Governo gastará R$ 62 milhões para acelerar estudos de privatização do metrô

Contratação do IFC, instituição vinculada ao Banco Mundial, deverá estudar a estruturação técnica e financeira para a concessão das linhas metroviárias. Estudos terão duração de 48 meses
Governo deve acelerar estudos para concessão das linhas do Metrô (Jean Carlos)
Governo deve acelerar estudos para concessão das linhas do Metrô (Jean Carlos)

O governo do estado de São Paulo está preparando um estudo para a viabilização da concessão das linhas do sistema metroviário. Para isso, a gestão Tarcísio de Freitas pretende contar com a consultoria internacional.

Na segunda-feira, 28, a Secretaria de Parcerias em Investimentos (SPI) publicou um aviso no Diário Oficial em que oficializa a contratação serviços técnicos especializados de apoio técnico e consultoria da International Finance Corporation IFC.

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A ideia é que os estudos possam ser utilizados para a estruturação técnica e financeira do projeto de concessão das Linhas 1-Azul, 2-Verde, 3-Vermelha e 15-Prata, pertencentes ao sistema metroviário.

Ainda deverão ser avaliadas estratégias de participação do setor privado para a expansão da capacidade de investimento e melhorias na governança do Metrô de São Paulo. Serão investidos R$ 62 milhões durante os 48 meses de estudos.

Contrato para estudos de concessão do Metrô (Diário Oficial)
Contrato para estudos de concessão do Metrô (Diário Oficial)

A concessão das linhas da CPTM anunciada pela SPI, pasta criada pelo atual governador, confirma que o foco do atual mandatário é promover de forma gradual, porém acelerada, a desvinculação do sistema de transporte sobre trilhos do poder público para a gestão e operação por parte da iniciativa privada.

A medida poderá atrair investimentos robustos para a recapacitação de alguns trechos que necessitem de grandes melhorias, ou até mesmo de expansão para novos territórios.

Operação das linhas poderá ser gerida pela iniciativa privada (Jean Carlos)
Operação das linhas poderá ser gerida pela iniciativa privada (Jean Carlos)

Por outro lado, o processo de precarização da operação, encabeçado principalmente por uma política de contínuo corte de despesas, põe em xeque a operação atual. Postagens em redes sociais mostram que algumas composições do Metrô de São Paulo, conhecido pela excelência no serviço, estão operando em situações degradadas.

Para além da diminuição do nível de serviço, a falta crônica de funcionários da estatal coloca a execução do serviço de transporte em nível cada vez mais complexo. Apesar do constante nível de automatização na operação dos trens, espaços como estações, onde a presença humana ainda é necessária, estão com falta de funcionários.

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  1. Isso já estava mais que previsto, desde o “gestor” a ideia era essa mesmo, dilapidar com tudo o que é público. Esses sujeitos não só entregam a própria mãe pra iniciativa privada porque não podem, devem ganhar fortunas por trás de cada privatização, seja deforma direta ou indireta.

    O grande problema é que eles se acham donos do patrimônio e não apenas meros administradores…

  2. Transporte público como o nome diz deveria ser sempre … público.
    Fico pensando: Qual país do mundo com transporte exemplar tem suas operações inteiramente privadas? Japão? Espanha… creio que não. Lugares onde esse sistema é levada a sério possuem mão pesada do Estado.

  3. Ué, mas o interesse da privatização não é arrecadar dinheiro? Vão gastar dinheiro público pra se desfazer de patrimônio público?

    1. Porque será que nos Estados Unidos, as linhas de Metrô são praticamente quase todas estatais, vide o Bart de São Francisco que pertence à prefeitura de São Francisco, ao Trax que pertence ao estado de Utah, ao L que pertence à prefeitura de Chicago? Porque será que na França, na Holanda na Itália, em Israel, no Japão, as linhas metroviárias são todas estatais também? O que eles sabem que o atual governador de São Paulo não sabe? Simples, eles sabem que o metrô é melhor administrado quando está nas mãos do próprio estado, eles sabem que o metrô é do povo e não deve ser utilizado para dar lucros para acionistas privados, eles sabem que quando o metrô é privatizado ele perde a qualidade . Basta ver como o metrô do Rio de Janeiro piorou depois que a iniciativa privada assumiu, e como o valor da tarifa subiu, 6,90. Como as linhas 8 e 9 pioraram em São Paulo depois que foram concedidas. O metrô de São Paulo é referência mundial e muito bem avaliado pela população de São Paulo e deve continuar estatal.

  4. Esses milhões já é privatizar, usar o imposto do trabalhador, porque rico não paga, para um serviço que deixa de ser gratuito ser bancado por nós. DUPLO FINANCIAMENTO! NÃO A PRIVARIZAÇÃO!

  5. Infelizmente independentemente de qual partido político que está no poder, quando o assunto é ganhar muito dinheiro com privatizações não existe sujeito de direita ou sujeito de esquerda.
    Mais uma vez o patrimônio público sendo tomado pelos magnatas através de seus políticos fantoches.

  6. esses 62 milhões de reais seriam melhor aplicados na manutenção do metrô do que em estudos para vender o metrô.

    o que Tarcísio está fazendo é um crime sem tamanho, pois não é “apenas” repassar um serviço a uma empresa e gastar mais dinheiro para beneficiar e satisfazer os acionistas e o mercado financeiro, mas sim é jogar na lata do lixo todo o know-how que o estado tem no sistema metropolitano. serviços essenciais não são mercadoria. se todo o sistema ficar nas mãos da iniciativa privada, isso será um caos sem tamanho. veja o que ocorre no RJ. veja o que ocorre em BH. SP é muito maior, muito mais dependente do seu sistema sobre trilhos.

    e o pior de tudo isso, é o discurso por trás disso. é jogar na privatização a concretização de melhorias e de expansão, que sabemos que só acontecerão com aporte massivo do estado. veja que a concessão da linha 7, que já tem um edital generoso, foi rejeitado porque a iniciativa privada quer mais ainda do estado.

  7. Engraçado q para pagar o abono aos metroviarios q estavam reeinvidicando no começo do ano, o estado afirmava q não havia dinheiro, e o tal abono era inviável.

    Agora pra fazer estudos DESNECESSÁRIOS, para privatizar algo q já funciona, o dinheiro aparece instantaneamente…

  8. Já dá pra ter uma prévia do que vai ser, da pra tirar pelas linhas 8 e 9 da CPTM, que apresentam falhas constantes ou a linha 4 Amarela que tem valor de passagem a 6,32 e o governo paga milhões pra CCR por causa dessa diferença, se a intenção de privatizar é melhorar o sistema e reduzir ônus, não ta adiantando, o governo só está enchendo o bolso da CCR de dinheiro

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