Quando o Metrô de São Paulo chegará aos 100 km de extensão?

Marca, embora distante da ideal, deve colocar o sistema paulistano em outro patamar, mas só pode acontecer no final da década
Como ficaria a malha metroferroviária em 2018
Como ficaria a malha metroferroviária em 2018
Como ficaria a malha metroferroviária em 2018
Como ficaria a malha metroferroviária em 2018

Definir um sistema de metrô apenas pela sua extensão é um erro comum. Embora quanto maior a malha, mais possibilidades ela trará não é certo dizer que apenas isso resolve o problema de mobilidade urbana. Os casos da CPTM e da Supervia demonstram isso. Enquanto a primeira possui 260 km de vias e transporta 2,8 milhões de passageiros por dia a segunda possui 270 km de trilhos e leva apenas 620 mil pessoas por dia útil em média. Já o Metrô de São Paulo, com seus poucos mais de 78 km em suas seis linhas, leva diariamente 4,4 milhões de pessoas.

Ou seja, uma média de 56 mil passageiros por km de trilhos contra 10,7 mil pessoas da CPTM e somente 2,3 mil pessoas na Supervia. Esse desempenho tem a ver com fatores como intervalo baixo de trens, eficiência da rede e estações mais bem distribuídas, embora ainda seja uma rede pequena e com vários gargalos justamente por isso.

Mesmo assim, o metrô paulistano vive há alguns anos a expectativa de chegar a uma malha de três dígitos. Desde a propaganda eleitoral do governo Serra e seu “Expansão São Paulo”, a Grande São Paulo espera que a rede, enfim, ultrapasse os 100 km de extensão, depois de anos de crescimento lento. No entanto, nesta década o sonho virou dúvida: embora tenhamos várias linhas em obras e algumas licitadas, esse salto até hoje não ocorreu por diversos motivos.

Rede tem boa chance de quebrar a barreira dos 100 km em 2018
Rede tem boa chance de quebrar a barreira dos 100 km em 2018

Foco em linhas de impacto

Se os planos do governo tivessem virado realidade, São Paulo já contaria hoje com mais de 130 km de metrô, 67% a mais que a situação atual. Mas a realidade é bem menos otimista. Somadas as seis linhas (incluindo o monotrilho da Linha 15 e a Linha 4, operada pela ViaQuatro) são 77,5 km efetivamente em operação.

Os 22,5 km que faltam para chegar aos 100 km devem vir da Linha 5 e da Linha 15, principalmente. As duas linhas têm obras num ritmo mais estável e não devem passar por nenhum tipo de imprevisto, a princípio. Com elas entregues, o Metrô chegaria a 99 km de extensão, ou seja, seria preciso entregar algum outro trecho que hoje, é sem dúvida, o que liga a estação Butantã à futura parada São Paulo-Morumbi na Linha 4.

Perto de ter o contrato assinado para retomada das obras, a segunda fase da linha tem previsão de entregar três estações num prazo de 18 meses – Higienópolis-Mackenzie, Oscar Freire, ambos sem acrescentar nenhum metro à rede, e São Paulo-Morumbi, hoje cerca de 2,3 km distante de Butantã. Caso as obras recomecem em 2016 e não atrasem, ela abriria em meados de 2018, época em que em tese a Linha 15 e a Linha 5 teriam seus novos trechos abertos.

O ano de 2018 também tem outro fator, o eleitoral. A gestão Alckmin encerra neste ano e as pretensões políticas do governador certamente vão exigir um esforço extra para mostrar serviço nessa época – divulgar o marco dos 100 km não é algo que um político ignoraria.

Se esse cenário for confirmado, veremos não só uma rede de metrô maior, mas com uma dinâmica diferente da atual, concentrada no eixo da Linha 4 Amarela. Com a abertura da Linha 5 boa parte do fluxo de pessoas que usa a linha amarela deve migrar para a lilás. Ao mesmo tempo, a Linha 15 passará a ter um papel alimentador semelhante com o da Linha 3. Ambas vão tornar a Linha 2 Verde, hoje com demanda mediana, um dos eixos mais importante do sistema.

Até lá, espera-se que sua extensão até Guarulhos esteja sendo construída assim como linhas hoje em obras como a 6 Laranja e a 17 Ouro ou a Linha 18, que irá até o ABC. Afinal, não será possível levar outros 44 anos para chegar aos 200 km.

 

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