Com apenas uma semana no cargo, o novo governador de São Paulo, João Doria (PSDB), foi até Brasília encontrar-se com o presidente Jair Bolsonaro (e seu ministro de Infraestrutura), também ele no início de seu mandato federal.
Na pauta da reunião, projetos de infraestrutura inéditos como a concessão da rodovia Rio-Santos, mas também assuntos que já são discutidos há bastante tempo entre as duas esferas de governo como o Ferroanel e Trem Intercidades, uma rede de trens regionais proposta pelo antecessor de Doria e seu padrinho político, Geraldo Alckmin.
Apesar de serem contatos preliminares entre os dois governos e que mostram uma aparente união em tirá-los do papel – conforme declaração do ministro Tarcísio Gomes ao afirmar que os projetos serão tocados a quatro mãos -, na prática não há nada de novo no assunto.
João Doria já havia deixado clara sua intenção de privatizar ao máximo o transporte de passageiros por trilhos, portanto dizer que o Trem Intercidades será concedido à iniciativa privada e que utilizará as vias existentes hoje (uma péssima notícia, aliás) é chover no molhado.
Talvez a surpresa da visita tenha sido a informação de que a MRS, empresa que tem a concessão de transporte de cargas por parte das linhas da CPTM, será responsável por implantar o Ferroanel, trecho de vias que aproveitará o Rodoanel Norte para desviar os trens de carga de regiões centrais de São Paulo. Com isso, os passageiros de linhas como a 7-Rubi e 12-Safira serão beneficiados por não precisarem compartilhar sua viagem com imensas e lentas composições de carga.
No entanto, ainda há muito o que planejar para que esses anúncios prematuros sejam de fato transformados em realidade.
