Grupo de deputados apresenta projeto de lei para priorizar vacinação de funcionários dos transportes

Proposta foi apresentada na Assembleia Legislativa do estado e espera ser apreciada. Projeto inclui funcionários da linha de frente da CPTM, Metrô e EMTU
Estação Sumaré, onde a Linha 22 deverá ter um dos seus terminais (Jean Carlos/SP Sobre Trilhos)

A pandemia do Covid-19 trouxe danos severos para vários setores da sociedade em escala global. A doença tem se mostrado feroz o suficiente para que os órgãos da administração publica se mobilizem em busca de soluções e formas de retardar a propagação do virus. No meio dessa batalha de vida e morte, estão milhares de funcionários do transporte público que vivenciam um verdadeiro dilema ao colocar suas vidas em risco para manter o direito de ir e vir do cidadão assegurado.

Para essa categoria que tanto lutou por uma chance de se proteger chega uma notícia esperançosa: a tramitação de um projeto de lei na Assembléia Legislativa do estado que prevê a vacinação desses funcionários, redigido por deputados estaduais do Podemos.

O projeto de lei

O projeto de lei que assegura a prioridade aos funcionários do Metrô, CPTM e EMTU, além dos funcionários de companhias privadas como ViaQuatro e ViaMobilidade, foi publicado nessa quarta-feira (14) e inclue outros profissionais da área dos transportes, categorias médicas e uma série de trabalhadores que necessitam se expor para que sejam mantidos os serviços considerados essenciais.

Projeto de Lei Publicado do DOE

No setor metroferroviário, a queda brusca da demanda não impediu que muitos funcionários se contaminassem e de que, infelizmente, alguns perdessem suas vidas. Segundo informações apuradas pelo Sindicato dos Metroviários, 393 empregados contraíram a doença nas linhas geridas pelo estado (Linhas 1-Azul, 2-Verde, 3-Vermelha e 15-Prata). Nas linhas operadas pela CCR foram 269 funcionários infectados pela Covid-19. Durante esse período cerca de 24 óbitos foram registrados, uma perda irreparável. Ainda segundo o sindicato, os casos estão subnotificados uma vez que o Metrô de São Paulo não fornece os dados oficias. O levantamento foi atualizado até o dia 13 de Abril, portanto, se trata de informações recentes.

Na CPTM não é possível apurar com precisão a quantidade de funcionários infectados ou os que foram a óbito. Mas é inegável que o clima de insegurança paira no ambiente de trabalho. Apesar do fornecimento de máscaras, álcool gel e do reforço de medidas protetivas, nada melhor do que a vacina para garantir que esses importantes profissionais possam trabalhar com plena segurança.

Cabe ressaltar que uma nota conjunta emitida pelos quatro sindicatos que representam os funcionários da CPTM decidiu por assumir estado de greve a partir do dia 12 de abril e de estabelecer uma paralisação nas operações no dia 27 de abril. Além da reinvindicação das vacinas, os sindicalistas pedem a liberação para que funcionários acima de 60 anos e com comorbidades voltem ao trabalho e que seja resolvido o problema do não pagamento do PPR.

Entretanto, por mais que as categorias tenham sido colocadas em grupos prioritários, não existe ainda uma data para que os trâmites legais sejam executados e a lei passe a vigorar. Após isso ainda ficaria incerto a forma como o governo estadual incluiria essas categorias no Plano Estadual de Imunização, o que pode deixar esses trabalhadores com um certo ar de incerteza sobre a garantia de quando serão de fato imunizados.

Conclusão

O projeto de lei ajuda em muito na priorização das categorias mais importantes para o bom funcionamento dos serviços considerados essenciais. Apesar de todas as dificuldades, os funcionários do setor metroferroviário, principalmente aqueles que não podem fazer o chamado home office, se doam constantemente para garantir que os passageiros possam se deslocar da melhor forma possível. Mesmo com situações de aglomeração noticiadas pela grande mídia, dados mensurados pela CPTM e Metrô indicam que o índice médio de lotação diminuiu. Para aqueles que infelizmente se foram, fica o pesar dirigidos aos familiares e amigos próximos. Não devemos jamais esquecer daqueles que estiveram na linha de frente na mais grave crise sanitária de nossa história.

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8 comments
  1. Acho que todos os profissionais de serviços essenciais poderiam “furar a fila” da vacina. Assim como está acontecendo com professores e militares.

    1. Não é “furar fila”. É algo óbvio, que nem deveria sequer gerar discussão. Se queremos voltar a normalidade, e transitar com segurança, quem tem o dever de transportar/atender o público, deve sim ser imunizado primeiro, pq está sujeito não só ao coronavírus, como as novas variantes que estão surgindo.

      Infelizmente esses governos lerdos e ineficientes só trabalham quando fazem pressão com greve.

      1. Isso eh furar a fila. O lixeiro, o açougueiro, a caixa de supermercado e etc tbm estão se arriscando, e não só professores, pms e metroviarios. Existe muitas pessoas com doenças preexistentes e idosos que precisam ser vacinados primeiro.

        1. Querido, qual parte do “ATENDER o público” você não entendeu? Se quiser posso desenhar.

      2. Super concordo. Funcionários de transportes, delivery, construção civil, jornalismo e etc devem sim ser vacinados primeiro.

  2. o problema disso tudo chama-se interesse.

    o governo estadual, apesar de tomadas decisoes certas em relaçao a fechar muita coisa na pandemia, mesmo a contragosto popular, insiste em manter escolas abertas, por pressao das escolas particulares e das familias da elite paulistana. quem tiver interesse, pesquise pelo movimento “escolas abertas”, um grupo de maes da elite paulistana, das escolas mais caras de SP, que sao da turma do dória e que fazem pressao pela volta das aulas. mas para isso, as escolas publicas devem voltar junto, pois o governo nao pode voltar uma e deixar outra. isso seria inconstitucional. mas por outro lado, os profissionais das escolas publicas nao querem voltar as aulas presenciais sem a vacinaçao. e nao estao errados, visto a quantidade de casos entre funcionarios , alunos e familiares quando do inicio das aulas .

    sobre as forças de segurança, há uma disputa politica, pois como muitos sabem, policiais em sua maioria sao da base bolsonarista, e desde o inicio do mandato, doria e bolsonaro viraram inimigos. e a base policial, principalmente a PM, é muito importante na disputa eleitoral.

    por isso, desta forma, o governo resolveu antecipar a vacinaçao de funcionarios de educaçao e de segurança publica, pois inicialmente seria vacinado todos os idosos, para depois começar com grupos prioritarios. idosos de

    trabalhadores de transporte publico em geral, dentre outras atividades q estao diretamente com o publico, nao sao fundamentais para pretensoes politicas do governo. dessa forma, nao serao colocadas em prioridade.

    o secretario, como sempre faz jogando pra torcida, fez mençao em suas redes sociais dizendo q os trabalhadores de sua pasta deveriam ter prioridade. mas de fato nada fez para isso. assim como colocou o TIC ate sorocaba no edital de concessao das linhas 8/9 como opcional para agradar quem tinha esperança do TIC sair com a concessao. pra ingles ver.

    portanto, a definiçao das categorias prioritarias depende de força politica. quem tiver força, sobe um degrau. quem nao tiver, espera sua vez. ou vai para cidade dos pés juntos, como milhares de brasileiros todos os dias estao indo, sem que isso cause espanto na sociedade.

    1. Seu estresse é desnecessário cara. É o que eu falo, esse assunto nem deveria gerar discussão, porque se trata de algo óbvio.

      Mas o que tem haver o TIC com a vacinação prioritária? kkk foi longe hein!

      1. nao é estresse, é um entendimento.

        sobre o TIC, se vc nao entendeu a parte que o secretario gosta de jogar pra torcida, paciencia.

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