Pela primeira em sua história, São Paulo tem três grandes tatuzões em atividade simultânea, que constroem os túneis das linhas 2-Verde e 6-Laranja.
São máquinas capazes de montar túneis com vias duplas e por isso têm diâmetros acima de 10 metros.
O Metrô de São Paulo, no entanto, já operou três tuneladoras antes, na Linha 5-Lilás, porém, duas delas abriam túneis singelos, com apenas uma via e portanto de menor porte.
O ano de 2024 vai chegando ao fim e os tatuzões já cumpriram boa parte do trabalho, mas afinal qual deles é o mais adiantado? E qual pode terminar as escavações primeiro?
O Metrô, que implanta a extensão da Linha 2, e a Linha Uni, responsável pela Linha 6, não divulgam dados exatos do trajeto percorrido pelos equipamentos, apenas informações pontuais, portanto, a exata medida é desconhecida.
Este site, no entanto, mantém dados aproximados de cada avanço e baseado neles mostra a seguir como estão as atividades:
Tatuzão Sul (Maria Leopoldina)
Como se imagina, o Tatuzão Sul da Linha 6-Laranja, é o que mais escavou até aqui já que partiu antes dos demais. A máquina começou seu trabalho em 16 de dezembro de 2021 a partir do VSE Tietê.
Porém, a tuneladora passou por uma situação grave em fevereiro de 2022, após o rompimento de um interceptor de esgoto alagar os túneis e o próprio equipamento.
Apenas em 31 de agosto daqueles mês “Maria Leopoldina” retomou seus trabalhos. Desde então ela já percorreu ao menos 7,8 km, segundo nossas contas.
Atualmente o tatuzão está deixando a região da estação 14 Bis-Saracura, em direção à Bela Vista.
Tatuzão Norte
Máquina “gêmea” do Tatuzão Sul, a tuneladora também partiu do VSE Tietê, mas em 15 de novembro de 2022. Pelos nossos cálculos, o TBM (como também é referido) teria percorrido cerca de 3,5 km até a semana passada.
Foi quanto ele atingiu a estação Maristela, na Zona Norte. O canteiro passa por alguns desafios relacionados à questões geológicas e por isso sua chegada foi cuidadosa, rompendo uma grande massa de concreto usada para estabilizar a vala.
Todo o trajeto desse tatuzão é bastante complexo por conta do subsolo rochoso e com outras interferências.
Cora Coralina
Fabricada pela chinesa CREG, Cora Coralina é o maior tatuzão já usado na América Latina e começou seu trabalho apenas em novembro de 2023.
Mas tem avançado com uma velocidade bastante elevada. Atualmente ele se aproxima da estação Santa Clara após passar por Vila Formosa e Anália Franco.
Segundo nossas medições, já foram vencidos cerca de 3 km, dos cerca de 7 km que serão escavados.
Qual termina antes?
Cora Coralina deve terminar a primeira etapa de sua missão no ano que vem, mas ainda terá pela frente outro trecho entre Penha e o Complexo Rapadura.
Os tatuzões da Linha 6-Laranja, por sua vez, estão perto de concluírem as escavações. O Norte deixará Maristela e terminará o trabalho em Brasilândia, uma distância pequena, de cerca de 700 metros.
O Tatuzão Sul, por outro lado, está em meio a um longo “tiro” após ter passado direto por 14 Bis. São aproximadamente 1,6 km até chegar ao poço de ventilação onde será desmontado.
Ambos deverão atingir essas metas também em 2025, mas o Tatuzão Norte parece mais perto de “vencer a corrida”.
Se tivesse perfurado 3 km como dito, já teria chegado na Estação Santa Clara. Pouco mais de 6 metros por dia é considerado rápido? ok.
O Metrô está de brincadeira com esse tatuzão, um ano de escavações a mal fez 3 km, além das pausas serem longuíssimas. Piada.
Não é questão de distância, cada trecho tem um tipo de solo. Mas pelo proposto, o norte chega antes ao seu ponto final. Mas fica aguardando autorização de continuar suas escavações até a av Raimundo Pereira
A escavação depende de vários fatores, como tipo de solo, canteiro de apoio, avanço das obras dos poços das estações, do impacto na superfície (medido o tempo todo e que pode impor interrupções para escoramento de construções na superfície), interferências não detectadas nas sondagens (o mapeamento do subsolo paulistano mal tem 20 anos, sendo que empresas como Sabesp e Comgás possuem redes com mais de 50 anos pouco mapeadas), etc.
E também não adianta cavar rápido e depois ter de fazer retrabalho, como ocorreu no trecho da Avenida Paulista da Linha 2 que foi escavado pela tuneladora em pouco mais de 2 anos e sofreu com infiltrações tratadas até uma década depois.