Linha 2-Verde terá intervalo de apenas 100 segundos com extensão até Guarulhos

Ramal do Metrô verá sua capacidade de transporte de passageiros a cada hora ser ampliada em 20% graças à adoção do novo sistema de sinalização e configurações de trens
Trem da Frota I será modernizado para operação totalmente automática (Jean Carlos)

A Linha 2-Verde não apenas ganhará mais 14 km de extensão e 13 estações quando a expansão no sentido de Guarulhos for concluída. O ramal do Metrô também verá seu intervalo mínimo entre os trens reduzido em 20 segundos.

Segundo documentos da companhia, o projeto é que o headway (como é chamado o intervalo entre trens) caia de 120 segundos atualmente (2 minutos) para 100 segundos.

Na prática isso significa acrescentar uma capacidade de transporte por hora/sentido de 20%. Hoje a Linha 2-Verde pode transportar até 48 mil pessoas por hora/sentido, patamar que subirá para 57,6 mil passageiros quando o projeto for entregue em sua totalidade.

O segredo para isso está na mudança na infraestrutura de via, trens e sistemas. Hoje a Linha 2 já conta com o sistema de sinalização CBTC, que permite intervalos menores, mas ainda não possui portas de plataforma em todas as estações e uma frota suficiente para isso.

Com a chegada de 22 novos trens da Frota R, que deverão ser encomendados em breve, o ramal passará por mudanças em várias frentes. Uma delas é que a mudança de via na estação Vila Prudente, hoje um impeditivo para reduzir o tempo de operação, será eliminada após a extensão do trecho.

A extensão da Linha 2-Verde (CMSP)

Operação automatizada

A mais significativa delas, no entanto, é na forma como os trens operam graças à automação da operação. Embora atualmente o CBTC permita melhorias, a frota de trens ainda opera no chamado modo GoA1, quando parte das funções é manual e há a presença do operador a bordo.

Nas fases previstas no projeto, o objetivo é passar a operar entre Vila Madalena e Vila Prudente em GoA2 quando todas as estações contarem com portas de plataforma e o pátio Tamanduateí ser ampliado. Numa segunda etapa, os trens da Frota R entrarão em serviço também no padrão GoA2.

A chamada Fase 1B prevê o uso do padrão GoA3, quando a operação é automática, mas com a presença de operador a bordo. Ela começará quando o trecho até Vila Formosa for aberto, com mais quatro estações. Mas apenas os trens novos, que não terão cabine de comando, irão subir para o nível GoA3, com as frotas I e J em GoA2.

A Fase 2A significa que a Linha 2-Verde já estará operando em Penha e a partir daí tanto a Frota R quanto a Frota I funcionarão com GoA3 enquanto a Frota J permanecerá com o GoA2.

O pátio Tamanduateí será ampliado para comportar nova frota de trens (CMSP)

Por fim, na Fase 2B as Frotas R e I passarão a operar de forma totalmente automática, como na Linha 4-Amarela. Já a Frota J seguirá com o GoA2, ou seja, com a presença de operador atuando em algumas funcões.

Durante a implantação do CBTC no novo trecho, o Metrô fará uma atualização em 25 trens da Frota I para que eles possam operar no GoA4, mas não está claro se isso incluir retirar as cabines de comando. Já os 26 trens da Frota J deverão ser preparados para o GoA4, caso o Metrô decida modernizá-los no futuro.

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A expansão da Linha 2-Verde deve ocorrer em fases. A primeira, com as estações Orfanato, Santa Clara, Anália Franco e Vila Formosa deve ser aberta em 2026. A segunda fase, com as estações Santa Isabel, Guilherme Giorgi, Aricanduva e Penha, em 2027.

Já a extensão até a estação Dutra, em Guarulhos, com mais cinco estações, não tem previsão de ser iniciada por enquanto.

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11 comments
  1. Na verdade, até hoje a Linha 2 nunca operou com 120 segundos de intervalo mínimo, mas sim sempre com um pouco mais (atualmente está em 136 segundos).
    A Linha 1 sim opera com 2 min de intervalo, apesar de ter um carregamento bem próximo ao da Linha 2 no momento.

    TECNICAMENTE, há uma oferta “excedente” hoje em torno de 10 mil lugares por hora no sentido de maior carregamento, o que na prática não tem significado viagens mais confortáveis.

    Eu sou cético de acreditar que, na prática, vão conseguir oferecer apenas 100 segundos de intervalo.
    Em uma linha superlotada, as interferências humanas, causadas pelos passageiros, são muitas, o que torna o cumprimento do intervalo programado uma tarefa extremamente complexa.

    Mas se conseguirem operar, na prática, entre 105 e 110 segundos, já estará bom…

  2. Mesmo que todos esses números teóricos de oferta futura se tornem realidade, é importantíssimo destacar que a expansão para Guarulhos (após Penha), da forma como está sendo projetada, é um devaneio, pois a conta não fecha e dessa forma não vai fechar nunca mesmo!

    As projeções mais recentes indicam um carregamento de 66,4 mil passageiros por hora, no sentido mais carregado, para quando a L2 chegar à Dutra. E nesta projeção já se considera a L19 prontinha (de Bosque Maia a Anhangabaú). Imaginem se for sem ela…

    A conta é simples e não existe mágica: 66,4 mil NÃO cabem em 57,6 mil.
    A oferta teria de aumentar em mais de 15% além do que já está previsto para aumentar. Ou seja, impossível!

    Sistema CBTC não é cartola de mágico.

    Não adianta expandir ainda mais uma linha onde já não caberá nem mais uma mosca.

    1. Nesse caso é melhor fazer apenas a expansão da linha 19, pra não colapsar a 2. Isso até ajudaria o metro a focar nas linhas prioritárias (16, 19 e 20) mais que isso deve ser difícil pra tocarem de forma concomitante. Inclusive alguma delas deve vir em modelo PPP, pro projeto ser financeiramente viavel

  3. Pessoal a L2 não chega a 600 mil passageiros catracados até vila prudente . Já em relação ao cbct vão modificar apenas configuração atual para configuração da L4 que opera com intervalo de 100 segundos no pico

    1. Mas chegando em Dutra, já vai ultrapassar 600 mil, a previsão é q a linha 2 – Verde se torne a mais lotada do sistema

      1. Vai mais do que dobrar esse número!

        Pode chegar a até cerca de 1,5 milhão (projeção).

        Mas o que me assusta é o carregamento de passageiros/hora/sentido, pois mais de 1 milhão a L1 leva com praticamente o mesmo carregamento da L2 hoje.

    2. Mas a L4 não pratica esse intervalo atualmente, pois não há demanda suficiente que justifique um headway tão baixo neste momento na L4.

      Se o METRÔ não opera “ocioso” no pico, empresa privada (CCR) muito menos (rs).

  4. Só para fins de curiosidade, a linha 2 carregou 13.343.000 em Agosto. Esse número deve extrapolar quando chegar na Penha.

  5. O que é importante ninguém mencionou: estamos falando de milhões de reais de investimento em trens novos e novas estações pra no final o governador entregar tudo pra CCR. Muito cômodo, não?

    1. Olha esse governador não é inteligente, os planos dele podem dar errado ou demorar mais do q esperado, então se até 2026 ele não conseguir não consegue mais, já q ele provavelmente não vai ser reelegido.

  6. Ao invés de levar a linha 2 até Guarulho deveriam fazer o Arco Norte, que seria linha que poderia sair da futura estação Paulo Freire até a Lapa, passando por bairros da zona norte como Vila Maria, Vila Guilherme, Casa Verde, Bairro do Limão e Freguesia do O. Para Guarulhos seria melhor expandir a linha 19 até o Parque Cecap integrando com a linha 13 e levar a linha 1 até o terminal da Vila Galvão, isto iria reparar um erro histórico que foi a extinção do Tramway da Cantareira.

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