CPTM amarga outra licitação sem interessados, desta vez em São Miguel Paulista

Projeto de concessão em São Miguel fracassou (Jean Carlos/SP Sobre Trilhos)

Após amargar um resultado frustrante com a concessão das estações em Mogi das Cruzes, onde não houve propostas de nenhum interessado, a CPTM passou por situação semelhante no projeto de cessão de áreas na Estação de São Miguel Paulista. A concorrência resultou como deserta, ou seja, sem manifestação de qualquer empresa.

Entendendo o projeto

A ideia da CPTM em realizar a concessão dos espaços na estação de São Miguel Paulista, na Linha 12-Safira, tem como objetivo principal a obtenção de maior quantidade de receitas não-tarifárias. Essa modalidade de receita é toda aquela que não é oriunda da compra do direito de viagem, podendo ser proveniente de aluguéis de espaços, venda de ativos, publicidade, etc. A companhia tem se esforçado cada vez mais para angariar recursos e utilizar todo o potencial da rede de transportes para propiciar a empresa melhores condições financeiras.

As áreas em questão acumulavam cerca de 27.757,25 m², sendo que boa parte deste território ocupado pela antiga estação de São Miguel Paulista, que até hoje não foi demolida, a exemplo do que ocorrem com as estações antigas que são reformadas.

Antiga estação de São Miguel Paulista (Jean Carlos/SP Sobre Trilhos)

A concessão teria um prazo de 35 anos, sendo que cinco deles seriam usados para a construção do empreendimento associado e outros 30 anos para a operação comercial. Durante o período de operação, CPTM obteria receitas provenientes da movimentação financeira do novo serviço que fosse instalado. Os valores eram de no mínimo R$ 92 mil ou 7,7% da receita bruta por mês.

Conclusão

A busca da CPTM por se tornar uma empresa sustentável financeiramente é justa e vai de encontro com uma proposta que tem como premissa a responsabilidade com as receitas da companhia. Apesar da ideia de conceder espaços e aproveitar o potencial latente das estações, o momento atual, marcado por grandes dificuldades por parte de possíveis interessados, atrelados a queda abrupta da demanda de passageiros, faz com que projetos de concessão de espaços acabem sucumbindo por conta de uma das piores e mais frustrantes formas, o desinteresse das empresas pelo projeto. Esperamos que a CPTM possa reformular as ideias que pautaram essa e outras licitações do gênero para que, em um momento oportuno, possam lograr êxito na exploração responsável de seu território.

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