Linha 17-Ouro aparece com inauguração prevista para junho de 2026

Secretaria dos Transportes Metropolitanos divulgou data mais precisa sobre abertura do ramal de monotrilho, atualmente em implantação
Pátio Água Espraiada em novembro de 2023 (iTrchdrones)

A conturbada Linha 17-Ouro tem mais uma data-alvo para ser inaugurada: junho de 2026. É o prazo informado pela Secretaria dos Transportes Metropolitanos durante uma apresentação do chefe da pasta, Marco Antonio Assalve.

Trata-se de um previsão mais precisa que anterior, mas ainda em assim em linha com o que o governo Tarcísio de Freitas (Republicanos) tem informado.

Em maio, a gestão divulgou nota em que previa a abertura do ramal de monotrilho na Zona Sul de São Paulo durante o primeiro semestre de 2026. Na época, o Metrô havia acabado de rescindir contrato com o conórcio Monotrilho Ouro (KPE e Coesa) e ainda discutia como faria para retomar as obras civis.

A previsão fornecida pelo governo do estado

Em setembro, no entanto, o governo anunciou a assinatura do contrato com a empresa Agis Construção, por um valor de R$ 847 milhões.  A construtora aos poucos têm remontado os canteiros com uma meta difícil, que é concluir a mair parte dos trabalhos em 18 meses – por volta do 2º trimestre de 2025.

A Agis tem pela frente a conclusão de sete das oito estações além do pátio Água Espraiada, este vital para que os trens produzidos pela BYD SkyRail na China possam ser recebidos. A previsão é que o primeiro deles chegue ao Brasil no 1º semestre de 2024.

O ano de 2026, como se sabe, é quando ocorrerão as novas eleições gerais no país, para presidente, Senado, Câmara dos Deputados, governadores e deputados estaduais. É a chance de Tarcísio concluir a mais atrasada obra metroviária da história de São Paulo.

Estação Aeroporto Congonhas (Márcia Alves/CMSP)

Custo inicial elevado, mas que deverá ser pago com a extensão completa

Os principais estudos para implantação do monotrilho surgiram ainda na época do governo José Serra (2007-2010), mas a primeira licitação acabou lançada por seu sucessor, Geraldo Alckmin, ambos do PSDB na época.

O projeto acabou sendo incluído no escopo das obras para a Copa do Mundo de 2014, quando o estádio do Morumbi seria a sede paulista do torneio de futebol. Com a mudança para a arena do Corinthians, a Linha 17 foi mantida com a prerrogativa de ligar o Aeroporto de Congonhas à região da Berrini.

Vias ao lado da estação Chucri Zaidan (Márcia Alves/CMSP)

As obras tiveram início em abril de 2012 apenas, mas apenas no contrato de vias e sistemas, nas mãos do consórcio Monotrilho Integração (Andrade Gutierrez, CR Almeida e Scomi). Somente tempos depois o Metrô licitou outros escopos como oito estações e o pátio, além de sistemas auxiliares.

Alvo de polêmicas variadas, a Linha 17 teve apenas a sua fase prioritária lançada, com extensões até Jabaquara e São Paulo-Morumbi suspensas. Logo vários problemas com execução de contratos, empresas quebradas e imprevistos revelaram o óbvio: o prazo para a Copa do Mundo de 2014 era completamente utópico.

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Vieram ainda tentativas de resolver o problema com o próprio Alckmim e também a gestão de João Doria, mas que esbarraram em contestações na Justiça, atrasando ainda mais o projeto.

Agora praticamente todos os contratos estão em andamento e espera-se que o primeiro trecho, de 6,7 km e oito estações, seja aberto dentro de menos de três anos. O custo, segundo o governo, é de R$ 5,1 bilhões, ou uma média de R$ 760 milhões por km.

Primeiro trem da Linha 17 (GESP)

Parece muito para uma capacidade de transporte menor que o metrô convencional, mas é preciso lembrar que nesse cálculo estão o pátio que atenderá os 18 km de extensão e parte das vias das fases 2 e 3.

A demanda, atualizada por conta da pandemia, será de 93 mil usuários/dia, número que é um “prato cheio” para críticos do modal e o lobby dos BRTs.

No entanto, é importante ressaltar que a fase prioritária circulará por regiões onde o transporte sobre trilhos ainda não atrai tantos usuários. É com as outras fases, que atenderão regiões de mobilidade deficiente, que a Linha 17 poderá de fato mostrar sua capacidade transformadora.

A Linha 17-Ouro só pode ser julgada por toda a sua extensão, nunca por um trecho inicial, sob risco de má fé.

 

 

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8 comments
  1. É, mas vai ser difícil não julgar pelo trecho inicial se esse trecho for o unico que sair.

    Torcer pra que nada mais dê errado.

  2. Curioso pra saber como será a ligação que a AENA irá construir pra ligar o predio do aeroporto à linha. Talvez ajude a alavancar, mesmo que marginalmente, o numero de passageiros. Mas, é claro, a linha só vai se pagar quando as duas próximas fases forem construídas

  3. Sem seguir ao menos até Paraisópolis a utilidade da linha será bastante questionável, não passando de um trenzinho turístico pique Disney, só dando munição pros críticos do modal, infelizmente.

    1. O monotrilho da Disney transporta mais de 150 mil passageiros por dia (equivalente ao transportado por dia pelos metrôs do Distrito Federal Belo Horizonte e Porto Alegre, por exemplo).

  4. Não vai ficar pronta na época das eleições NUNCA, pois a quantidade de “pedreiros” trabalho na obra é ridícula. Mais uma data para a infindável promessas de inauguração da obra. Alem da cracolandia instalada em todo o percurso. Uma vergonha!!!!

  5. É incrível como entra construtora, sai construtora, e os canteiros continuam com meia dúzia de operários e nada anda. É uma zica, uma maldição que tem nessa linha, que é inexplicável.

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