CPTM repassará trens mais novos para concessão das Linhas 11, 12 e 13

Quatro séries dos trens mais modernos formarão a frota da futura concessionária, juntamente com algumas unidades da Série 7000. Linha 10-Turquesa irá operar com composições das séries 7500 e 2070
Trem da Linha 11-Coral: Expresso Leste foi o que mais transportou passageiros no dia do recorde (CPTM)

A Secretaria de Parcerias em Investimentos publicou a versão definitiva do edital de concessão das Linhas 11, 12 e 13. Os documentos confirmam que as linhas da Zona Leste ficarão com as frotas mais novas de trens da CPTM.

A Linha 10-Turquesa, única que ficará sob responsabilidade da companhia estatal de trens, terá de operar com modelos mais antigos e desgastados por um bom tempo.

As informações constam do Anexo I do contrato de concessão. Ao todo a futura concessionária receberá um total de 107 trens, sendo eles:

O poder concedente deverá disponibilizar antes do início da operação comercial da concessionária ao menos 92 trens, sendo eles todos as composições das séries 2500, 8000, 8500 e 9000, além de 4 trens da Série 7000.

Trem da Série 7000 na plataforma 1 de Brás: embarque e desembarque conjunto (GESP)

O restante dos trens da Série 7000 deverá ser entregue em dois lotes. O primeiro até o 6º ano da concessão contemplando oito trens. O segundo lote até o 7º ano da concessão contempla sete trens da Série 7000.

As composições da Série 7000 precisam ser devolvidas com a realização das Revisões Gerais (RG). Caso isso não seja possível a concessionária poderá ter de realizar os procedimentos, tendo direito ao reequilíbrio econômico-financeiro do contrato.

Cabe citar que este é um risco que ocorreu no contrato de concessão das Linhas 8 e 9 gerando grandes penalidades a favor do poder concedente.

Confiabilidade

Os trens com maior confiabilidade da nova frota são da Série 2500 com MKBF (Quilometragem média entre falhas) de 18,9 mil km médios. Os trens com menor confiabilidade são as composições da Série 7000 com MKBF médio de 4,2 mil km.

Indicador de falhas da frota. Quanto maior, melhor (SPI)
Indicador de falhas da frota. Quanto maior, melhor (SPI)

A idade da frota possui um tempo de uso variado, sendo os mais novos da Série 2500 que entraram em operação em 2020 (4 anos) e os mais antigos da Série 7000 que entraram em operação em 2010 (14 anos). A vida útil de um trem é estimada em 40 anos.

Composição da Série 2500 no Pátio de Presidente Altino (Jean Carlos/SP Sobre Trilhos)

Trens mais velhos para a Linha 10

A Linha 10-Turquesa, que hoje opera com trens da Série 8500 e 9500, deverá ser fortemente afetada pela concessão.

Os trens que operam nesta linha possuem características técnicas tais como salão livre entre carros (open gangway), portas mais largas e sistemas mais modernos.

Composição da Série 2070 na estação Calmon Viana (Jean Carlos)
Série 2070 deverá operar na Linha 10-Turquesa (Jean Carlos)

Com a concessão das linhas 11, 12 e 13, além da 7-Rubi em curso, a frota remanescente será composta de composições da Série 2070 e 7500. Ambas possuem portas estreitas e carros separados entre si.

O governo não apontou ainda quais medidas tomará para promover melhor conforto a estes passageiros, mas é fato que o ramal ficará com as sobras das linhas concedidas.

Esse cenário só poderá mudar no futuro após a concessão da própria Linha 10 em conjunto com o projeto de implantação da Linha 14-Ônix.

Vale lembrar que por enquanto, o novo ramal que ligará Guarulhos ao ABC Paulista é considerado um VLT, cuja capacidade é menor e o material rodante incompatível com uma ferrovia segregada como a Linha 10.

9 comments
  1. Os 2070 têm portas largas, só não tem o opem gangway como as frotas mais recentes e não tem nem 20 anos, operam bem na Linha 12 e podem operar bem na 10 também e os 7500 são ainda mais recentes, com a CPTM têm um cuidado melhor do que com a ViaMobilidade, não estão mais tão encardidos e maltratado como quando estavam com aquela concessionária porca e quando os 7000 retornarem será a mesma coisa, parte deles irá para a Linha 10 também!
    O negócio é que as operadoras cuidem bem das máquinas, aí não importa tanto a idade das composições que são relativamente recentes, podem operar por muitos anos ainda com a manutenção em dia, sendo que trens podem operar bem entre 40 até mais de 60 anos, vários trens pelo mundo já operaram por quase 100 sendo bem cuidados e não deixaram os 2000 nem chegarem perto disso, tudo por causa de manutenção mal feita!

    1. Os 2000 não eram compatíveis com a operação metropolitana q temos na cptm, então fazia sentido dar fim neles

      1. Os 2000 não eram compatíveis com uma empresa de gestão sofrível como a CPTM, por isso foram retirados de circulação precocemente.

        Você vai culpar a CAF? Se os trens da CAF são ruins, então por qual motivo a CPTM comprou centenas deles?

  2. O cuco é aquela ave que não faz ninho e põe seus ovos em ninhos de outras espécies. Seus filhotes incubam mais cedo do que os filhotes das aves hospedeiras além de serem maiores, e, quando nascem, logo colocam os ovos ou filhotes hospedeiros pra fora do ninho. Assim, são alimentados sozinhos pelos pais da espécie hospedeira.

    Moral da história: no transporte por trilhos, as concessionárias são o “cuco” enquanto os hospedeiros são a CPTM e a Cia. do Metrô. Para bom entendedor, meio texto basta.

  3. Esse edital corre o risco de ser revogado, porque faltou oferecer mel na chupeta para o vencedor da concorrência!

  4. Não é bem assim… analisem os anexos do edital e da minuta de contrato. Alguns trens da série 7000 retornarão para a CPTM no 6º ano da concessão.

  5. Já sabemos quem vai ganhar então, será a ViaCalamidade. É por isso que ela está tão confiante em manter os 7000 vermelhos na linha 8 diamante, mesmo tendo finalizado a entrega dos 8900 pela Alstom. Ela nem vai devolver esses trens para a CPTM, vai ficar ali em definitivo pelo visto. Que grande m…. essas concessões e para onde isso tudo está indo.

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