As futuras concessões do sistema metroferroviário deverão colocar ainda mais pressão no sistema tarifário. O prognóstico para os próximos anos é claro: não haverá dinheiro para pagar a todos os concessionários apenas com o valor da tarifa.
A informação foi dada por Rafael Benini, secretário de Parcerias em Investimentos no podcast da Revista Ferroviária.
Um dos questionamentos realizados à Benini abordava o fato de a CPTM ser uma empresa deficitária e como equacionar os custos com o sistema.
Uma das soluções propostas foi inclusive aplicada na concessão da Linha 7-Rubi onde o pagamento à concessionária estará atrelado a disponibilidade dos trens e não a quantidade de passageiros transportados.

Acontece que todos os valores pagos pelo governo às empresas privadas tem como fonte a câmara de compensação (clearing house). Este é um nome dado a conta centralizadora que recebe o valor de todas as tarifas de transporte público.
Com cada vez mais concessões, surge a necessidade de honrar com maiores obrigações relativas aos pagamento de operação e as contraprestações.
O secretário então dá um prognóstico preocupante: a partir de 2026 o governo do estado deverá esgotar completamente a câmara de compensação. Isso significa que o estado deverá injetar recursos próprios para bancar as concessionárias.
Este cenário deverá perdurar até pelo menos 2028, quando estão previstos diversos leilões e investimentos estatais nas linhas privatizadas.

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Déficit calculado?
Apesar de uma conclusão bastante insalubre para o caixa do estado, que se verá obrigado a custear a operação do transporte sob concessão, a pasta observa o cenário de longo prazo de forma positiva.

O governo tem previsões de mudanças a partir da década de 2030. Com a consolidação de parte dos projetos de mobilidade mais passageiros deverão utilizar o sistema de transporte sobre trilhos.
Como o estado pagará pela infraestrutura e não pelo número de usuários, uma grande utilização da malha gerará receita tarifária sem impactar da mesma forma o custo do serviço, facilitando o custeio e a prospecção de mais projetos no longo prazo.