O governo do estado, a pedido do Metrô de São Paulo, publicou um novo decreto de utilidade pública de 27 terrenos que serão usados na extensão da Linha 2-Verde no sentido de Guarulhos.
Pelo levantamento feito por este site, as áreas que somadas chegam a quase 174 mil metros quadrados prevista para desapropriação localizam-se principalmente no entorno da futura estação Tiquatira e no Pátio Paulo Freire e a estação do mesmo nome.
O maior lote, com quase 72 mil metros quadrados, fica justamente num enorme terreno nas margens da Avenida Educador Paulo Freite e servirá para que a Linha 2-Verde possa ter um pátio de manutenção adequado. Hoje, o ramal possui apenas o Pátio Tamanduateí e precisa utilizar os serviços dos complexos de Itaquera (Linha 3-Vermelha) e Jabaquara (Linha 1-Azul).
A segunda etapa de expansão da Linha 2-Verde até o município de Guarulhos compreende cinco estações, além do pátio. São elas Penha de França, Tiquatira, Paulo Freire, Ponte Grande e Dutra, esta última dentro dos limites do munícipio vizinho à São Paulo.

Possível trecho até Paulo Freire?
São 6 km de extensão até lá, porém, pela prioridade dada aos terrenos do novo decreto, o Metrô poderia em tese implantar uma fase prioritária com três estações – Penha de França, Tiquatira e Paulo Freire -, levando a Linha 2 até o novo pátio. Boa parte das áreas necessárias para isso já foi desapropriada, o que permitia que a companhia liberasse a execução de alguns contratos hoje suspensos.
Reforça essa impressão o fato de não existirem ainda decretos referentes às estações Ponte Grande e Dutra e poços de ventilação da região. Por fim, documentos do Metrô já afirmaram que a Linha 2-Verde só deverá chegar a Guarulhos após a implantação da Linha 19-Celeste. O receio é que o fluxo de passageiros seria tão grande que a Linha 2 ficaria saturada bem antes de chegar à região central.

A construção da estação Tiquatira será um ponto importante para a mobilidade sobre trilhos, por conta da ligação com as linhas 12-Safira e 13-Jade da CPTM. A conexão ajudaria a criar diversas possibilidade de viagens, além de equilibrar o carregamento em vários sentidos.
Vale lembrar também que o processo de desapropriação é algo que leva um tempo razoável, sobretudo se houver algum tipo de questionamento na Justiça. Muitos imóveis aparentemente selecionados pelo decreto são de moradias bastante simples, o que também cria situações sociais mais difíceis de serem resolvidas.
Segundo presidente do Metrô, Silvani Pereira, já foram contabilizados mais de R$ 638 milhões em desapropriações para levar a Linha 2 de Vila Prudente até Dutra. Segundo o executivo, 23% dos terrenos necessários para a obra já foram desapropriados.