Governo prevê ‘prejuízo’ com operadoras privadas de trens entre 2026 e 2028

Câmara de compensação pode se esvaziar nos próximos anos (Jean Carlos)
Câmara de compensação pode se esvaziar nos próximos anos (Jean Carlos)

As futuras concessões do sistema metroferroviário deverão colocar ainda mais pressão no sistema tarifário. O prognóstico para os próximos anos é claro: não haverá dinheiro para pagar a todos os concessionários apenas com o valor da tarifa.

A informação foi dada por Rafael Benini, secretário de Parcerias em Investimentos no podcast da Revista Ferroviária.

Um dos questionamentos realizados à Benini abordava o fato de a CPTM ser uma empresa deficitária e como equacionar os custos com o sistema.

Uma das soluções propostas foi inclusive aplicada na concessão da Linha 7-Rubi onde o pagamento à concessionária estará atrelado a disponibilidade dos trens e não a quantidade de passageiros transportados.

Funcionários da CPTM poderão ser contratados por consorcio privado (Jean Carlos)
Linha 7-Rubi concedida à TIC Trens (Jean Carlos)

Acontece que todos os valores pagos pelo governo às empresas privadas tem como fonte a câmara de compensação (clearing house). Este é um nome dado a conta centralizadora que recebe o valor de todas as tarifas de transporte público.

Com cada vez mais concessões, surge a necessidade de honrar com maiores obrigações relativas aos pagamento de operação e as contraprestações.

O secretário então dá um prognóstico preocupante: a partir de 2026 o governo do estado deverá esgotar completamente a câmara de compensação. Isso significa que o estado deverá injetar recursos próprios para bancar as concessionárias.

Este cenário deverá perdurar até pelo menos 2028, quando estão previstos diversos leilões e investimentos estatais nas linhas privatizadas.

Concessão do Metrô de São Paulo (Jean Carlos)
Concessão do Metrô de São Paulo (Jean Carlos)

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Déficit calculado?

Apesar de uma conclusão bastante insalubre para o caixa do estado, que se verá obrigado a custear a operação do transporte sob concessão, a pasta observa o cenário de longo prazo de forma positiva.

A Linha Uni receberá 22 composições para operar no trecho de 15,3 km (Alstom)
Linhas privadas deverão ser custeadas pelo governo (Alstom)

O governo tem previsões de mudanças a partir da década de 2030. Com a consolidação de parte dos projetos de mobilidade mais passageiros deverão utilizar o sistema de transporte sobre trilhos.

Como o estado pagará pela infraestrutura e não pelo número de usuários, uma grande utilização da malha gerará receita tarifária sem impactar da mesma forma o custo do serviço, facilitando o custeio e a prospecção de mais projetos no longo prazo.

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