Os trabalhos de recuperação dos “tatuzões” da Linha 6-Laranja prosseguem nos canteiros VSE Tietê e SE Aquinos, como mostraram imagens aéreas do canal iTechdrones. A novidade é que a Acciona, construtora responsável pela obra de 15 km de metrô, já içou várias partes dos shields além de ter rebocado os módulos traseiros da tuneladora sul, que havia concluído a escavação do primeiro trecho no dia em que o interceptor da Sabesp rompeu e inundou túneis e poços.
O drone do canal (veja abaixo) mostrou o que parecem ser armários de equipamentos eletrônicos sob uma tenda além de outras peças da imensa máquina sendo limpas e verificadas por funcionamento da construtora. No fundo do VSE Tietê, de onde o shield partiu em dezembro, a estrutura que maneja as aduelas e as esteiras por onde sai o material escavado aparece parcialmente desmontada.
Já a parte frontal do shield continua na entrada do poço SE Aquinos, onde a empresa segue com a limpeza do local. Na outra ponta do trecho, onde foram escavados dois poços ao norte do VSE Tietê, componentes da tuneladora norte também foram retirados para inspeção enquanto partes mais volumosas continuam no fundo da vala.
O site contatou a LinhaUni, concessionária que irá operar o ramal, para entender em que estágio o processo de recuperação se encontra, mas recebeu uma nota genérica, sem respostas específicas aos nossos questionamentos.
“A Linha Uni segue atuando na limpeza dos poços e túneis do VSE Aquinos. Com isso, será possível fazer a análise das condições das tuneladoras para dar início ao conserto dos equipamentos e posterior retorno dos serviços no local”, diz o texto enviado nesta sexta-feira, 29.
Inauguração em 2025 improvável
Até o acidente no dia 1º de fevereiro, o ritmo das obras da Linha 6-Laranja era excelente. A Acciona havia retomado os trabalhos deixados pelo consórcio Move SP em outubro de 2020 e rapidamente reativado vários canteiros e frentes de trabalho. Algumas estações como Santa Marina se encontram bastante adiantadas enquanto o pátio Morro Grande evoluiu de forma significativa.
Esse cenário fazia crer que o prazo de inauguração de toda a linha, com 15 estações, em outubro de 2025, parecia ser bastante crível. Agora, com o atraso na escavações dos túneis pelos dois tatuzões é bastante improvável que a construtora consiga recuperar todo o tempo perdido, que já soma três meses.
Como a recuperação das máquinas deverá levar mais algum tempo é de se imaginar que a Linha 6 só funcionará dentro de quatro ou cinco anos.
