Acordo do Brasil com a China para produção de trens é criticado por associação do setor

Governo Lula anunciou negociações para atrair produção de material ferroviário de chineses. Abifer pede valorização da indústria nacional

Trem da CRRC com montagem não oficial
Trem da CRRC com montagem não oficial

A visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à China para estreitar relações comerciais com o país asiático foi palco do anúncio de vários acordos para investimentos no Brasil.

Entre eles está a produção de trens, segundo disse o ministro da Casa Civil, Rui Costa. O objetivo será a instalação de fábricas chinesas para produção de trens, metrô, VLT e outros equipamentos, afirmou o ministro à imprensa.

Entre as metas estabelecidas está a implantação da Ferrovia Bioceânica, entre o Peru e o porto de Ilhéus, na Bahia, ligando portanto os oceanos Atlântico e Pacífico.

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A iniciativa visa também outras rotas como a ferrovia entre Porto do Açu, no Rio de Janeiro, a Porto Velho, em Rondônia, e a estrada de ferro entre o porto de Santos e Antofagasta, no Chile.

Assinatura de acordos do Brasil e China (Ricardo Stuckert)

Esses estudos têm atraído o interesse de duas gigantes ferroviárias chinesas, a CRRC e a CREC, mas a abertura do mercado brasileiro para elas causou reclamações da Abifer, a entidade que representa a indústria ferroviária nacional.

A associação manifestou “profunda indignação em relação à recente matéria que anuncia uma parceria entre os governos brasileiro e chinês para a produção de trens na China”.

A Abifer defende a cooperação internacional, porém, afirmou que o país precisa valorizar sua própria indústria ferroviária.

Estreia do primeiro trem da Série 2500 em 2020 (Jean Carlos)

Trens chineses no Brasil

As manifestações ocorrem em meio a uma série de encomendas de trens de passageiros que estão sendo fabricados na China.

Após algumas encomendas terem ocorrido no passado recente no Metrô do Rio e na Supervia, além da fabricação de oito composições da Série 2500 para a CPTM, o setor ainda respirou com pedidos seguidos para a Alstom no Brasil.

Mas outros três contratos mostraram que as fábricas chinesas estão em alta. A BYD assumiu a encomenda de 14 trens de monotrilho para a Linha 17-Ouro enquanto a própria Alstom optou por montar 19 unidades do trem Innovia 300 com sua parceira CRRC em vez de reativar a fábrica de Hortolândia, em São Paulo

Projeção do novo trem do Metrô BH, que será fornecido pela CRRC (MetrôBH)

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De quebra, a mesma CRRC fornecerá os trens do Metrô de Belo Horizonte e, por ser sócia da concessionária TIC Trens, fabricar as composições do Trem Intercidades Eixo Norte.

A gigante chinesa foi ainda a vencedora da esperada concorrência por 44 trens para as linhas 1-Azul, 2-Verde e 3-Vermelha do Metrô.

Com tantos pedidos, a CRRC tem sondado áreas para montar parte desses encomendas no país.

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1 Comentário

  1. Esses projetos são para daqui 20/40 anos. Seria lindo, mas está muito longe!
    Temos demandas regionais/metropolitanas mais rápidas de serem implementadas, incluindo a Ferrogrão….
    E esqueçam o trem bala Rio/SP.

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