Por dentro do Pátio Guido Caloi do Metrô

Confira a visita que o site fez ao novo centro de manutenção da Linha 5-Lilás e que passará a funcionar em 2019
Trens da Frota F e P no mesmo trilho (Fernando Galfo)

O blog esteve recentemente numa visita ao Pátio Guido Caloi da Linha 5-Lilás, que abrigará os serviços de manutenção e servirá como estacionamento da maior parte das 34 composições de trens que operarão neste trecho. Com uma área de 102 mil metros quadrados e uma extensão total de 11 km, o pátio faz parte das obras de ampliação do ramal até Chácara Klabin que, conforme última previsão de entrega do governo do estado, será inaugurada em junho próximo.

Alguns serviços de manutenção não estarão presentes no Pátio Guido Caloi, mas sim no Pátio Capão Redondo, inaugurado com a linha em 2002, como a sopra de trens (lavador de trens). Ambos pátios coexistirão afinal no pátio Capão Redondo não cabem todos os 34 trens da linha (26 trens da Frota P e 8 da Frota F). Um bloco interessante no pátio é o S, que é uma edificação de apoio para testes de porta de plataforma.

Com a concessão à iniciativa privada, ambos os pátios serão repassados à Via Mobilidade. Ainda não há definição se um novo Centro de Controle Operacional (CCO) será criado pela Via Mobilidade no Pátio Guido Caloi já que o CCO da Linha 5 se localiza no Pátio Capão Redondo.

Trens estacionados no pátio

Inicialmente o pátio previa abrigar frota suficiente tanto para a Linha 5 quanto para a futura Linha 19-Celeste, que ligará a região do Campo Belo a Guarulhos. Porém, essa possibilidade foi descartada com a mudança do projeto da estação Campo Belo que eliminou o enlace entre as linhas. Agora, essa área ficará para futuras ampliações da Linha 5 como a que pretende estendê-la até a região do Jardim Ângela – atualmente no pátio estão estocados os trens da frota F e alguns da frota P.

Destaque para o muro de contenção construído atrás do pátio que tem um solo Silte-Arenoso bem fácil de ceder. Foi preciso fixar um talude de contenção em L feito de concreto de 14 metros para baixo e 18 para dentro. Além da grama armada, parte da vegetação nativa que existe no terreno do pátio foi transplantada para a encosta.

Trens de sobra

A construção do Pátio Guido Caloi acabou sendo apressada por conta da encomenda de trens da Frota P. Como a construção da linha atrasou, as novas composições foram entregues pela CAF bem antes de serem utilizadas – principalmente porque só eram equipadas com o sistema de sinalização CBTC que na época não era utilizado no ramal. Sem onde estocar os novos trens, o Metrô acabou focando na construção dos trilhos do pátio a fim de ganhar espaço para armazenar os trens, então espalhados pelo Pátio Capão Redondo e até mesmo no centro de manutenção do Jabaquara.

Nossos agradecimentos à equipe do Metrô e aos engenheiros da obra por nos recepcionar. Acreditamos que essas visitas são importantes para troca de informações e conhecimentos com a população e em especial aos estudantes e recém-formados a se inspirarem a seguir carreira tanto no Metrô quanto em áreas de engenharia, transportes e infraestrutura. Eles serão os próximos engenheiros/técnicos do futuro a receber a visitas de estudantes e de construir a infraestrutura tão necessária na maior cidade de América Latina.

Fernando Galfo é engenheiro e colaborador do site.

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10 comments
  1. Boa tarde

    Por gentileza, existe a possibilidade de realização de visitas, apenas para conhecer?

    Atenciosamente

    1. Bom dia. Após muita insistência conseguimos essa visita pois não estava nos planos do Metrô. Você poderia tentar falar com o Metrô e conseguir outra. Lembrando que essas visita são feitas em grupos de 15 pessoas não podendo ser com apenas uma pessoa.

  2. muito interessante. gostaria de saber como ficou o patio embaixo do parque das bicicletas, em moema. vc tem informações? obrigado

  3. Ricardo,

    Você tem informação se os trens frota F já foram atualizados para o cbtc ?

    Parabéns pelo blog !!!

    Abraço.

    1. Marcos, os trens da Frota F já receberam os equipamentos para operar com o CBTC, mas da última vez em que questionei o Metrô eles disseram que faltava concluir os testes com eles. Acredito que isso deverá ocorrer este ano se já não foi resolvido. Como hoje eles não são necessários, o Metrô acaba optando por padronizar a frota ativa com os Ps.

      1. Frota F não é necessária hj, mas será quando a operaçao comercial chegar até a Chácara Klabin pois 25 trens da Frota P no carrossel não serão suficientes para a demanda, lembrando que o P23 se encontra imobilizado.

  4. Fico feliz em encontrar uma matéria com um conteúdo um pouco mais técnico. Parabéns pelo trabalho!

  5. Ricardo e Fernando, imagino que não deve ser nada fácil administrar este Blog, pois a urgência em dar a manchete em primeira mão nunca pode prejudicar a qualidade das informações. Tudo tem que ser feito com embasamento técnico, propriedade na argumentação e principalmente com justiça e imparcialidade, pois isso só faz crescer a credibilidade! Eu, como expectador e admirador aqui do Blog sou testemunha do bom trabalho que vocês fazem por aqui! Como mencionei anteriormente deve ser trabalhoso administrar o Blog, mas ao mesmo tempo muito compensador, pois essas visitas exclusivas são o desejo de todo o fã de mobilidade urbana sobre trilhos!! Parabéns!!
    Abraços

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