CPTM apoiará concessionária da Linha 7-Rubi mesmo após a transição operacional

Trem da Série 8500 da CPTM (Jean Carlos)
Trem da Série 8500 da CPTM (Jean Carlos)

A concessão da Linha 7-Rubi e do Trem Intercidades deverá ter diversas etapas. Uma delas é a transição operacional entre a CPTM e a nova empresa privada que deverá ser treinada pela CPTM.

O presidente da CPTM, Pedro Moro, detalhou para os funcionários algumas das fases de transição que deverão ocorrer em breve. O dirigente adiantou que o contrato poderá ser assinado até o final deste mês, especificamente no dia 29 de maio.

O site também teve acesso ao contrato de concessão e ao Anexo III.B que fala em detalhes como será o processo de transição.

Siga o MetrôCPTM nas redes: WhatsApp | Facebook | LinkedIn | Youtube | Instagram | Twitter

Um dos principais detalhes que diferencia a concessão da Linha 7 da concessão das linhas 8 e 9 é a existência de uma fase preliminar.

A concessionária, após assinar o contrato, terá seis meses de preparação em que deverá estruturar pontos importantes do contrato como financiamento, apoio técnico, auditorias, etc.

Após estes seis meses iniciais deverá começar a Fase Pré-Operacional que terá duração de 12 meses. Esta fase é dividida em três etapas, sendo elas:

  1. Treinamento Técnico
  2. Treinamento em Campo
  3. Transferência/Monitoramento

Treinamento Técnico

A primeira etapa terá duração de 120 dias (quatro meses). Neste período a CPTM deverá realizar transferência de conhecimento operacional para a concessionária através dos multiplicadores.

Os multiplicados são a primeira leva de funcionários, geralmente de médio escalão, que deverão treinar os futuros funcionários de base da concessionária. Cada área possui uma carga horária de treinamento mínima definida em contrato.

Nesta etapa a CPTM mantém e opera o sistema. A concessionária define o modelo estratégico de operação e manutenção.

Detalhamento do treinamento técnico (SPI)
Detalhamento do treinamento técnico (SPI)

Treinamento em Campo

A segunda etapa terá duração de 150 dias (cinco meses). Neste período a concessionária deverá realizar o treinamento do seu pessoal. A capacitação será realizada pelos multiplicadores da nova operadora.

Os funcionários da concessionária terão direito ao uso do simulador de trens da CPTM que se encontra na Lapa. O equipamento de alta tecnologia permite a realização de treinamento com alto grau de realismo.

Nesta etapa a CPTM mantém e opera o sistema. A concessionária realiza a mobilização de suas equipes na Linha 7-Rubi.

Treinamento de maquinistas (SPI)
Treinamento de maquinistas (SPI)

Transferência/Monitoramento

A última etapa da Fase Pré-operacional tem duração de 90 dias (três meses). Neste período a concessionária deverá iniciar a ocupação parcial dos postos operacionais nas estações, CCO, tráfego e segurança pública.

Especificamente para a equipe de tração dos trens, um conjunto de maquinistas deverá supervisionar, durante os primeiros 30 dias desta etapa, a operação das composições pelos funcionários da concessionária.

Após esse período a CPTM manterá um supervisor de tração que vai orientar os funcionários durante a prática supervisionada.

Ao mesmo tempo, deverá ocorrer o acompanhamento da rotina de segurança das estações acompanhado por funcionários da CPTM. Ao longo do período apenas supervisores irão orientar os novos funcionários.

A concessionária só poderá implantar seu plano operacional após o término desta fase. Durante o período Pré-Operacional prevalecerá o modelo operacional vigente na CPTM.

Nesta etapa a concessionária mantém e opera o sistema. A CPTM inicia a desmobilização com a retirada gradual de seus funcionários.

Apoio técnico na Fase Operacional

O apoio técnico na fase operacional é uma etapa adicional que foi inserida no contrato de concessão da Linha 7-Rubi. Após o término da Fase Pré-Operacional e início da Fase Operacional a CPTM deverá manter funcionários para auxiliar a concessionária.

Durante 180 dias (seis meses) funcionários da CPTM deverão trabalhar, obrigatoriamente, para a concessionária. O objetivo desta etapa adicional é permitir uma transição operacional sem impactos na qualidade do serviço, além de uma transição de conhecimento mais natural.

Profissionais da CPTM que deverão ser reembolsados (SPI)
Profissionais da CPTM que deverão ser reembolsados (SPI)

Segundo o contrato de concessão, estão previstos 110 funcionários para o apoio operacional. Na sua maioria maquinistas, compondo 75 vagas.

A concessionária, por sua vez, deverá fazer o pagamento integral de todos os funcionários seguindo valores estabelecidos pela CPTM. A valor total dos 110 funcionários por mês será de R$ 1,8 milhão (junho/2023)

Conclusão

A transferência operacional para a Linha 7-Rubi é maior do que a que ocorreu com as linhas 8 e 9. As lições aprendidas com o processo de transição da antiga concessionária serviram para reforçar as praticas neste trecho que apresenta maiores complexidades operacionais. O apoio técnico, por sua vez, é a garantir de que durante os primeiros momentos da concessão, a operação se mantenham estabilizada com mão de obra qualificada da CPTM.

Previous Post
Trecho da Rua Cerro Corá onde ocorrerão as desapropriações

Metrô decreta desapropriações para estação Cerro Corá da Linha 2-Verde

Next Post
Operadoras de trens públicas e privadas de São Paulo (Jean Carlos)

A briga pelo dinheiro do bilhete único: como sustentar a malha sobre trilhos em SP?

Related Posts