A presença de trens antigos, sem ar-condicionado, já foi bastante reduzida com a chegada dos novos Série 8500 e 9500, mas um marco simbólico deve oficializar a aposentadoria da composição mais idosa da CPTM nas próximas semanas. Trata-se da Série 1100, fabricada pela brasileira Mafersa sob licença da americana Budd entre 1956 e 1957 e então chamada de TUE 100. A encomenda original foi feita pela Estrada de Ferro Santos-Jundiaí, fundada como São Paulo Railway Company no final do Século 19 e que construiu o que hoje são as linhas 7 e 10 da CPTM.
Espécie de imagem consagrada da triste fase da CBTU, estatal federal que assumiu a Santos-Jundiaí em 1984 e que ficou marcada pelos surfistas de trens e outros acidentes graves, o Série 1100 permaneceu em operação mesmo após a criação da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos, em 1992. Em 1997, diante do estado lastimável em que se encontrava, o trem recebeu uma modernização que retirou a máscara de inox com uma janela circular e a substituiu por uma cabine em fibra e de para-brisa amplo. O interior foi reformado, mas continuou simplório, barulhento e muito quente.
Nos últimos anos, a Série 1100 ficou restrita à Linha 7-Rubi, que vai da estação da Luz até Jundiaí, com troca de trem em Francisco Morato. Apesar da idade (mais de 60 anos em serviço) é considerado um trem versátil e bastante resistente. Finalmente, com a entrada em serviço das novas séries a CPTM pôde começar a tirá-los de circulação. Muitos estão justamente em Jundiaí em processo de desmonte.
Hoje resta apenas um exemplar em operação, registro 1114-1115, que deverá sair de cena assim que a companhia receber mais unidades do Série 9500, fabricado pela Rotem e trem mais moderno da CPTM. E, para marcar o momento histórico, a companhia está organizando uma espécie de viagem de despedida nos moldes da realizada pelo Metrô e sua Frota A. Para isso está convidando grupos de fãs e perfis de redes sociais que cobrem o transporte coletivo sobre trilhos. O evento ainda não teve data marcada.
A aposentadoria da Série 1100, no entanto, ainda não significa o fim desses trens mais antigos e desconfortáveis, fabricados antes da fundação da CPTM. Séries como a 1700 e 4400 ainda são utilizadas em trechos menores e como reserva dos trens mais modernos. A tendência é que a definitiva retirada dessas composições ocorra em 2019.
Com informações da página Budd Company
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