A pouco mais de um mês do leilão do Trem Intercidades São Paulo-Campinas (TIC Eixo Norte), em 29 de fevereiro, o governo Tarcísio de Freitas está promovendo apresentações no exterior a fim de atrair potenciais participantes estrangeiros para o projeto.
Dias atrás, o vice-governador Felício Ramuth esteve na China e conversou com as estatais CRCC e CRRC, além de grupos de investidores. Já no começo de fevereiro, o próprio governador fará um tour na Europa para levar os projetos de concessão e privatização de sua gestão.
O TIC Eixo Norte é a cereja de bolo, por conta da proximidade do leilão e dos valores a serem investidos pelo governo, cerca de R$ 13,5 bilhões.
A concessão do Trem Intercidades engloba três serviços, o expresso, entre a capital paulista e Campinas, com parada em Jundiaí, o Trem Intermetropolitano, com novas paradas em Valinhas, Vinhedo e Louveira, e a Linha 7-Rubi, da CPTM.
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Trata-se da volta das viagens ferroviárias regionais no estado, mas com uma proposta mais moderna, rápida e confortável.

No entanto, os desafios do projeto são grandes, a começar por envolver o governo federal e concessionárias de carga, que controlam as vias por onde os trens circularão.
É por essa razão que o trem expresso só deverá iniciar operação no final da década, se não houver imprevistos. A viagem, em pouco mais de uma hora, também precisará mostrar vantagens em relação ao automóvel e aos ônibus rodoviários.
Prato cheio para a CCR?
A busca por mais ‘players’ globais não é nova. Em gestões passadas, governadores fizeram périplos semelhantes, na tentativa de convencer grupos estrangeiros a investir no país.
O resultado, no entanto, tem decepcionado. No leilão das linhas 8-Diamante e 9-Esmeralda, por exemplo, o grupo liderado pela CCR fez de longe a maior oferta contra concorrentes mais modestos e locais.

Os chineses, tão badalados, têm se limitado a participar de contratos pontuais como lotes de obras do Metrô e a fabricação de trens para a CPTM e para a Linha 17-Ouro, além de tatuzões.
Por outro lado, a bem sucedida gestão da espanhoa Acciona à frente da Linha 6-Laranja pode ser um sinal de que é possível assumir projetos de mobilidade no Brasil, a despeito de toda sua intricada burocracia e custos imprevisíveis.
A CCR, como era de se esperar, já se movimenta para participar da concorrência do TIC. Resta saber quem vai encará-la.