Aumento de casos de Covid na China pode atrapalhar Linha 17-Ouro

País tem decretado novos lockdowns em grandes cidades para tentar conter novo surto. Viagem de técnicos do Metrô para liberar trem do monotrilho da BYD segue sem previsão
Primeiro trem da Linha 17
Primeiro trem da Linha 17 (GESP)

Afetada por inúmeros problemas ao longo de pelo menos uma década, a Linha 17-Ouro pode sofrer um novo atraso por um motivo incomum, a pandemia do Covid-19 na China. É no país asiático que estão sendo fabricados os 14 trens SkyRail, da BYD, e onde o cabeça de série (primeiro trem) já está em testes na cidade de Shenzhen, na província de Guangdong.

Há algumas semanas, a China tem sofrido com um novo surto de coronavírus, que atingiu Shangai, uma das suas maiores metrópoles, e agora a capital Pequim, que passou a restringir o movimento de seus habitantes na tentativa de conter o aumento de casos. Ao contrário de países ocidentais, por exemplo, o governo chinês não estabeleceu uma estratégia de convivência com o vírus após campanhas de vacinação em massa da população.

Para aprovar a produção da composição e liberar o envio de navio ao Brasil, no entanto, o Metrô de São Paulo precisa enviar técnicos para conferirem in loco o modelo SkyRail assim como a linha de montagem chinesa. Porém, a visita ainda não ocorreu justamente por conta das restrições de entrada de estrangeiros no país.

Em recente resposta em sua conta no Instagram, Silvani Pereira, presidente do Metrô, confirmou que a visita dos funcionários da companhia segue sem previsão. “Quando a China autoriza [SIC] a entrada dos nosso engenheiros no País!”, disse o executivo ao ser perguntado por um seguidor sobre uma previsão para a viagem de inspeção.

O interior do SkyRail lembra o Innovia 300 da Linha 15-Prata (BYD)

Previsão de entrega no final de 2022

Durante a apresentação do primeiro trem da Linha 17-Ouro, em 26 de março, o governo do estado já havia citado o problema sobre as restrições de embarque para a China. “A expectativa era já ter uma equipe nossa na China para acompanhar esses testes, porém a pandemia impediu”, explicou Silvani.

Ainda de acordo com ele, desde o terceiro trimestre de 2021 o Metrô tenta viabilizar a visita, mesmo com a ajuda da BYD, mas sem sucesso. Paulo Galli, secretário dos Transportes Metropolitanos, chegou a fazer um apelo ao embaixador chinês durante o evento para que ajudasse a obter a autorização de viagem.

Segundo a BYD, o primeiro trem de monotrilho deverá chegar ao Brasil no final de 2022, mas o cálculo não está claro se leva em conta possíveis atrasos na sua liberação por conta da demora na inspeção dos trens.

 

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