Candidato ao governo pelo PCB, Gabriel Colombo propõe transporte 24h e diminuição da repressão contra marreteiros

O candidato pelo Partido Comunista Brasileiro também defende a estatização dos transportes e a abertura de novos concursos públicos
Gabriel Colombo, candidato do PCB (Johnny Torres)

Os cidadãos de São Paulo deverão decidir em 2022 o destino da gestão estadual. O site tem se dedicado a expor os planos de governo dos principais candidatos ao governo do estado.

Seguindo a ordem de candidatos estabelecida pelo site do TSE, nesta matéria iremos aprofundar as propostas do candidato Gabriel Colombo.

Gabriel Maurilio Colombo de Freitas é o candidato do Partido Comunista Brasileiro (PCB). Possui ensino superior completo e não possui ocupação especificada no site do TSE.

Empregos e concursos públicos

A criação de empregos em caráter emergencial é uma das políticas do plano de governo. Parte da massa de trabalhadores será empregada na ampliação da rede metroferroviária.

“Programas emergenciais de empregos: criar frentes de trabalho urbanas e rurais para obras de saneamento, habitação, reforma de escolas, hospitais, zeladoria das regiões empobrecidas e periféricas do estado e ampliação da malha metroferroviária;”

O plano de governo propõe a abertura de concursos públicos em caráter emergencial para diversas áreas, incluindo transportes, bem como a convocação de todos aqueles já aprovados em concursos anteriores ainda válidos. Propõe também a política de cotas com base na composição populacional.

“Concurso público emergencial: abrir concursos públicos em regime de urgência em todas empresas e órgãos públicos que estejam com déficit de trabalhadores (saúde, educação, saneamento, transporte etc.) e convocar imediatamente todos os servidores já aprovados em concursos anteriores ainda válidos. Estabelecer amplas políticas de cotas nos concursos públicos, utilizando inclusive critérios de proporcionalidade com base na radiografia da nossa população (por exemplo, reservar 35% das vagas de todos os concursos para a população negra, refletindo a composição populacional);”

Obras publicas poderão permitir a abertura de frentes de trabalho (Jean Carlos)

Estatização dos transportes e tarifa zero

Gabriel também se mostra favorável à estatização total dos transportes públicos e integração dos sistemas de transporte coletivo por meio da EMTU. O plano estabelece de forma clara a priorização do transporte ferroviário e interurbano.

“Estatizar e integrar os sistemas de transporte coletivo urbano, por meio da EMTU, iniciando essa integração com as regiões metropolitanas de São Paulo, Campinas e Santos, como experiências piloto;  Priorizar transporte ferroviário e interurbano”

O candidato também propõe o financiamento do transporte público através de impostos progressivos sobre os mais ricos. A ideia é viabilizar a tarifa zero no transporte público paulista.

“ Financiar sistema de transporte público por impostos progressivos sobre os mais ricos, viabilizando a tarifa zero do transporte público”

Transporte 24h e fim da repressão contra marreteiros

As propostas específicas para o transporte sobre trilhos em São Paulo são a revogação de todas as concessões realizadas no Metrô e na CPTM. Tirar do papel todos os projetos de expansão dentro dos próximos três anos, implantar as linhas ferroviárias entre Santos, São Paulo e Campinas.

“Tirar todos os projetos de expansão da CPTM e Metrô do papel nos próximos 3 anos. Reverter todas as privatizações nestas duas empresas em todas as suas linhas, ampliando o quadro de funcionários. Levar o transporte metroferroviário para o interior e litoral, de bate-pronto priorizando a construção de linhas da CPTM até Campinas e Santos, contribuindo para a circulação de pessoas, mercadorias e empregos. “

O plano de governo também propõe a política de transporte público operando 24 horas por dia no sistema metroviário. Também há a perspectiva de acabar com a “política repressiva” de segurança no Metrô e CPTM, principalmente contra os marreteiros.

“Também nos comprometemos com uma política de transporte público 24 horas nos grandes centros urbanos do estado, começando pelo Metrô, CPTM e EMTU em São Paulo. Vamos retomar os empregos dos cobradores, como agentes de bordo, ajudando no recolhimento das cobranças e na segurança dos ônibus, retirando esse acúmulo de função sob os motoristas. Também acabaremos com a política repressiva e de polícia da segurança do Metrô e CPTM, sobretudo a repressão sob os marreteiros (vendedores ambulantes).”

Transporte 24h é uma das propostas do plano de governo (Jean Carlos)

Opinião do site

Seguindo a linha de outros candidatos alinhados à esquerda, Gabriel Colombo repete o mantra de estatização do transporte público e da utópica “tarifa zero”. Como qualquer economista sabe de cor, não existe “custo zero” numa infraestrutura de mobilidade já que a população, não importando em qual estrato se encaixa, pagará a bilionária conta por meio de impostos diretos e indiretos, necessários para bancar um sistema “gratuito” e mantido por milhares de funcionários públicos.

Além disso, manter abertas linhas metroviárias durante a madrugada, quando a demanda não justifica a operação de trens, seria um enorme desperdício de recursos públicos, sem falar nos problemas causados pela falta de períodos para manutenção.

Ricardo Meier

O documento completo pode ser acessado através do portal do Tribunal Superior Eleitoral.

Confira também as propostas dos outros candidatos:

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8 comments
  1. O mantra da privatização pregado pela direita é mais nocivo ainda… o Rio de Janeiro viu isso com suas linhas de metrô e trem e hoje em dia babam pelo metrô e trens estatais de SP. Transporte público é serviço essencial, não pode ficar à mercê da sede por lucro das empresas privadas.
    Quanto à transporte 24 horas, infelizmente nossa rede metroferroviária não comporta isso, pois não há linha paralela substituta como no metrô de NY, por exemplo, o que obriga a rede a parar de madrugada para manutenção. Uma rede de ônibus de madrugada mais robusta, a meu ver, daria conta do recado.

  2. Isso é um circo????? ,né possível que um ser humano fale isso ,Estrutura de Metrô em SP não tem estrutura para funcionar 24hrs,pra começar o metro de NYC é uma porcaria, estações cheias de drogados e moradores de rua dormindo e empurrando passageiros nos Trilhos ,além da infestação enorme de ratos nas estações e trens

    A Infraestrutura do metrô de Nyc é péssima ,o sistema só não colapsa pra causa das linhas paralelas

  3. Não acho que o Metrô/CPTM 24h seja má ideia. É horrível sair a noite e ter que esperar até 04h40 da manhã pra ir embora. Óbvio que não há demanda, mas seria perfeitamente possível deixar as estações abertas e praticar os intervalos de domingo da CPTM, com 30 minutos de intervalo, até mesmo no Metrô.

      1. Do mesmo jeito que a CPTM faz manutenção aos domingos com os trens circulando. Se for uma intervenção maior, aí interrompe a circulação no trecho.

  4. Esses candidatos acham que dinheiro nasce em árvore! Passe livre? Do jeito que a população mais pobre paga mais imposto proporcionalmente, já numa carga tributária trilionária, eles deveriam é diminuir a tributação e a quantidade de impostos para os mais pobres ao invés de só cobrar mais imposto e falar de promessas mirabolantes. Isso vale pra todos esses candidatos, principalmente pro Rodrigo Garcia, que promete até linhas que ainda estão em estudos e que nem traçado foi definido direito.

  5. Um ponto sobre ambulantes: noto que parte deles hoje são quase que uma “quadrilha de crime organizado”. Quando era antigamente, era até de certa forma tolerável, mas hoje eles estão mais violentos e abusados.

    O projeto do Baldy de tentar “legaliza-los” com pontos nas estações era uma boa ideia, mas mal dimensionada. De fato, salvo engano algumas estações já tem ex-marreteiros com pontos operando. E aparentemente parece que eles conseguem algo bom.

    A repressão ao comércio ambulante deve ser na verdade combatido com projetos sociais – encaminhar para trabalhos na região ou melhorar o projeto de adapta-los a ter pontos nas estações podem ser formas de fazer funcionar. Pegar jovens que estejam no comércio ambulante e transforma-los em “jovem cidadão” para auxiliar no atendimento também poderia ser uma boa pedida.

    Precisamos de projetos de segurança nas estações, diga-se.

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