que isso esteja ocorrendo e iremos trabalhar para oferecer o melhor transporte possível aos cidadãos”, diz o comunicado da companhia.